sábado, 9 de dezembro de 2006

Óleo Vegetal como Combustível

Dílson Rodrigues Céceres - CAT I- Sementes e Mudas - Ribeirão Preto
O uso de Óleos vegetais como Combustível é conhecido de longa data, uma vez que, o inventor do motor que leva seu nome Rudolf Diesel já usava Óleo de amendoim para movimentar seu invento.

Esse Combustível, que além de limpo é renovável, em alguns motores de ciclo diesel pode imprimir maior potência e economia.

O físico Dr. J.W Bautista Vidal no livro "O poder dos Trópicos” livro que todo brasileiro deveria ler simplifica, assim, o uso de Óleos vegetais como Combustível: “O caboclo esmaga o coco de dendê; tira o Óleo, filtra, bota no motor e ele funciona “, porém alguns motores como os Mercedes, não funcionam.

Os Mercedes citados também no mesmo livro, não queimam estes Óleos diretamente porque a combustão se dá abaixo da temperatura que queima a molécula de glicerina, portanto, para usarmos os Óleos vegetais nesses motores torna-se necessário a retirada da glicerina transformando então estes Óleos naquilo que se chama biodiesel.

A transesterificação para a retirada desta glicerina usa-se um simples processo químicos denominado transesterificação que consiste basicamente na adição de um álcool, etanol ou metanol, em presença de um catalisador, ácido ou alcalino, via de regra hidróxido de sódio, que apôs um período de agitação com posterior descanso a glicerina por diferença de densidade precipita-se e o líquido, biodiesel, é retirado. Existem alguns procedimentos técnicos a serem seguidos como a mistura do hidróxido de sódio com o álcool, o tempo de agitação e outros cujas informações estão a disposição dos interessados em sites do tipo "faça você mesmo".

As Pesquisas de vários institutos de pesquisa e universidades brasileiras como a USP em Ribeirão Preto e a Universidade Federal do Rio de Janeiro/COPPE tem validado e pesquisado tecnologia para a produção de biodiesel com o Óleo de diversas oleaginosas produzidas no Brasil e também com Óleos usados em frituras como é feito no COPPE/RJ. E já existe a preocupação com a criação de normas e padrões técnicos para a produção e venda em escala comercial do biodiesel comoé feito na Europa, principalmente na Alemanha e França e também nos Estados Unidos, uma vez que, temos hoje na Câmara Federal projeto de lei do deputado Eng. Agr. Mendes Vhame tornando obrigatória a mistura de biodiesel no diesel fóssil, a partir de 2004.

Uma fazenda Ataliba Leonel do Departamento de Sementes, Mudas e Matrizes / CATI, o Eng.Agr.Osylmar Denucci vem acompanhando através de observações práticas o comportamento de um trator MF235 com motor Perkina. Este motor que esta funcionando a mais de 500 horas com Óleo de girassol obtido na própria fazenda não tem apresentado até o momento nenhum problema de funcionamento. A primeira avaliação interna neste motor será feita quando completar 1000 horas.

Na UNESP/Jaboticabal também serão iniciados testes conduzidos pelo Eng.Agr. Afonso Lopes em tratores equipados com sensores para avaliar o desempenho dos motores movidos com diversos Óleos vegetais naturais e também com o transesterificador e, em projeto recém aprovado pela FAPESP o IAC juntamente com a CATI iniciarão novos testes com Óleo de girassol bruto.

A Extração de Óleo

A obtenção desses Óleos vegetais principalmente o de girassol está sendo feito graças ao desenvolvimento pelo Instituto de Tecnologia de Alimentação do Estado de São Paulo - ITAL, juntamente com a iniciativa privada de uma prensa continua com diversas capacidades que variam de 40 a 300kg de grãos por hora para a extração de Óleo a frio e sem uso de solventes.

Estas prensas que estão sendo produzidas em escala comercial por algumas empresas do Estado de São Paulo, Existe em Bauru - Fone (14) 231-2256 e Ominsa em Manduriá Fone (14) 356-1673 extraem o Óleo das várias espécies de oleaginosas com diferentes rendimentos evidentemente associados a espécie, vem possibilitar ao agricultor a produção de seu próprio Óleo para os fins desejados.

Viabilidade econômica

No cálculo do custo da produção do Combustível vegetal deve-se levar em consideração os valores agregados tanto na produção agrícola dos oleaginosos quanto na extração do Óleo.

Culturas como Girassol ou nabo forrageiro, por exemplo, proporcionam ótimo melhoramento químico e físico dos solos elevando significativamente a produtividade.

As culturas posteriores controlam, alelopáticamente, algumas ervas daninhas e são espécies cultivados na entressafra época em que as receitas obtidas não são as principais formadoras da renda da propriedade rural.

No processo de prensagem de diversas oleaginosas para a extração do Óleo o subproduto resultante, via de regra, são tortas altamente calóricas e com teores de proteínas acima de 20%, portanto, de grande valor na alimentação animal principalmente de bovinos.

Idéias Finais

Com estas considerações, tenho por certo que num futuro próximo estaremos transferindo ao produtor rural a tecnologia agrícola para produzir oleaginosas, extrair o Óleo, fazendo uso para movimentar tratores, colheitadeiras, veículos, motores de irrigação, gerar energia elétrica, etc, partindo de conceitos de viabilidade na substituição total do diesel fóssil, esgotável, por diesel vegetal limpo e renovável.

Assim, ao mesmo tempo em que o produtor rural será auto-suficiente em energia estará Preservando o meio ambiente contribuindo para diminuir a carga de poluentes e divulgando a escala da biomassa que prepara o homem para esta nova matriz energética.
Fonte: Zoonews

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Um comentário:

Anônimo disse...

Para usar òleo Vegetal como combustivel é so usar o kit elsbett
www.elsbett.com.br