sexta-feira, 25 de julho de 2008

A rapadura finalmente é nossa!!!!!

Brasil vence briga com Alemanha por registro da rapadura

25/07/08 - Não foi mole, muito menos doce, a briga pela rapadura. O nome da guloseima tipicamente brasileira havia sido registrado por uma empresa estrangeira, há 19 anos, na Alemanha e nos Estados Unidos, como marca de um açúcar mascavo, que nada mais é que rapadura triturada. Depois que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Ceará denunciou ao Itamaraty o registro indevido do nome tupiniquim lá fora, teve início uma longa negociação que terminou há poucos dias. A firma alemã Rapunzel Naturkost, detentora da marca nos dois países, aceitou a proposta brasileira de registrar o nome composto Rapadura Rapunzel para o produto.

Apesar de não ser novidade, a Biopirataria tem aumentado muito nos utimos tempos. O país recordista em registrar nomes brasileiros como marcas é o Japão.

Em maio passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto designando o cupuaçu como fruta nacional. Mesma coisa fez o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com a cachaça, estipulando os critérios para a aguardente de cana.

Diz o decreto que “cachaça é a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38% a 48% em volume a 20 graus Celsius e com características sensoriais peculiares”. Esse tipo de determinação, segundo o advogado Pedro Szajnferber de Franco Carneiro, diretor da Associação Paulista de Propriedade Intelectual, é importante para proteger a marca internamente. “Isso evita que alguém no Brasil decida registrar o nome cachaça para comercializar a bebida”, disse.

Para evitar mais problemas com registros de nomes genéricos brasileiros no exterior, um grupo interministerial elaborou uma lista com cerca de 5 mil nomes típicos verde-amarelos. Constam da relação o umbu, cajá, maracujá, pinhão. A lista foi repassada à Organização Mundial de Propriedade Intelectual, que mantém contato com escritórios de registros de marcas em todo o mundo.

País também recebe reclamações - Engana-se, porém, quem acha que só os nomes brasileiros são registrados indevidamente lá fora. Por aqui também recaem reclamações de outros países, que não aceitam o uso de determinadas marcas. Um dos exemplos mais antigos que ainda está na Justiça é a famosa cachaça Havana, fabricada desde 1943 em Salinas, Minas Gerais.

O imbróglio começou quando a Havana Club Holding — controlada pela multinacional francesa Pernod Ricard, que comercializa o rum Havana Club no Brasil — teve a marca registrada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e questionou, em 2001, a utilização do nome por Anísio Santiago, então dono da fábrica artesanal da cachaça Havana.

Os rótulos tiveram de ser substituídos. Passaram a levar o nome do dono, que morreu em 2002, perto de completar 91 anos. Familiares contam que o velho Anísio ficou tão desgostoso que mandou queimar todos os selos que continham a palavra Havana, nome da simplória propriedade rural onde a cachaça era fabricada. Em 2005, porém, a Justiça concedeu uma liminar permitindo que a família use o termo Havana.

“Voltamos a colocar os rótulos, mas em poucas garrafas. A maior parte sai com o selo Anísio Santiago, que já está firmado no mercado. Temos receio de voltar a usar somente Havana e, ao final do processo, perdermos o direito da marca”, explica Roberto Santiago, um dos sete herdeiros do inventor da cachaça.

A diferença de preços entre uma garrafa selada com um rótulo Havana e uma com Anísio Santiago mostra bem o peso de determinadas marcas. Na fábrica, a Havana sai a R$ 200, enquanto a Anísio fica em R$ 100. “A cachaça é exatamente a mesma, só por causa do selo muda tanto de valor. Tem gente que liga para isso”, diz Santiago.

Fonte: Paraiba.com

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Rodada Doha: Entenda o que está em jogo em Genebra

A partir desta segunda-feira, ministros de cerca de 35 países estão reunidos em Genebra, na Suíça, para dar continuidade às negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O encontro em Genebra deverá se estender por toda a semana e é considerado a última chance de se obter um acordo de liberalização do comércio mundial, pelo menos neste ano.

A Rodada Doha foi lançada há sete anos, mas está paralisada devido a divergências sobre o nível de abertura em setores de interesse de países ricos e pobres.

Os países em desenvolvimento querem maior abertura no setor agrícola das nações desenvolvidas, incluindo a redução ou o fim de subsídios. O bloco dos países desenvolvidos pressiona por maior abertura nos setores de indústria e serviços.

Entenda o que está em jogo nas negociações.

Há quanto tempo as negociações da Rodada Doha vêm sendo realizadas?

A Rodada Doha da OMC foi lançada em novembro de 2001, na capital do Qatar, com o objetivo de obter maior liberalização do comércio mundial.

Quase sete anos depois, os países envolvidos nas discussões ainda não conseguiram chegar a um acordo.

Até agora, as discussões têm girado principalmente em torno do tamanho dos cortes nos subsídios à agricultura por parte dos países desenvolvidos e no quanto o comércio de serviços pode ser liberalizado.

Por que as negociações foram paralisadas?

Um dos pontos mais polêmicos é o quanto os países ricos aceitam remover suas barreiras a exportações agrícolas dos países pobres.

Também há divergências sobre o quanto as nações em desenvolvimento aceitam abrir seus mercados para bens manufaturados e serviços.

Os países em desenvolvimento criticam o que consideram políticas protecionistas, principalmente por parte dos Estados Unidos e da União Européia.

Eles querem provas concretas de que os países desenvolvidos estão dispostos a abrir seus mercados com cortes expressivos em suas tarifas de importação e nos subsídios à agricultura.

O principal problema é que o livre comércio em agricultura tem se mostrado bem mais difícil de ser negociado do que em bens manufaturados.

Em que ponto está a negociação?

Durante esta semana, os representantes dos países envolvidos deverão ter reuniões dia e noite para tentar aprovar uma proposta de acordo em agricultura e produtos não-agrícolas.

Há alguns sinais de progresso. A União Européia disse estar preparada para reduzir suas tarifas agrícolas em 60%, o que significa um avanço em relação a propostas anteriores.

No entanto, os Estados Unidos afirmam que só irão reduzir seus subsídios agrícolas se os países emergentes abrirem seus mercados, cortando tarifas industriais.

Qualquer proposta de acordo que seja decidida em Genebra terá que receber o aval de todos os 152 membros da OMC antes de ser aprovada.

Há uma corrida contra o relógio para se chegar a um acordo. Os envolvidos nas negociações querem fechar um acordo antes que o novo presidente americano assuma o poder, em 2009.

O novo presidente dos Estados Unidos pode querer fazer mudanças na política comercial do país, e qualquer acordo sem a participação da maior economia do mundo seria bastante enfraquecido - ou mesmo inútil, segundo analistas.

Os atuais problemas na economia mundial afetam as negociações?

A saúde da economia global se deteriorou desde a última reunião para discutir a Rodada Doha, com desaceleração no crescimento nos países desenvolvidos e aumentos do custo de vida.

A alta mundial dos preços dos alimentos, que dobraram desde o ano passado, teve efeito maior sobre os países mais pobres, onde uma proporção maior da renda familiar é gasta em comida.

Segundo analistas, isso levou a um aumento do protecionismo nos países exportadores de alimentos.

Os defensores de um acordo afirmam que ele iria ajudar a reduzir a pobreza e a criar empregos nos países em desenvolvimento, enquanto os países ricos podem se beneficiar se conseguirem exportar mais bens e serviços.

Calcula-se que um acordo possa injetar US$ 100 bilhões por ano na economia mundial.

Quais seriam as conseqüências de um fracasso nas negociações?

O comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, afirma que há 50% de chance de sucesso. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, é mais otimista.

Um fracasso nas negociações significaria o fim da Rodada Doha, já que as eleições americanas devem dominar a agenda política mundial a partir de agora.

Isso enfraqueceria a realização de acordos multilaterais, já que os países negociariam acordos comerciais individuais entre si, o que colocaria os países menores em desvantagem.

Os maiores países em desenvolvimento, como Brasil e Índia, também perderiam com o fracasso nas negociações, porque precisam de mercados abertos para suas crescentes exportações.

No entanto, algumas organizações não-governamentais (ONGs) afirmam que é melhor que não haja nenhum acordo do que um acordo que seja desfavorável aos países mais pobres.

Para a OMC, o fracasso em obter um acordo depois de sete anos de negociações significaria o maior revés de sua história.

Fonte: BBC Brasil

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Fontes Diversas

As fontes consultadas estão distribuídas pelo texto em links que apontam para as mesmas. Fora isso, também são feitas adaptações pelo Autor do Blogpara melhor entendimento da matéria expressando, também, a sua opinião pessoal sobre o assunto.

A farsa do biocombustível da Brasil Ecodiesel no Piauí

Em março de 2004, quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva anunciou à nação brasileira, direto da Fazenda Santa Clara, no município de Canto do Buriti, a 400 quilômetros de Teresina, que o Brasil estava dando o primeiro passo para a substituição dos combustíveis fósseis por um combustível limpo, o biocombustível, produzido a partir da mamona, pela empresa Brasil Ecodiesel, talvez não imaginasse que, por trás da encenação, havia uma série de irregularidades.

Quatro anos depois do circo armado para o espetáculo governamental, a cortina veio abaixo e revelou uma realidade onde os principais protagonistas dessa história, os trabalhadores rurais, se consideram usados e enganados pela Brasil Ecodiesel, “Viramos refém dessa empresa", disse o trabalhador rural F.R. que autorizou somente a publicação de suas iniciais.

Ele se referia à dependência financeira e às más condições de trabalho que as mais de 600 famílias contratadas pelo projeto têm para com a Brasil Ecodiesel desde que assinaram o contrato, no início do projeto. A cada família foram destinados sete hectares, cinco para o plantio de mamona e dois para feijão. Do total da produção da mamona 30% é para a empresa e os 70% que sobram é destinado a cobrir o adiantamento de safra que atualmente é de R$ 160 reais que recebem por mês. O valor correspondente a três mil quilos de mamona por safra. Dessa maneira, não há como o trabalhador obter lucro, uma vez que para cobrir os custos da produção, teria que produzir 4.500 quilos nos cinco hectares. Ocorre que por uma série de problemas de ordem técnicas relacionadas à baixa fertilidade do solo, qualidade da semente, entre outros, no máximo estão conseguindo produzir 300 quilos por hectares. Em algumas áreas, a colheita não passa de 100 quilos por hectares.

Quanto ao feijão, cada família é obrigada a destinar 30% do que produz para a empresa. Ainda como parte do contrato, existe a entrega de uma cesta básica no valor de R$ 100 reais. Segundo o colono, Neto Hipólito, a cesta básica repassada não passa do valor de R$ 30 reais e, além de pífia, ainda atrasa quase todos os meses.

Estas irregularidades têm criado uma insatisfação generalizada na fazenda. Muitos já abandonaram o projeto porque temem que, mais cedo ou mais tarde, sejam obrigados a saírem da área, e, para piorar, ainda endividados. Mesmo a Brasil Ecodiesel acumulando prejuízos com o projeto de biocombustível, na unidade de produção do biocombustível, localizada em Floriano, a 240 quilômetros da capital, a empresa assegura que produz 40 mil litros por dia.

O que se questiona é: de onde está vindo à matéria prima?

Pelos cálculos de Neto Hipólito, a fazenda tem uma despesa mensal de RS 500 mil. "A gente não sabe de onde vem esse dinheiro, se vem do governo ou da própria empresa, aliás, por aqui ninguém sabe nada sobre esse projeto, se existe um dono e quem é ele. A gente só vê os encarregados, que por sinal estão sempre mudando. Também continuam depositando os R$ 160 reais da parceria", relata.

Para se ter uma idéia da estranheza do projeto, por enquanto, o plantio de mamona da próxima safra, que deveria ter iniciado em outubro, até agora não aconteceu. "Começamos a plantar dai veio uma praga de lagarta e destruiu tudo, agora não sabemos quando vai recomeçar", contou um dos parceiros do projeto, o trabalhador rural Pedro Cosme da Silva, 34 anos.

Cosme disse ainda que pelo andar da carruagem a empresa não tem pressa, pois dos oito tratores ali existentes cinco foram levados para uma outra fazenda, que dizem ser da mesma empresa. "A preocupação é que ocorra o mesmo que aconteceu na safra passada quando o plantio foi feito fora de hora, acarretando uma produção mínima", disse.

Trabalho Infantil é de comover qualquer insensível

Nas 20 células, denominação dada pela Brasil Ecodiesel para as áreas onde foram construídas 35 casas, a insegurança e insatisfação é a mesma. Famílias se queixam de estarem passando necessidades. Para completar a renda muitas delas colocam as crianças para tapar buracos na BR-324 e ganharem trocados dos motoristas. Durante nossa passagem pelas proximidades das células, encontramos inúmeras crianças com idade entre seis a treze anos, labutando com uma enxada preenchendo infinidades de buracos no que resta de asfalto. Uma dela, T.C., seis anos, comove até aos mais insensíveis devido a magreza e pele muito clara. A criança passa o dia inteiro exposta ao sol e o seu rosto descascado e tomado por sardas é a prova do sofrimento que vimos também através de seus olhinhos infantis. Segundo ela, logo cedo tem que ir para a estrada conseguir uns trocados que são entregues a mãe para ajudar nas despesas da casa.

Um pouco mais adiante nos deparamos com os irmãos D.P., 10 anos, e A.P., nove anos. Eles contaram que passam o dia inteiro tapando buracos e ganham até 20 reais ao dia. "Às vezes a gente só consegue R$ 10 ou menos que isso. O bom é que mesmo sendo pouco a gente sempre ganha", contou D.P., um menino que se mostrou bem educado e inteligente. Ele disse também que com o dinheiro que ganham ajuda a comprar o que comer. "Nossos pais não queriam isso pra gente, mais é o jeito vir pra estrada se não a gente passa fome", completou. Quis saber como fazem para se alimentar e tomar água e D.P. contou que um outro irmão menor leva comida e água.

Já duas adolescentes, com idade entre 13 e 14 anos, que se encontravam na mesma situação resistiram conversar com nossa equipe. Depois de muita insistência as garotas revelaram que pedem dinheiro para comprar roupas. Sobre o perigo de serem molestadas por motoristas inescrupulosos, elas não responderam mais demonstram pelo comportamento que o perigo é uma constante. Já em conversa com os adultos, soubemos da ocorrência de prostituição infantil nas imediações da fazenda.

Produção de Carvão

A área total do projeto para produção de mamona é de 40 mil hectares. Desse total, somente três mil já deveriam ser utilizados para o plantio da monocultura, mas, todo o restante já foi praticamente desmatado para a produção de carvão vegetal. No interior da fazenda estão instalados cinco grandes fornos industriais, os mais modernos que existem e que são controlados por computadores.

Os homens que localizamos ensacando carvão próximo às fornalhas nada sabiam informar sobre a produção. Segundo eles, atualmente a lenha retirada da mata nativa está sendo levada para a Fazenda Canto do Buriti, aonde hoje vem sendo produzido carvão. Eles disseram ainda que os encarregados falaram que a atividade vai retornar em breve. Já o superintendente do Ibama no Piauí, Romildo Mafra, disse que apesar dos fornos, a fazenda Santa Clara não poderião estar produzindo carvão. "Eles não têm o DOF-Documento de Origem Florestal, portanto, não podem fazer carvão", afirmou.

Fonte:

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Matérias públicadas em meus outros Blogs

Aqui você pode encontrar as matérias públicadas nos outros Blogs de minha autoria, separados por periódos e em ordem alfabetica.

Periodo: 29 de junho a 06 de julho de 2008

A África é Aqui!
A CULTURA DO PINHÃO MANSO - Jatropha curcas
A Energia limpa não pode se contrapor à busca de alternativas
Álcool usa mais de 60% da produção brasileira de Cana
Algas contra a crise alimentar mundial
Arroz para Biodiesel
Artigos sobre Etanol Celulósico
Assobiar e chupar cana
Banco Mundial culpa etanol Americano pela alta nos preços dos alimentos
Biocombustíveis X Alimento uma visão
Biodiesel de óleo de Camelina sativa
Biodiesel de Óleo de Tungue
Biodiesel feito de Cana-de-Açúcar
Brasil: Celeiro do mundo
Crise americana pode levar a suspensão de tarifa do álcool
Dados do Setor (CanaOeste)
EAF (Machado/MG)
"Economist" defende fim da tarifa dos EUA ao etanol do Brasil
Embrapa apresenta opção para reduzir abertura de novas áreas na Amazônia legal
Energia gerada da cana-de-açúcar mo Brasil
Energia: oportunidade e ameaça para o Brasil
Esquimós processam EUA por mudanças no clima
Exportação de álcool sai do papel e Petrobras investe
Frutas tropicais brasileiras
Governo na contramão do Etanol
Ibama autua usinas de Pernambuco sem licença
Japão vai aumentar compra de etanol brasileiro
Jatropha Curcas (physic nut, pinhão manso, tempate) Jatropha curcas (físico porca, Pinhão manso, tempatan)
Justiça derruba lei que limita área de cana em Rio Verde/Goiás
Lei do biocombustível da UE pode conter "armadilha ecológica" para Etanol do Brasil
Maior produção de biomassa com plantas transgênicas
Materias-Primas para a fabricação de Biodiesel, no Brasil e no Mundo
Multinacional produzirá etanol de algas e gramíneas do EUA
Normas ABNT para biodiesel
Óleo de Murumuru para fabricar Biodiesel
Óleo de Palma
Óleo vegetal X Combustível de origem biológica
Opções de Oleaginosas para o Biodiesel no Brasil
Palma
Petrobras está otimista com a descoberta de petróleo e com os biocombustíveis
Pinhão Manso - Jatropha curcas L.
Pinhão-Manso (Jatropha curcas L): descrição da planta
Pinhão-manso e o Biodiesel
Pinhão-Manso, a planta
Resumo do Jatropha World Congress
TECA (Tectona grandis)
Trangênicos: Mentira Ideológica
Tungue
Tungue: A Planta
Uso de biocombustível na UE é ainda motivo de controvérsia
Vanguarda Brasil (Nova Mutum/MT)
Venezuela e Cuba têm interesse no modelo de produção brasileira de etanol de cana-de-açúcar

Periodo: 12 a 28 de junho de 2008

”Economist” defende fim da tarifa dos EUA ao etanol do Brasil
Biocombustíveis de 2ª geração: O Brasil corre o risco de ficar para trás
Biocombustíveis trocam um problema por outro
Biopirataria: A quem pertence o DNA?
Brasil vai fornecer etanol para a Suécia
Etanol Celulósico: a procura do Microbio salvador Etanol padronizado
Etanol: Barack Obama e John McCain falam sobre relações com o Brasil
Etanol: Relação Custos X Benefícios
Le Monde diplomatique e os Biocombustíveis
Maior companhia aérea japonesa prepara vôo com biocombustíveis
Matérias sobre Etanol Celulósico
Metanol - Informações gerais
O porquê de Obama defender o Etanol de milho
Ouro verde em um arbusto
Produtores norte-americanos de etanol recusam rótulo de vilões
Shell na cana



Dia 11 de junho de 2008

Cana: Safra recorde
Biopirataria
EUA aposta no Etanol de 2ª geração

sábado, 12 de julho de 2008

Leilões da ANP

Situação da Brasil Ecodiesel em 2007

Apesar de apresntar um prejuízo liquido R$ 37,7 milhões, o líder da produção de biodiesel no país, a Brasil Ecodiesel encerrou 2007 registrando crescimento de 533,9% em relação a 2006 e sendo responsável por 52,6% de todo o biodiesel produzido no país. Assim anúnciou, no balanço de suas atividades financeiras e operacionais no quarto trimestre de 2007, além de uma avaliação do setor de biodiesel no ano passado.

O diretor de Relações com Investidores da empresa Ricardo Vianna anunciou que a empresa registrou receita líquida de R$ 134,3 milhões no quarto trimestre e de R$ 335,6 milhões em 2007, quando a empresa vendeu 75,763 milhões de litros de biodiesel no trimestre, num total de 190,434 milhões de litros durante todo ano. Este volume confirma um crescimento trimestral médio de 70% desde o primeiro trimestre de 2006.

"Enfrentamos vários desafios em 2007, ano em que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) ainda se encontrava em fase preliminar, de uso autorizativo. Em 2008 iniciou-se a fase de uso obrigatório do biodiesel, tornando o Programa irreversível. Verificamos que de fato já existe no país capacidade produtiva para atender às demandas de uso do B2 e do B3 e a Brasil Ecodiesel se orgulha de ter ajudado nesse processo de introdução do biodiesel, que elevou o país a ser um modelo de sucesso na produção de biodiesel", afirmou Ricardo Vianna.

Entre as projeções para 2008, Vianna ressaltou a antecipação feita pelo Governo Federal da obrigatoriedade do B3 para 1º de julho próximo. Segundo ele, a medida demonstra a consolidação do mercado brasileiro e a tendência de antecipar o B5 de 2013 para 2010. "Também é muito importante para o setor o anúncio feito pela Comissão Européia ao Parlamento Europeu no ano passado, com a sugestão de estabelecer um percentual obrigatório de 10% de biocombustíveis nos combustíveis minerais a partir de 2020. Acreditamos que a medida deverá abrir uma janela significativa para exportação", completou Vianna.

O prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões registrado no quarto trimestre, num total contabilizado de R$ 37,7 milhões em 2007, deve-se, principalmente à elevação nas cotações dos óleos vegetais e à operação abaixo da capacidade industrial. "Ainda que o rendimento dos nossos negócios tenha sido impactado pelo volume de vendas inferior ao previsto, por conta da não-retirada do biodiesel ao longo do ano, a Brasil Ecodiesel verificou forte aumento nas vendas no último trimestre de 2007, quando as distribuidoras de combustível ampliaram seus investimentos na logística e distribuição de biodiesel com a chegada da obrigatoriedade do B2.

CONSOLIDAÇÃO

A Brasil Ecodiesel ampliou consideravelmente sua estrutura industrial em 2007. Hoje, possui seis unidades – Floriano (PI), Iraquara (BA), Crateús (CE), Porto Nacional (TO), Itaqui (MA) e Rosário do Sul (RS) - em pleno funcionamento comercial, alcançando 640 milhões de litros de capacidade de produção anual. Tal capacidade coloca a Brasil Ecodiesel como a maior empresa de biodiesel do país e entre uma das maiores empresas do mundo.

Paralelamente, a companhia concluiu, em meados de 2007, a instalação da unidade de extração de óleo vegetal integrada à usina de transesterificação em Iraquara e o processo de modernização da unidade de extração de óleo de São Luiz Gonzaga. Uma nova unidade de extração de óleo integrada à usina de Porto Nacional está em fase inicial de construção.

NOVOS INVESTIMENTOS NA CADEIA AGRÍCOLA

Com a concretização da ampliação industrial da Brasil Ecodiesel, a empresa volta agora seus esforços para a expansão das cadeias de originação agrícola. Em 2007, a implementação de novas cadeias, como as de mamona e girassol, não ocorreu no ritmo planejado. A seca que atingiu grande parte das regiões produtoras de mamona e as chuvas de granizo em regiões do Sul produtoras de girassol retardaram a estratégia da Ecod de reduzir do óleo de soja como principal fonte para produção de biodiesel.

"O pequeno volume de grãos colhidos inviabilizou que fossem processados para obtenção de óleo vegetal e produção de biodiesel. Optamos, portanto, por estocar os grãos da safra passada, que serão processamos juntamente com a safra deste ano. Nossa expectativa é de que oleaginosas como a mamona e o girassol ocupem até 25% no mix de originação de matérias-primas para produção de biodiesel em 2008", explicou Ricardo Vianna, que ratificou a meta da empresa em seguir fomentando o cultivo de matérias-primas alternativas à soja.

O Pinhão-manso (Jatropha curcas), por exemplo, também ocupa lugar de destaque na visão estratégica da empresa, que tem conhecimento ímpar no mundo sobre o comportamento desta oleaginosa. Já são 14 mil hectares plantados pela Brasil Ecodiesel, que conta com 63 mil ha de fazendas próprias ou terras arrendadas para plantio.

Fonte: CDN – Comunicação Corporativa
Fabiana Castro - Jornalista
Telefone: (21) 3535-8353

Da

domingo, 6 de julho de 2008

A África é Aqui!

A importância da água para a sobrevivência do seres vivos é incomensurável. Isso é fato. Também é fato que muita gente, sobretudo nos países africanos, não têm acesso a ela e, pelo jeito que a coisa anda, todos nós sofreremos do mesmo mal.

Uma das grandes invenções atuais, já considerada uma das maiores do século, é um aparelhinho parecido com um canudo que filtra a água suja tornando-a potável na hora. O purificador portátil tem capacidade para filtrar até 700 litros de água suja ou 350 litros de água salgada.


As crianças acima estão usando o LifeStraw - em português, canudoda vida - um purificador de água portátil que elimina 99% das bactérias da água e filtra partículas de até 15 mícrons (1 mícron equivale à milésima parte de um milímetro).

Seu uso elimina, de acordo com o fabricante, microorganismos causadores de diarréia, disenteria, tifóide e cólera, além de salmonela e outras bactérias causadoras de doenças.

Em todo o mundo, cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. Ao invés de ficar lendo sobre estatísticas aterradoras, alguns blogs têm apoiado uma campanha de ajuda para mudar essa situação. O site do LifeStraw aceita doações de todas as partes do mundo via PayPal ou cartão de crédito internacional. Um canudo, enviado para as regiões em conflito na África custa apenas €3,50 e pode ser usado durante um ano.

Essa campanha poderia se adquar perfeitamente à nossa realidade do semi-árido Nordestino. Onde a seca cria situações muito piores do que as da foto. São cidades inteiras sem saneamento básico onde a população não só não tem acesso a água filtrada, com bebe água, muitas vezes, de origem bastante duvidosa.

----------------------

Devemos ajudar a Africa? Sim devemos, mas sem esquecer que a "África é Aqui!", pois um País onde as pessoas da zona rural penam para conseguir água (suja) em algumas regiões, mereceria muito uma campanha como essa.

Para participar fazendo uma doação para os nossos irmãos africanos enquanto ninguem toma providência para fazer algo pelos nossos irmãos tupiniquins, doe aqui.

Do Autor do Blog

Ver também:

Reportagem do "Profissão Repórter": A seca que atinge 387 municípios do nordeste

Esquimós processam EUA por mudanças no clima

Habitantes da região do Ártico, no Pólo Norte, entraram com uma petição contra os Estados Unidos, afirmando que suas políticas a respeito de mudanças climáticas violam os direitos humanos.

A Conferência Circumpolar Esquimó (ICC - International Covenant on Civil and Political Rights(1)), realizada em dezembro de 2005, alega que os Estados Unidos não conseguem controlar as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, danificando o sustento dos habitantes da região.

A petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, exige que os Estados Unidos limitem suas emissões.

As temperaturas no Ártico estão subindo duas vezes acima da média global.

O estudo Avaliação do Impacto Climático no Ártico, uma grande pesquisa científica feita durante quatro anos, descobriu que a região vai esquentar entre quatro e sete graus Celsius até o final do século, com o gelo nos oceanos durante o verão desaparecendo dentro de 60 anos.

Informações sem registro científico sugerem que os impactos já estão sendo notados, com derretimento observados em estações específicas, levando ao desabamento de prédios e à redução de cardumes de peixes.

A petição, registrada em nome do ICC pelo Centro Internacional de Lei Ambiental (CIEL na sigla em inglês), afirma que as políticas dos Estados Unidos a respeito das emissões estão levando a estas mudanças.

"Os Estados Unidos são considerados os maiores emissores do mundo dos gás que provocam o efeito estufa; viraram as costas ao Protocolo de Kyoto e não colocaram em prática medidas para limitar suas emissões", disse o advogado do CIEL, Donald Goldberg.

"Os esquimós são os que sofrem mais", disse Goldberg à BBC.

Investigação

A petição pede que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos investigue o dano causado aos esquimós pelo aquecimento global e pede que os Estados Unidos sejam declarados "...em violação dos direitos firmados pela Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1948 e outros instrumentos da lei internacional".

A petição também pede que a Comissão decida que os Estados Unidos adotem limites obrigatórios nas emissões e "...ajudem os esquimós a se adaptarem aos impactos inevitáveis da mudança climática".

Se a Comissão decidir a favor dos esquimós, poderá remeter os Estados Unidos à Corte Interamericana dos Direitos Humanos para um julgamento.

A Comissão e a Corte trabalham dentro do sistema da Convenção Americana dos Direitos Humanos.

Como os Estados Unidos não ratificaram a Convenção, uma decisão pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos seria simbólica, mas o advogado Donald Goldberg acredita que isto não inutiliza a petição.

"Se a Comissão descobrir que os Estados Unidos violaram os direitos humanos, esta é uma questão séria", disse.

"Governos não gostam de ser classificados como violadores de direitos humanos; e, de qualquer forma, há um mecanismo doméstico legal chamado Lei de Alegação de Prejuízos de Estrangeiros, que pode nos permitir usar o julgamento da Comissão em um processo nacional", afirmou.

A petição é a última de uma série de casos legais ou semi-oficiais contra o governo americano e outros a respeito de mudanças climáticas.

Os Estados Unidos já receberam pedidos de proteção de espécies de corais ameaçadas devido à mudança climática, e autoridades australianas foram forçadas a rever os procedimentos dos projetos para aprovação de usinas de carvão, por exemplo.

Mas a maior vitória legal para as campanhas como esta ocorreu em novembro, com a campanha coordenada pelo grupo Justiça Climática, quando a Justiça da Nigéria determinou que as companhias de petróleo não podem mais queimar gás em poços de petróleo.

(1) - International Covenant on Civil and Political Rights, G.A. res. 2200A (XXI), 21 U.N. GAOR Supp. (No. 16) at 52, U.N. Doc. A/6316 (1966), 999 U.N.T.S. 171, entered into force Mar. 23, 1976.

Ver também:

A África é aqui

Estudo mostra derretimento de gelo na Antártica

Estudo reforça elo entre aquecimento e extinção

Falta de água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas

Mapa mostra escassez de água pelo mundo

Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo, diz ONU

Danos ao clima podem ser irreparáveis em dez anos, diz cientista

Fonte:

Do Autor do Blog

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Normas ABNT para biodiesel

  1. ABNT NBR 10441 (base: ASTM D 445: 2001) Produtos de petróleo - Líquidos transparentes e opacos - Determinação da viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica.
  2. ABNT NBR 14065 (base: ASTM D 4052: 2002) Destilados de petróleo e óleos viscosos - Determinação da massa específica e da densidade relativa pelo densímetro digital.
  3. ABNT NBR 14359 (base de desenvolvimento: ASTM D 130: 2004) Produtos de petróleo - Determinação da corrosividade - método da lâmina de cobre.
  4. ABNT NBR 14448 (base de desenvolvimento: ASTM D 664: 2004) Óleos lubrificantes e fluidos hidráulicos - Determinação do índice de acidez pelo método de titulação potenciométrica.
  5. ABNT NBR 14598 (base: ASTM D 93: 2006 e ISO 2719: 2002) Produtos de petróleo - Determinação do Ponto de Fulgor pelo aparelho de vaso fechado Pensky-Martens.
  6. ABNT NBR 14747 (base de desenvolvimento: ASTM D 6371:1999) Óleo Diesel - Determinação do ponto de entupimento de filtro a frio.
  7. ABNT NBR 15341 Biodiesel - Determinação de glicerina livre em biodiesel de mamona por cromatografia em fase gasosa.
  8. ABNT NBR 15342 Biodiesel - Determinação de monoglicerídeos, diglicerídeos e ésteres totais em biodiesel de mamona por cromatografia em fase gasosa.
  9. ABNT NBR 15343 Biodiesel - Determinação da concentração de metanol e/ou etanol por cromatografia em fase gasosa.
  10. ABNT NBR 15344 Biodiesel - Determinação de glicerina total e do teor de triglicerídeos em biodiesel de mamona.
  11. ABNT NBR 7148 (equivalente a ASTM D 1298) Petróleo e produtos de petróleo - Determinação da massa específica, densidade relativa e API - Método do densímetro.
  12. ABNT NBR 9842 (base de desenvolvimento: ASTM D 482: 2003) Produtos de petróleo - Determinação do teor de cinzas

Projeto de normas para biodiesel no âmbito da CEET

  1. PROJETO 00.001.62-005 Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de Ca, Mg, Na, K, P por espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente.
  2. PROJETO 00.001.62-006 (referência: EN 14108) Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de Na por espectrometria de absorção atômica.
  3. PROJETO 00.001.62-007 (referência: EN 14109) Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de K por espectrometria de absorção atômica.
  4. PROJETO 00.001.62-008 Armazenamento, transporte, abastecimento e controle de qualidade de biodiesel e/ou mistura óleo diesel/biodiesel.
  5. PROJETO 00.001.62-009 Biodiesel - Determinação do teor de biodiesel em óleo diesel por espectroscopia na região do infravermelho médio.
  6. PROJETO 00.001.62-010 Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos –determinação dos teores de Ca, Mg, Na, K, por espectrometria de absorção atômica.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Assobiar e chupar cana

Terra é o que não falta neste país, é só querer plantar que dá de tudo, até cana!
Álcool ou soja; proteína ou etanol. Num mundo que tem sede de combustíveis e fome de alimentos, será que tem terra suficiente para produzir os chamados biocombustíveis sem prejudicar a produção de comida? Sempre que esta questão energética vem à tona, me lembro do sítio do seu Pedro, na zona rural de Londrina.

E me lembro porque lá se plantava uma série de culturas que cobriam de verde a terra da propriedade. Tinha lavoura de café, entremeada de milho, feijão ou arroz; tinha uma bela horta de alface, couve, pepino e outras abobrinhas mais; um chiqueiro de porco, umas cabeças de gado e, mais ao fundo, um belo canavial. A terra era pequena, mas produzia um pouco de tudo.

Pequeno produtor, seu Pedro nunca entendeu de política internacional, de jogo de interesses entre as nações ricas com o intuito de ferrar os pobres e morreu antes dessa febre por combustíveis renováveis tomar conta da pauta do agronegócio. Se estivesse vivo por certo diria com seu jeito de mineiro cansado:

"A gente sempre plantou cana, a cana sempre existiu, é possível matar a sede dos carros e plantar alimentos pra matar a fome do homem, isso sempre deu porque não vai dar agora?", perguntaria o velho sitiante, sem deixar de acrescentar algo que sempre dizia quando tal assunto vinha à tona: "A fome nunca foi por falta de alimento ou porque o alimento é caro, a fome é por falta de dinheiro pro povo pobre comprar as coisas".

Seu Pedro sabia das coisas. E nós sabemos que voltar aos tempos coloniais, quando o país plantava cana para atender aos interesses da metrópole, não dá mais, pelo contrário: como habitantes de um país que se diz independente e soberano, nós devemos ficar atentos para, mais uma vez, não perdermos não o bonde, mas o trem-bala da história que está passando à nossa frente e oferecendo um lugar na primeira classe.

E então, vamos continuar viajando na companhia do atraso e da pobreza que sempre nos acompanharam vida afora; vamos continuar montados neste caminhão velho dirigido por interesses que vivem nos deixando pelo meio do caminho chorando o leite derramado ou vamos aproveitar a atual conjuntura, aliada as nossas condições de terra e clima, para tornar o Brasil a grande potência do século 21?

A produção em larga escala dos chamados combustíveis renováveis pode ser o caminho para tornar nosso país mais rico e mais justo, com uma melhor distribuição de renda, já que terra, como diria seu Pedro se estivesse vivo, "terra é o que não falta neste país, é só querer plantar que dá de tudo, até cana!" Esta pequena história por certo não irá agradar aqueles - os de sempre - que querem assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Mas, sem querer ofender, eles que vão plantar batatas ou chupar cana noutro canavial.

Apolo Theodoro

Fonte: Folha de Londrina

Ver também: Os Biocombustíveis e os Alimentos

Biocombustíveis X Alimento uma visão

A polêmica etanol x produção de alimentos deve estar longe do fim. Entre as razões vamos considerar a possibilidade de o discurso das grandes potencias creditando ao biocombustível a crise de alimentos estar mais forte porque mais forte é o poderio destas nações, bem como o protecionismo delas a seus sistemas produtivos.

Mas, aos olhos das nações que buscam seu "lugar ao sol", como o Brasil, isso soa mais como falta de humildade dos grandes em admitir que somos criativos. Para um País como o nosso, que convive com situações de extrema pobreza, participar de mais geração de fome é inadmissível. Foi isto que mostrou o elogiado discurso do presidente Lula, terça-feira, na abertura da Cúpula de Alto Nível do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na Itália.

"Vejo com desolação que muitos dos que responsabilizam o etanol - inclusive o etanol da cana-de-açúcar - pelo alto preço dos alimentos são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas, em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e dos consumidores de todo o mundo", afirmou.

Os números que todo o País conhece mostram que aqui temos substituto para o petróleo com muito menos danos ao ambiente. Temos o "bom colesterol", como ilustrou o presidente. Nossos carros a álcool circulam por aí sem perder em nada para os movidos a combustível fóssil. Não há como negar que os campos de cana-de-açúcar crescem assustadoramente. Mas as nossas tecnologias permitem também, em número bem maior, o crescimento da produção de alimentos.

Outra constatação que deve incomodar muito as grandes potências é a posição do governo brasileiro em não ser "egoísta" e estar oferecendo a tecnologia a países com climas semelhantes ao nosso, como a África, Caribe e parte da Ásia. Podemos, ao contrário do que pregam por aí, contribuir com a diminuição da pobreza no mundo.

Enfim, a história mostra que a vida é composta de ciclos. E o do petróleo está em declínio. Agora, é a nossa vez! Aos que nos olham com desconfiança, o mais elegante é reconhecer o nosso potencial e aproveitar o nosso período de soberania para pensar a próxima fase da humanidade. De preferência, com a participação de todos.

Ah! Um pequeno lembrete. A Amazônia é nossa e, apesar da parcela que desmata, estamos aprendendo a preservar. Cadê as florestas dos países ricos?!

Célia Guerra

Fonte: Folha de Londrina

Ver também: Os Biocombustíveis e os Alimentos

Óleo vegetal X Combustível de origem biológica

1. Introdução

Nos postos de abastecimento se constata: os preços dos combustíveis continuam subindo a níveis até hoje desconhecidos. Enquanto no final de 2001 ainda se podiam registrar preços de petróleo em Nova Iorque em torno de U$ 20 o barril, ficamos alarmados, no final de 2002, em vista da crise do Iraque, diante do nível de U$ 30 dólares. Mas a conquista do Iraque, país com a segunda maior reserva de petróleo do mundo, pelos norte-americanos em abril de 2003 não trouxe consigo nenhum alívio ao mercado mundial de petróleo. Já em Pentecostes de 2004 foi ultrapassado o limite crítico de U$ 40 dólares. Embora a OPEP se esforce por aumentar a produção de petróleo, chegamos, pouco menos de meio anos depois, a nada menos de U$ 50 dólares o barril! Como continuará isso? Haverá um fim previsível na espiral de preços? Será que em pouco tempo será transposto o limiar dos U$ 100 dólares?

Sob essas condições conjunturais surge sob uma luz completamente nova um produto da agricultura que até agora ocupava um nicho: óleo vegetal, o futuro ouro dos agricultores, que se reveste de importância não somente como alimento e matéria prima industrial, mas de forma crescente também como portador energético e combustível.

Óleo vegetal é energia solar acumulada bioquimicamente em densidade máxima. A cada semente a natureza conferiu uma porção de óleo vegetal. Uma genial ajuda inicial, para propiciar ao grão uma chance de formar raiz e broto sob as mais diversas condições ambientais e ainda completamente independente da luz e de nutrientes. Em comparação com matérias biológicas sólidas (madeira, palha) e com o biogás, o óleo vegetal representa a forma mais densa de energia da fotossíntese. Com uma densidade energética de cerca 9,2 kWh por litro ele se situa com bastante precisão entre a gasolina (8,6 kWh/l) e o diesel (9,8 kWh/I). Ao contrário da gasolina e do diesel obtido do petróleo, porém, o óleo vegetal é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2, bem como livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. É formado unicamente de carbono (C), hidrogênio (H) e um pouco de Oxigênio (O), numa proporção estimativa de C60H120O6.

No entanto, será que óleos vegetais têm condições de substituir o portador energético fóssil do "petróleo", pelo menos de forma aproximada? Qual é o potencial de obtenção de óleos vegetais na Alemanha e no mundo inteiro? Será que o plantio de oleaginosas e de alimentos não se excluem mutuamente? Que posição ocupam, comparativamente, o biodiesel, o bioetanol [álcool] e o biogás? E porventura o combustível ideal do futuro não se chama sun fuel, no qual atualmente estão apostando euforicamente a VW e a Daimler-Chrysler?


Na seqüência serão abordadas brevemente essas e outras questões relativas à eficácia da produção, à tolerância ambiental e aos custos dos combustíveis.

2. Óleo vegetal e outros biocombustíveis
Quando se compara, no tocante ao ponto de ebulição e à densidade energética, o óleo de canola com hidrogênio, biometanol, bioetanol, biogás (biometano) e biodiesel (cf. Tabela 1), ele se destaca de forma extraordinária. O alto ponto de ebulição (>240 °C) atesta sua não-periculosidade (difícil combustão, sem risco de explosão, não volátil), e sua densidade energética é a maior de todos os biocombustíveis. Em comparação, a densidade energética de biometano e bioetanol representa 67% do óleo de canola, a do biometanol é de 54%, e a do hidrogênio líquido (a -253 °C) é de apenas 25%.




Tabela. 1: Algumas características de combustíveis selecionados

Fontes: OECD 1997, in. "Technikfolgenabschätzung Brennstoffzellen-Technologie" Deutscher Bundestag 8 de Janeiro de 2001. Drucksache 14/5054, p. 150. WIDMANN 1998 (Landtechnik Weihenstephan)

No caso do óleo vegetal em estado natural, o dispêndio necessário para produzir o combustível é mínimo. Somente de 5 a 15% de energia externa precisam ser investidos em sua obtenção. Por isso ele tem os melhores índices em termos de eficiência energética, com 85 a 95% (cf. Gráfico 1 [?]). Enquanto o biodiesel, com cerca de 70%, também atinge um percentual bastante positivo, conforme ZUBERBUHLER et al. (2003), o hidrogênio e o metanol estão entre 50 e 60 %‚ porém o sun fuel (FT-Fuel ou BTL= Biomass To Liquid) entre 30 e 40%.

Até o presente os defensores do "combustível ideal", o sun fuel (e de outra produção de gás sintético, disponibilização adicional de hidrogênio, síntese de Fischer-Tropsch), ficaram devendo à política e à opinião pública um balanço exato da dispendiosa cadeia de processamento. No entanto, considerações fundamentais apontam para o fato de que a eficácia energética do sun fuel nem sequer chegaria a 20% (KAISER & SCHRIMPFF, 2003). Além disso são viáveis, na teoria, apenas usinas de produção central da ordem de cerca de 1.000 MW. Contudo usinas de hidrogênio e metanol na realidade poderiam ser estabelecidas já a partir de 10 MW. A produção de biodiesel e sobretudo de óleo vegetal, porém, pode ser processada de forma descentralizada em mini-usinas notadamente menores de 1 MW.

No que diz respeito às emissões climaticamente relevantes que ocorrem ao se produzir e utilizar os biocombustíveis, bem como aos preços dos combustíveis, o biogás, o biodiesel e principalmente o óleo vegetal apresentam índices positivos insuperáveis (cf. Gráfico 2 [?]). Infelizmente o bioetanol [álcool] não aparece no gráfico, mas deve se situar no segundo quadrante inferior, entre o metanol de madeira e o biogás, sobretudo se surgirem instalações combinadas de bioetanol e biogás, em propriedades rurais, capazes de aproveitar o efeito de sinergia de ambas as instalações geradoras, bem como distâncias curtas de transporte (SCHRIMPFF, 2003, p. 20).

3. Potenciais do óleo vegetal

Quando se considera que no mundo todo são conhecidas cerca de 270.000 variedades de plantas, das quais mais de 30.000 são consideradas comestíveis, mas que somente 120 espécie possuem importância no plantio, das quais por sua vez apenas 9 espécies suprem 75 % do alimento humano, descobre-se a que simploriedade alimentar se restringe a moderna sociedade humana, apesar da imensa biodiversidade natural.

O que vale para a área dos alimentos ocorre de forma mais intensa no campo do aproveitamento de oleaginosas: na Alemanha são cultivados quase exclusivamente a canola (>80%) e, além dela, girassol e linho em quantidades dignas de nota. Contudo entre nós poderiam ser cultivadas mais de 15 oleaginosas (p. ex., beterrabas, nabo forrageiro, camelina sativa, 3 espécies de mostarda, saflor, stachys sylvatica, tremoços, linho-cânhamo, etc.). No âmbito europeu esse número chegaria até cerca de 50 espécies, e no mundo todo provavelmente a mais de 2.000 espécies. Em última análise, contêm óleos ou gorduras vegetais todas as sementes e o pericarpo de várias árvores (p. ex., abacate, palma de dendê).

Por mais numerosas que tenham sido as cultivares em vista da melhoria de rendimento de óleo ou da modificação do padrão de ácidos graxos em algumas poucas oleaginosas (novamente em especial a canola e o girassol) quanto à qualidade do óleo comestível ou para usos industriais, praticamente não houve até o presente nenhum trabalho criativo no que se refere ao aproveitamento de óleos vegetais como portadores de energia (cf. SCHUSTER, 1992). Ou seja, o potencial qualitativo permanece praticamente inexplorado.

Também o potencial quantitativo é pouco conhecido. Apesar disso podem ser citados números confiáveis de referência. Na hipótese de que na Alemanha seja produzido óleo vegetal unicamente a partir da bem desenvolvida canola-00, que apresenta uma produção de grãos de cerca de 4 toneladas por hectare com teor de óleo de mais de 40%, seria possível calcular um rendimento teórico de 1,6 t/ha. Na prensagem à temperatura ambiente sem sucção o aproveitamento é de 85%, de modo que se poderão obter 1,36 t/ha de óleo de canola. Como a canola somente pode ser plantada a cada 4 anos na mesma área, é possivel aproveitar com canola no máximo um em cada 4 hectares. De 12 milhões de ha de área agricultável na Alemanha, portanto, 3 milhões de ha poderiam ser cultivados com canola, que renderiam 4 milhões de toneladas de óleo vegetal (1,36 t/ha x 3 milhões de ha) por ano.

De acordo com o Ministério de Economia, o consumo interno de combustível diesel no país foi de 26,3 milhões de toneladas em 1997. Tomando como pressuposto um consumo idêntico dos motores no uso de combustível diesel e de óleo vegetal, a agricultura alemã estaria matematicamente em condições de produzir 15% (4 ÷ 26,3) do atual consumo de diesel. O consumo médio atual de combustível no setor diesel (inclusive caminhões e ônibus) pode ser estimado em 11 km por litro. Veículos de 33 km por litro (p. ex., o VW-Lupo) já estão sendo comercializados, e há desenvolvimentos plausíveis em direções de veículos que fazem 66 km por litro (p. ex., o L22 da empresa Loremo em Munique). Se houver sucesso em reduzir o consumo médio para 33 km por litro, a agricultura poderia suprir quase a metade (45%) da demanda de diesel.

No entanto, ao refletirmos sobre o potencial dos óleos vegetais não nos deveríamos limitar às fronteiras da Alemanha. Tampouco há necessidade de nos limitarmos à União Européia (que em futuro próximo talvez já poderia substituir 80% de sua demanda de combustível diesel por óleos vegetais). De qualquer modo não fazemos isso em relação aos combustíveis atuais (diesel e gasolina): bem menos de 1% do petróleo necessário na Alemanha é oriundo de poços de petróleo alemães!

Na perspectiva mundial o potencial de óleos vegetais é suficiente até mesmo para cobrir a necessidade atual de petróleo. Um cálculo – admitidamente bastante simplificado – com o cultivo de apenas uma oleaginosa exemplar – a palma de dendê nos trópicos – poderá comprová-lo (cf. Tabela 2).



Tabela 2: O potencial mundial de óleos vegetais, referido ao cultivo de uma dentre mais de 2.000 oleaginosas: a palma de dendê africana (Elaeis guineensis)

Em relação à África seriam necessários 12% da área, e em nível mundial se demandariam 2,6%.

Evidentemente ninguém poderá esperar seriamente que um oitavo da superfície da África seja plantado com palmas de dendê, já por razões ecológicas e climáticas. Mas cada país do mundo pode cultivar suas próprias oleaginosas nativas em 1 a 5% de sua superfície, oleaginosas que em parte crescem como "inço" (p. ex., mamona nos trópicos, noz purgante na região do Sael e camelina sativa na Europa Central). De qualquer modo os potenciais de oleaginosas são extremamente superiores ao que imaginamos à primeira vista. Graças às demais fontes renováveis de energia na combinação da energia solar e às técnicas de economia de energia, até aqui pouco utilizadas, temos à disposição uma vasta gama de possibilidades realizáveis.

4. Plantio de oleaginosas em concorrência com o plantio de alimentos?
Neste ponto se levanta com freqüência a objeção de que áreas cultivadas com palmas de dendê ou outras oleaginosas viriam a faltar para a produção de alimentos, e de que isso seria algo inadmissível em vista da falta de alimentos justamente no Terceiro Mundo. Contudo, será que isso de fato exclui o plantio para a produção de alimentos?

Quando se subentende que também no futuro a agricultura continuará praticando o sistema de monoculturas, a objeção acima parece ser irrefutável. Porque é evidente que um terreno cultivado em dado momento exclusivamente com canola não está disponível no mesmo período para o plantio de cereais. No entanto, essa perspectiva é míope, desconsiderando dois aspectos do plantio de canola, respectivamente do cultivo de oleaginosas em si, que em última análise resultam em proveito para a produção de alimentos:

1) Canola ou outras oleaginosas são (ou podem vir a ser) excelentes cultivos prévios para o plantio imediatamente subseqüente de cereais: a considerável massa de raízes das oleaginosas, que via de regra é profunda e permanece na terra, é decomposta por organismos no solo, representando um incremento do metabolismo de carbono e húmus do solo. Além disso as raízes dos cereais crescem predominantemente para dentro dos ocos deixados pelas raízes das plantas prévias, motivo pelo qual conseguem acessar uma extensão maior do solo. A conseqüência é que há uma produção significativamente maior de cereais, sem adubação adicional, uma experiência amplamente difundida e entrementes globalmente reconhecida.

2) Na colheita e no processamento descentralizado dos grãos de canola resultam dois preciosos produtos: cerca de 1.000 kg/ha do desejado óleo de canola (que, aliás, no caso de canola-00, também é um excelente óleo comestível) e 2.000 kg/ha da torta de canola, um substituto ideal para o farelo de soja, que precisa ser importado, como ração na criação de gado e suínos. Quando não se utiliza o óleo de canola como comestível, mas como combustível, continua disponível pelo menos o dobro de torta de canola, rica em proteínas e sais minerais, que poderia ser utilizada não apenas como ração animal, mas – após o devido preparo – também como alimento humano. Igualmente no caso do dendê resulta, além do óleo obtido do pericarpo e do caroço, uma polpa ainda gordurosa, rica em proteínas e por isso extraordinariamente nutritiva, que, cozida, é muito apreciada pela população nativa.

Resultado

As experiências descritas na Baviera evidenciam que, no plantio conjugado, não ocorre nenhuma diminuição ou apenas uma diminuição inexpressiva, na produção de alimentos, mas que é possível obter adicionalmente óleos vegetais como combustíveis a partir de "inços" em proporções nada desprezíveis.

Fonte:

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Resumo do Jatropha World Congress

02.07.2008 - Depois de dois dias discutindo as experiências com o pinhão manso, pesquisadores renomados do Brasil e do Mundo unificaram resultados de trabalhos científicos no Jatropha World Congress e o 2º Dia de Campo nos dias 20 e 21.
Um dos pontos fortes do evento foi o anúncio da sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo que trabalha com pinhão manso. E também a parceria público privado firmado entre Embrapa Agroenergia e representantes do setor privado, grupo no qual estão inclusos os idealizadores do evento, Saudibras e Biotins, e Instituições Técnicas do Estado do Tocantins como o Ruraltins, UFT e a UNITINS, durante o primeiro workshop em Jatropha para produção de biodiesel.

O evento internacional atraiu inúmeras pessoas, pesquisadores renomados de agroenergia, investidores e agricultores. Foram 16 Estados brasileiros representados, além da participação de 32 grandes empresas como Petrobras, Brasil Ecodiesel, Bayer CropScience, Jacto, BioNorte, IKEDA, BioNasa, entre outras. Além de 17 empresas estrangeiras representada por 39 pessoas de diversos países como Holanda, Cuba, Argentina, Equador, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.

Os interessados conheceram a maior lavoura de pinhão manso contínua e de extensão do país, com 3 mil e 100 hectares de área plantada com recursos próprios. E mais 1000 hectares da agricultura familiar com apoio do Banco da Amazônia. Outro parceiro do projeto é o governo do Estado do Tocantins através do Ruraltins e da Seagro que proporciona o fomento da cultura e assistência técnica aos agricultores familiares. Toda a área já possui contrato de compra garantido pela Biotins Energia. Autoridades estaduais e municipais do Tocantins também estiveram no evento realizado em Palmas e em Caseara e anunciaram apoio à ampliação da cultura e a inserção social no Estado.

Para o diretor presidente da Biotins Energia, Eduardo Bundyra, desde a realização do evento em 2007, o pinhão manso tem surtido efeitos positivos ao Tocantins. “O evento do ano passado teve como resultado principal o fomento dos produtores de Agricultura Familiar, a abertura de Crédito pelo Banco da Amazônia para o Pinhão Manso, e a consolidação do apoio do Ministério da Agricultura a oleaginosa como alternativa”, disse o empresário. Com a realização da segunda edição em 2008, a meta e atingir mais 5 mil hectares plantados, por terceiros, tanto por pequenos, médios produtores, como da Agricultura Familiar.

Outra novidade anunciada no maior evento internacional que discutiu especificamente o pinhão manso no país, foi à sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo, a “D1 Plant Sciences Jatropha Curcas” que trabalha o programa de pesquisa, melhoria genética e proposta de descritores. O presidente da empresa, Henk Joos, despertou interesse pelo Tocantins durante o evento.

Segundo o presidente da ABPPM – Associação Brasileira de Produtoras de Pinhão Manso, Mike Lu, a previsão é que a empresa seja instalada no Brasil, em agosto deste ano, com oito campus de experimentos no país e em diversos Estados, sendo dois centros de desenvolvimento e uma empresa pesquisadora de sementes. E as terras agricultáveis do Tocantins tem sido um atrativo.


Workshop Embrapa
Durante o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel realizado pela Embrapa Agroenergia, que ocorreu na Fazenda Bacaba, foi firmada uma parceria público-privada entre instituições e empresas. A reunião resultou em um documento orientador dos setores público privado constando às contribuições sobre diversos temas de Pesquisa, em três vertentes: Agronômica, Industrial e Transversal. O documento será publicado nos anais do evento e em Cd Rom que deve conter ainda as palestras proferidas no Jatropha World Congress e dia de campo. Assuntos como o levantamento do Estado da Arte das pesquisas com pinhão manso; problemas mais relevantes à consolidação de Redes de Pesquisas com Pinhão Manso; e aspectos técnico-científicos e legais da cultura também foram discutidos pelos profissionais.

Para o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld, um dos aspectos importantes da reunião, foi à forma de estabelecimento da agenda numa parceria público – privada de pesquisadores com empresários e investidores que firmaram um acordo dos principais problemas tecnológicos que deverão ser objetos de projetos de pesquisa.

O workshop contou com a participação de 12 representantes da Embrapa Agroenergia, Cerrados, Meio Norte, Algodão, Semi-árido, Agropecuária Oeste, de diversos Estados brasileiros, realizou o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel. Fizeram parte ainda das discussões, representantes da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, da EBDA - Empresa baiana de desenvolvimento agrário; Empaer - Empresa de pesquisa agropecuária do Mato Grosso do Iac - Instituto agronômico de campinas, do Iapar - Instituto agronômico do Paraná, Fuserman - Diretor executivo do projeto Jatropha de Pinhão Manso da Refinaria Nacional de petróleo vegetal de Minas Gerais entre outras empresas de biodiesel.

Pesquisa
O pinhão manso, segundo uma das pesquisadoras da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, Heloisa Mattana Saturnino, começou a ser estudada há mais de 20 anos pela instituição. Somente em 2004 os trabalhos de pesquisa se intensificaram, com o reinicio de um estudo e coleção de plantas e sementes.

Nos últimos quatro anos vem se estudando sobre os campos de observação do pinhão manso, de desenvolvimento em cada lugar, de levantamento de pragas e doenças, de irrigação e adubação necessária. O estado nutricional da lavoura e o efeito de competição da erva daninham além da quantidade de sementes.

Para a pesquisadora da Epamig, Heloisa, uma das vantagens é o fato da planta ser perene que reduz os riscos com a lavoura. Outro fator é o acumulo de água que a planta armazena servindo como mecanismo de defesa próprio. Possui raízes que ajuda na proteção do solo para evitar erosão, e as folhas que caem servem pode proteção para o solo. O pinhão tolera a seca e sobrevive em condições de 200 milímetros de chuva.

A Embrapa Agroenergia, considera o pinhão manso, uma matéria-prima potencial para produção de biodiesel. O óleo é considerado um dos melhores para produção de biodiesel e indicado para exportação. A outra vantagem é inserção da cultura na cadeia produtiva da agricultura familiar.

Comitê da Bioenergia

A realização do Congresso e do dia de campo foi uma das medidas para o fortalecimento da Rede de Pesquisa em pinhão manso, que esta se consolidando desde o inicio deste mês no Tocantins. A rede está dentro do Comitê de Bioenergia que faz parte do Mercoeste, no momento está em processo de constituição e consolidação dos eixos específicos de pesquisa. De acordo com um dos principais pesquisadores da cultura de pinhão manso no Estado do Tocantins, professor Eduardo Erasmo da UFT - Universidade Federal do Tocantins - campus de Gurupi, após a formatação dos eixos, será realizada a elaboração de projetos específicos e o processo de captação de recursos em agências financiadoras.

De acordo com o pesquisador, Erasmo, integrante primordial da Rede de pesquisa em pinhão manso no Estado, desenvolve um trabalho de pesquisa, na Fazenda Bacaba no município de Caseara juntamente com dois professores doutores e oito estagiários. O trabalho visa à avaliação de herbicidas (controle de plantas daninhas) e a adubação potássica em cobertura para descobrir qual a quantidade de adubo adequada para o crescimento do pinhão manso. “O projeto tem suma importância, porque trará respostas cientificas confiável para a produção”, disse o pesquisador.

O pesquisador afirmou ainda que a planta tem grande potencial, é fácil ser estabelecida tanto por pequenos como grandes produtores do Tocantins, devido a facilidade de adaptação em solos mais fracos e época de seca. O projeto de pesquisa vem sendo desenvolvido na Fazenda a cerca de seis meses.

Devido ao grande investimento da cultura no Tocantins, recentemente, pesquisadores motivados pela Saudibras – Empreendimentos Agropecuários, no dia cinco de junho de 2008, na capital Tocantinense, foi formada uma rede de pesquisa do pinhão manso. Faz parte da rede, representantes da Saudibras, Biotins-Energia, Fieto – Federação das Indústrias do Tocantins, Iel – Instituto Euvaldo Lodi, Untins – Fundação Universidade do Tocantins, UFT – Universidade Federal do Tocantins, Ceulp/Ulbra, Universidade Católica e Escola Técnica Federal, fazem parte da rede de pesquisa que está inserida no Comitê de Bioenergia e Derivados no Tocantins inserir do Mercoeste. A proposta a partir de agora é inclusão do projeto no PAC – Programa Aceleração do Crescimento e buscar recursos com ouros fundos para acelerar as pesquisas.

Fonte: