Considerações Importantes
O pro-álcool, sem a complementação com pró-óleo, foi um programa importante, porém cheio de falhas:
- Não resolveu, nem resolverá o problema da dependência do petróleo devido à inflexibilidade no refino do mesmo.
Em um barril de petróleo, obtêm-se cerca de 30% de cada das frações mais importantes: gasolina, óleo diesel e óleos lubrificantes.
Ao substituir a gasolina, tem-se esta como excedente, tendo-se que processar as mesmas quantidades de petróleo, não resolvendo o problema da dependência.
O mais grave do pro-álcool é a necessidade de se utilizar um motor específico que não permite a utilização alternada entre álcool e gasolina, quando for interessante para o país.
Pro-óleo:
O pro-óleo ao contrário do pro-álcool, possui vantagens incomparáveis; uma delas é poder substituir quase todos os derivados, diretamente e/ou por processos físico-químicos. Sem modificação nos sistemas - motores bombas etc.
Dendediesel (biodiesel de dendê)
Dendediesel é o óleo de dendê ("palm-oil") puro ou modificado - em misturas ou transformado para substituir o óleo Diesel sem modificações nos sistemas. O óleo de dendê, substitui também outros derivados do petróleo e serve de base para química-fina, oleoquímica e gliceroquímica.
Você sabia?
1. Que com uma área de cinco milhões de hectares de dendê, o país seria auto-suficiente em óleo Diesel, supondo uma produtividade média de 4 toneladas/hectare-ano, que é modesta em relação ao potencial hoje possível de 8 toneladas/hectare-ano?
2. Que isso poderia gerar vários milhões de empregos diretos e indiretos, abrindo inclusive perspectivas agroindustriais, com múltiplas possibilidades de geração de renda, bem como geração de outros postos de trabalho?
3. Que o dendê pode constituir um grande aliado do álcool a partir da cana-de-açúcar, mandioca, batata, beterraba, abacaxi, etc, uma vez que estes e o dendê são cultivos complementares e um pode contribuir para consolidar o outro, através de misturas ou reações químicas do álcool com o óleo?
4. Que o motor do ciclo Diesel foi criado para usar óleo vegetal como combustível?
Vantagens
1- Agrícolas:
1.1- Durante a implantação.
- Produção de alimentos, por culturas de subsistência de ciclo curto.
1.2- Durante a produção.
- Produção de energia sem exportação de nutrientes minerais.
- Produção integrável, permitindo objetivos diversificados.
- Produção paralela de proteínas, energia calorífica e insumos para diversos fins.
2- Técnicas:
- É uma solução universal. Não requer modificações nos sistemas que o utilizam (tanques, bombas e motores), nem capacitação técnica especial.
- Consome energia própria e produz excedentes para outras aplicações.
- É de fácil manuseio, transporte e armazenagem.
- Proporciona aos motores autonomia e durabilidade, bem maiores do que outros combustíveis.
- Permite a geração de energia elétrica, a baixo custo, para diversos fins, inclusive para irrigação em regiões distantes das redes de alta tensão.
- Permite substituir, diretamente, óleos combustíveis de origem fóssil em motores de grande porte, caldeiras, fornos, etc, (para navios, máquinas pesadas, indústrias e geração termoelétrica).
3- Econômicas:
Baixo custo de produção: (um terço do preço médio do óleo diesel europeu), poderá ser produzido e comercializado em moeda nacional, desvinculado da moeda americana, ao contrário do petróleo nacional e gás natural (nome estranho para um gás fóssil como o petróleo).
No Brasil, a política de preços dos derivados de petróleo é muito distorcida, inviabilizando algumas alternativas importantes, como a maioria das plantas oleaginosas e gorduras animais, mas não atinge o dendê que é a oleaginosa de maior potencial produtivo que se conhece.
- Baixo custo de investimento para produção de óleo.
- Baixo custo de transporte e distribuição.
Com a infinidade de plantas oleaginosas existentes no país, poderemos ter:
- Alternativas para o curto prazo: mamona, amendoim, soja, licuri, babaçu, etc.
- Alternativas para o médio prazo: extrativismo, palmáceas (dendê com culturas anuais intercaladas), peões etc.
- Alternativas para o longo prazo: dendê e outras matérias modificadas geneticamente (Transgênicos - não destinados para o consumo humano, direta ou indiretamente).
4- Sociais:
- Fixação do homem no campo em condições dignas, reduzindo a necessidade de novos investimentos em infra-estrutura nas cidades, conseqüente da migração intensiva de trabalhadores rurais desempregados.
- Geração de novos empregos - diretos e indiretos - tendo como resultado a redução da violência urbana entre outras, com a possível reversão das migrações.
- Ocupação de grandes áreas, ameaçadas por interesses internacionais, com um programa de grande alcance social e estratégico.
- Distribuição de renda mais eqüitativa.
5 - Ecológicas:
- Promove reversão do efeito estufa na fase de implantação do programa.
- Não é nocivo e nem tóxico.
- Não é explosivo nem inflamável à temperatura ambiente.
- Não provoca danos ecológicos por vazamentos em oleodutos, navios, tanques, etc. É biodegradável e permite a preservação ambiental.
- Não contribui para a chuva ácida pois não contém enxofre em sua composição.
6 - Nacionais:
- Proporciona a melhor forma de tornar o país auto-suficiente e exportador de combustíveis líquidos indefinidamente.
- Propicia economia de divisas, pela redução gradativa das importações de petróleo e derivados.
- Permite menores custos, pela possibilidade de produção local.
- Assegura suprimento seguro de energia, sem temores quanto a conflitos internacionais e nacionais (guerras, greves etc.)
- Permite dispensar investimentos em grandes usinas, ou linhas de transmissão para atendimento local de energia em regiões com pequena demanda.
- Assegura uma política energética flexível.
Aumenta o prestígio internacional do país, com a implantação de um programa ecologicamente equilibrado (selo verde).
Obs.: as tecnologias do dendediesel (biodiesel de dendê) podem ser aplicadas a outras fontes de óleos e gorduras, vegetais e animais.
Estas informações vêm sendo divulgadas em eventos diversos desde 1980 por:
Hernani Sá - ernanisa@uol.com.br, tel. 73 634-7945
Engenheiro químico (1966), com formação complementar em engenharia de petróleo, professor universitário na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Pesquisador no centro de Pesquisas da Petrobras-CENPES, no Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e no Centro de Pesquisas do Cacau -CEPEC/CEPLAC. Estudi
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terça-feira, 13 de março de 2007
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