domingo, 28 de janeiro de 2007

Os biocombustíveis e o efeito estufa

Dr. Eugênio Celso Emérito Araújo, Dr. Valdemício Ferreira de Sousa, Pesquisadores Embrapa Meio-Norte - Teresina-Piauí

Estima-se que, atualmente, cerca de 7,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono são lançados à atmosfera no período de um ano e, mantida a mesma tendência atual, no ano 2100 serão 26 bilhões de toneladas anuais. Essa grande quantidade de carbono lançada à atmosfera, além da queima de combustíveis fósseis está ligada também às mudanças no uso da terra. Como conseqüência, desse aumento da concentração de gás carbônico (CO2), ocorre o chamado efeito estufa (aumento de temperatura devido ao aprisionamento da radiação de onda longa emitida pela terra). De acordo com especialistas de todo o mundo, esse aumento da concentração de gás carbônico pode resultar em mudanças permanentes no clima, imprimindo novos padrões no regime dos ventos, na temperatura, na pluviosidade e na circulação dos oceanos, acarretando profundas modificações nas condições de vida na Terra. Assim sendo, tem-se um consenso mundial de que estratégias devem ser estudadas e empregadas para redução da concentração do CO2 atmosférico, na tentativa de reduzir o risco de eventuais catástrofes mundiais. Entre as estratégias para redução da concentração de gás carbônico na atmosfera, destacam-se: a) a redução das emissões originadas da queima de combustíveis fósseis; b) a redução das emissões oriundas da queima de material vegetal e uso do solo; e c) o seqüestro do carbono por meio do plantio e manejo de culturas e florestas.

As estratégias para redução das emissões de CO2 via substituição parcial ou total dos combustíveis fósseis, têm avançado consideravelmente. O caminho mais trilhado tem sido via a sua substituição por biocombustíveis, especialmente o etanol e o biodiesel. Nesse sentido o Brasil tem se destacado no cenário mundial, por ser um dos países com a matriz energética com os maiores índices de participação de energias renováveis (35% em comparação à média mundial de 13%). O país é também referência mundial em geração de tecnologia e uso comercial do álcool combustível e estabeleceu recentemente uma série de políticas públicas para a inserção do biodiesel na sua matriz energética e vislumbra-se também que o país ocupará papel de destaque como exportador desses biocombustíveis, bem como, das tecnologias utilizadas em todos os segmentos de suas cadeias produtivas.

A consciência ambiental dos consumidores, especialmente dos países desenvolvidos e os acordos internacionais, como o protocolo de Kyoto, têm forçado os governos a adotar políticas de mitigação dos impactos ambientais das fontes correntes de energia, com destaque para a inserção dos biocombustíveis. Assim, a maioria dos países da Europa está adotando programas de uso desses biocombustíveis o que tem elevado bastante as projeções da sua demanda mundial, sendo que o Brasil é visto como um dos principais supridores dessa demanda.

Estimativas para 2010 apontam um aumento de 40% na produção mundial de álcool, para atender essa demanda energética, havendo necessidade da incorporação de 2 milhões de hectares de cana-de-açúcar e de aumento de produtividade nas áreas tradicionais de cultivo. Cerca de 75% dos 18 bilhões de litros de álcool produzidos anualmente no Brasil estão na região sudeste e os 25% restantes na região canavieira tradicional da zona da mata do nordeste, nos estados de Pernambuco, Alagoas e Sergipe.

Por outro lado, a Lei 11.097 de 13 de janeiro de 2005, determina que a partir de 2008 deve ser adicionado 2% de biodiesel a todo óleo diesel comercializado no país e que esse percentual passe para 5% a partir de 2013. Para atender à lei será necessário a produção de 800 milhões de litros de biodiesel em 2008 e 2 bilhões de litros em 2013 se fosse mantido o consumo atual de 40 bilhões de litros de diesel por ano. A capacidade atual de produção nacional de cerca de 85 milhões de litros de biodiesel é insuficiente para atender a demanda prevista e aumentar significativamente até 2013.

Os cenários de futuro apontam que a região sudeste está no limite de sua capacidade produtiva e que no centro-oeste haverá competição com os cultivos tradicionais. Vislumbra-se então, uma região de expansão, ainda não fortemente ocupada por cultivos tradicionais e com grande probabilidade de geração de estoques excedentes de biocombustíveis visto a menor frota de veículos em comparação com o sudeste. Essa região de expansão está configurada pelos estados de Tocantins, Maranhão e Piauí, cujas condições ambientais, de solo, clima e recursos hídricos permitem explorações, em larga escala, de matérias primas para biocombustíveis. Além disso, destaque-se a riqueza dessa região em espécies vegetais nativas com grande potencial para a produção de óleo para biodiesel, como é o caso do babaçu, pinhão manso, pequi, tucum, macaúba, etc, que estão sendo estudadas e domesticadas para serem inseridas nos sistemas produtivos.

Fonte: ZooNews

Tropeço do biodiesel

O programa nacional do biodiesel sofreu o primeiro tropeço no final do ano passado. Algumas empresas que venderam o combustível nos quatro leilões promovidos pela ANP não entregaram a primeira leva do produto.
O prazo era 27 de dezembro de 2006. O fato não chega a preocupar o órgão regulador, porque a presença de grandes empresas – como Caramanuru, Granol, Petrobras e Barralcool – entre os possíveis fornecedores deve assegurar a maior parte da oferta dos cerca de 840 milhões de litros que serão necessários em 2008 para cumprir o que determina a legislação.
As empresas que não cumpriram o contrato – equivalente aos 20% do que foi vendido no leilão – devem passar por um novo crivo da ANP que pode levar à perda de 100% do contrato e até da licença de produção.
A agência avalia que a causa dos atrasos foram, principalmente, mal planejamento e atraso da entrada em operação das empresas.

Do Blog BIOCOMB

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

Brasil abraça biodiesel sem plano estratégico

Todos os caminhos do biodiesel brasileiro, hoje, levam à UE (União Européia). Ao mesmo tempo em que é grande o potencial do produto nacional de entrar em um mercado importante, barreiras econômicas, ambientais e logísticas poderão impedir que esse fluxo tenha início.

Especialistas afirmam que, ao ir com muita sede ao pote do combustível verde, os produtores brasileiros e o governo poderão ver muitas oportunidades serem perdidas, por falta de um plano estratégico.

"O Brasil ainda não exporta biodiesel, apesar de estar perto disso. Há uma série de barreiras externas que não podem ser desprezadas neste momento", disse à Folha o consultor em energia Roberto Kishinami.

A UE já anunciou sua opção pelo biodiesel. No documento "Visão para 2030", lançado no ano passado, fica claro que o objetivo do grupo europeu é chegar daqui a 23 anos com um quarto de seu sistema de transporte funcionando com combustíveis não-fósseis. Na semana passada, o bloco anunciou uma meta de redução de 20% nas suas emissões de gases de efeito estufa --novamente, com auxílio dos biocombusíveis.

Na próxima quarta-feira, nos EUA, o presidente George Bush fará seu discurso anual no Congresso. Na pauta, a importância estratégica de apostar todas as fichas no etanol.

"A Alemanha já definiu uma posição de restrição à importação de biocombustíveis que não comprovem cumprir com preocupações socioambientais", avisa o consultor.

Isso significa que óleo nenhum será comprado de lavouras onde existirem trabalho infantil ou escravo, onde houver desmatamento e uso excessivo de pesticidas, além do plantio das polêmicas sementes geneticamente modificadas.

Segundo Kishinami, a posição alemã já foi submetida aos dirigentes da UE, que deverá adotar a prática. "Essas questões são certamente ampliadas pelo lobby dos agricultores europeus, que não querem concorrência com o Brasil ou qualquer outro país competitivo".

O próprio presidente da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Silvio Crestana, está ciente dessas dificuldades. Segundo ele, lá fora, existem hoje duas críticas principais ao país.

"A primeira é sobre a falta de garantia de um fornecimento regular. A segunda é sobre a certificação." Para o presidente da Embrapa, ligada ao Ministério da Agricultura, está na hora de o Brasil se preocupar com a questão da "acreditação". "Quem estiver fora dos padrões terá feito o investimento e não conseguirá vender depois", afirma.

O próprio Crestana compara a construção do projeto do biodiesel brasileiro a uma casa. "Nós, muitas vezes, começamos a obra pelo telhado. Não podemos esquecer a produção de biomassa", lembra o dirigente público.

Dentro dessa falta de planejamento nacional, Weber Amaral, diretor do Pólo Nacional de Biocombustíveis, órgão também criado pelo Governo Federal que funciona no campus da USP (Universidade de São Paulo) em Piracicaba, prefere fincar bem os pés na terra.

"Antes de mais nada é bom dizer que os biocombustíveis não são a solução de todos os nossos problemas. Em escala mundial, eles vão responder por, no máximo, 20% da demanda energética. Nunca haverá uma participação maior do que essa", disse.

Para Amaral, faltam planos estratégicos que identifiquem os principais gargalos para o mercado dos biocombustíveis de uma forma geral. "O Brasil não tem, por exemplo, uma padronização do álcool que é exportado hoje", lembra.

Em 2006, foram mandados para o exterior 3 bilhões de litros de etanol. A maior parte dessa produção foi descarregada nos Estados Unidos. O biodiesel, no curto prazo, não deve pesar muito nas exportações.

Monopólio

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, do primeiro governo Lula, também sabe da importância de não tratar a questão do biodiesel como uma panacéia. "Temos que ter cuidados com os grupos que querem apenas se aproveitar da situação e que não estão totalmente envolvidos nesse processo", disse Rodrigues, agora professor da USP.

O ex-ministro, que coordenou um evento sobre o tema no fim do ano passado no IEA (Instituto de Estudos Avançados), diz crer no potencial da agricultura brasileira, principalmente em relação a produção de etanol e biodiesel. Para ele, isso não será o problema.

No mesmo evento, entretanto, vários gargalos internos foram discutidos pelos debatedores. Para Guilherme Dias, da FEA (Faculdade de Economia e Administração da USP) o desenho do modelo, baseado no monopólio da Petrobras em vez da gestão descentralizada do biodiesel, é algo que preocupa.

"Além disso, é preciso ter em mente que haverá uma competição entre as plantações de biomassa para óleo vegetal e para a alimentação humana. Não adianta dizer que não", afirma o economista.

Para ele, o biodiesel deve competir com o óleo diesel, dentro de uma verdadeira lógica de concorrência. "E isso não ocorre com o atual sistema nacional de leilões [pelos quais a Petrobras compra biodiesel dos produtores]", disse.

Ineficiente

Para Amaral, da USP, ainda são muitas as variáveis internas que precisam ser dimensionadas, antes mesmo da ponta da cadeia produtiva. "Por causa da questão logística, a matéria-prima tem de estar sempre perto da indústria. Não é apenas o preço final do biodiesel que importa. É preciso saber qual o balanço energético, e de carbono, que cada uma das matérias-primas em questão apresentam."

Segundo as contas de Amaral, baseadas em vários estudos, a soja --que desponta como a matéria-prima de escolha do Brasil-- é uma das piores opções, se levada em conta somente a questão energética.

Além de o volume de líquido extraído dela ser pequeno (apenas 18% do grão de soja vira óleo), ela tem uma relação de quatro para um entre a energia produzida e consumida: ou seja, um quarto do teor energético de uma saca de soja equivale ao que foi gasto para cultivá-la.

Cana campeã

O campeão nesse quesito é o etanol, que tem um índice energético médio de dez (gera dez vezes mais energia do que se consome em sua produção).
O dendê, cultivado na Amazônia brasileira, apresenta um índice 5. As variações dependem do tipo de estudo feito, que leva em conta topografia, clima e solo de cada região.

Na categoria quantidade de óleo por planta, o girassol, a mamona, o algodão, o pinhão-manso, o amendoim e o dendê estão na frente da soja. Entre todos esses vegetais, pode-se tirar de 30% a 60% de óleo vegetal de cada grão.

O Brasil, que investiu entre 2003 e 2005 a quantia de R$ 16 bilhões em projetos realizados sobre o biodiesel, vai investir o dobro nos próximos dois anos, também por essa mesma via.

Isso, com o intuito de gerar conhecimento científico de qualidade em todos os estados da Federação e ainda recursos humanos que sejam capazes de desatar os nós tecnológicos que vão surgir. Tudo indica, porém, que é essa é a parte mais fácil de resolver dessa equação.

EDUARDO GERAQUE
da Folha de S.Paulo

Fonte:

Matérias-primas para o biodiesel no Brasil

As matérias-primas para a produção de biodiesel são: óleos vegetais, gordura animal, óleos e gorduras residuais. Óleos vegetais e gorduras são basicamente compostos de triglicerídeos, ésteres de glicerol e ácidos graxos. O termo monoglicerídeo ou diglicerídeo refere-se ao número de ácidos. No óleo de soja, o ácido predominante é o ácido oléico, no óleo de babaçu, o laurídico e no sebo bovino, o ácido esteárico.

Algumas fontes para extração de óleo vegetal, com potencial para ser utilizado na produção de biodiesel, são: baga de mamona, polpa do dendê, amêndoa do coco de dendê, amêndoa do coco de babaçu, semente de girassol, amêndoa do coco da praia, caroço de algodão, grão de amendoim, semente de canola, semente de maracujá, polpa de abacate, caroço de oiticica, semente de linhaça, semente de tomate e de nabo forrajeiro.

Entre as gorduras animais, destacam-se o sebo bovino, os óleos de peixes, o óleo de mocotó, a banha de porco, entre outros. Os óleos e gorduras residuais, resultantes de processamento doméstico, comercial e industrial também podem ser utilizados como matéria-prima.

Os óleos de frituras representam grande potencial de oferta. Um levantamento primário da oferta de óleos residuais de frituras, suscetíveis de serem coletados, revela um potencial de oferta no País superior a 30 mil toneladas por ano.

Algumas possíveis fontes dos óleos e gorduras residuais são: lanchonetes e cozinhas industriais, indústrias onde ocorre a fritura de produtos alimentícios, os esgotos municipais onde a nata sobrenadante é rica em matéria graxa, águas residuais de processos de indústrias alimentícias.

Entre as culturas temporárias, podemos destacar a soja, o amendoim, o girassol, a mamona e a canola. A soja, apesar de ser maior fonte de proteína que de óleo, pode ser uma importante matéria-prima no esforço de produção de biodiesel, uma vez que quase 90% da produção de óleo no Brasil provém dessa leguminosa.

O amendoim, por ter mais óleo que proteína, poderá voltar a ser produzido com grande vigor nessa era energética dos óleos vegetais. De fato, se se desejar expandir a produção de óleos em terras homogêneas do cerrado brasileiro, com absoluta certeza o amendoim poderá ser a melhor opção, pois é uma cultura totalmente mecanizável, produz um farelo de excelente qualidade nutricional para rações e para alimentos, e ainda possui, em sua casca, as calorias para a produção de vapor.

O girassol situa-se numa posição intermediária entre a soja e o amendoim.

As características alimentares de seu óleo poderão dificultar o seu emprego na produção energética. No entanto, poderão favorecer um deslocamento de parte expressiva do óleo de soja para a produção de biodiesel. O girassol, produzido em safrinhas, na rotação de culturas, pode render 800 litros de óleo por hectare, rendimento próximo ao da soja.

Outra cultura temporária de destaque é a da mamona. Essa cultura pode vir a ser a principal fonte de óleo para produção de biodiesel no Brasil. Estudos multidisciplinares recentes sobre o agronegócio da mamona concluíram que ela constitui, no momento, a cultura de sequeiro mais rentável em certas áreas do semi-árido nordestino.

Nesses estudos verificou-se, com base em séries históricas das áreas tradicionalmente produtoras de mamona, uma produtividade média de 1.000 kg por ano de baga de mamona por hectare. Contudo, essa produtividade é considerada conservadora, pois, com as modernas cultivares desenvolvidas pelo Embrapa, atingiu-se produtividade superior a 2.000 kg por hectare por ano.

A cultura de maior destaque mundial para a produção de biodiesel é a da canola. O óleo de canola é a principal matéria-prima para produção de biodiesel na Europa. A produtividade, situada entre 350 e 400 kg de óleo por hectare, tem sido considerada satisfatória para as condições européias. O agronegócio da canola envolve a produção e comercialização do farelo, rico em proteínas, que corresponde a mais de 1.000 kg por hectare e, além disso, a sua lavoura promove uma excelente adubação natural do solo. A canola pode ser cultivada no Brasil, a exemplo das culturas temporárias, por meio de uma agricultura totalmente mecanizada.

Entre as culturas permanentes, pode-se destacar o dendê e o babaçu. A cultura do dendê pode ser uma importante fonte de óleo vegetal, pois apresenta a extraordinária produtividade de mais de 5.000 kg de óleo por hectare por ano.

Esse valor é cerca de 25 vezes maior que o da soja. Contudo, esse valor somente é atingido 5 anos após o plantio.

O óleo extraído do coco do dendê pode ser obtido da polpa e das amêndoas.

O óleo da polpa, denominado de óleo de dendê, é o tradicional óleo da culinária baiana, de cor vermelha, com sabor e odor característicos, sendo comercializado internacionalmente com a designação “palm oil”. Seu preço varia na faixa de 300 a 400 dólares a tonelada. O óleo obtido das amêndoas, denominado de óleo de palmiste, é comercializado no mercado internacional com preços superiores 500 dólares a tonelada.

Outra cultura permanente de destaque é a do babaçu. O coco de babaçu possui, em média, 7% de amêndoas, com 62% de óleo. Assim, o babaçu não pode ser considerado uma espécie oleaginosa, pois possui somente 4% de óleo.

No entanto, a existência 17 milhões de hectares de florestas onde predomina a palmeira do babaçu e a possibilidade de aproveitamento integral do coco tornam possível seu aproveitamento energético.

A tabela 3.1 mostra, com dados disponíveis na literatura (Parente, 2003), a produtividade de diferentes oleaginosas e seu potencial de geração de empregos.

Admitindo-se que 2% do óleo diesel fosse substituído por biodiesel (B2) e que o volume do óleo vegetal seja equivalente ao do biodiesel produzido, seriam necessárias 680 mil toneladas de óleo vegetal. Caso esse óleo fosse produzido a partir da mamona, poderiam ser empregadas até 723 mil famílias e cultivados cerca de 1,5 milhão de hectares. Contudo, nesse caso, a renda familiar seria muito baixa, pois cada família cultivaria o suficiente para produzir apenas 940 kg de óleo por ano.
Fonte: Biodiesel e Inclusão Social

Resposta aos comentarios do Blog

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Os Biocombustíveis e os Alimentos"

Ingrid disse...

Fikei ateh supresa em ver um blogger falandu sobre algo tão polêmico!!Meus Parabéns!!!

R: Cara Ingrid,

Essa é a ideia do Blog, falar sobre os biocombustíveis mostrando todas as visões sobre o assunto.

Grande abraço

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Os Biocombustíveis e os Alimentos"

Stéfany disse...

O Blogger está de parabéns...Muito bom!!!!

R: Muito Obrigado!!!!!!!!

-------------------------------------------------------------------------------------------------
"Pinhão manso: pesquisa da Embrapa avalia planta para produção de biodiesel no semi-árido"

antonio luiz muniz disse...

sou pequeno produtor de pinhao manso em fase de pesquisa e tenho 2 hectares de pinhao manso e ampliando gostaria de informaçoes e contatos por favor.

R: Caro Antônio,
você deve fazer contato com o pessoal do site semente de pinhao-manso e com a Ubrabio, fora isso você pode colher mais informações no link Matérias sobre Pinhâo-Manso

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Vantagens e desvantagens no uso do Biodiesel"
Anônimo disse...
este site e mt bom ajudou-me imenso num estudo para o teste

R: Muito bom saber

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Ontem foi a mandioca, hoje é o pinhão-manso"

Sara Dias disse...

Concordo plenamente, mas não será facil derrotar o pinhão manso porque ele é uma planta com grandes utilidades, e diferente da mandioca ele não impede nada na cadeia alimentar por não ser comestível pelos humanos e outra ele pode ser plantado em solo menos ferteis o que não ocuparia nenhuma área para plantar alimento.Eu não conhecia o pinhão manso mais apartir de um trabalho escolar, corri atrás pesquisei e hoje posso dizer com toda certeza que o pinhão manso é sem dúvida a melhor opção para o biodiesel.
Por que?
* É uma planta perene;
* Controla a desertificação;
* Evita a erosão;
* Muito resistente a pragas;
* Pode ser plantada em 90% do território brasileiro;
* É uma planta medicianal;
* Pode ser plantada no fundo do quintal;
* Retem 8 quilos de carbono;
* É menos poluente que o disel;
* E por não precisar da utilização de máquinas ajuda a combarter ao aquecimento global;
* Enfim ela da lucro e não nos impede de ter um planeta mais limpo.

R: Cara Sara,
Fico contente com a sua escolha, porém, como nem tudo que reluz é ouro, o Pinhão-Manso ainda passa por um periodo de adaptação ao Brasil onde muitas das suas certezas, ainda não foram confirmadas.
Grande abraço,
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Mato Grosso do Sul e o Biodiesel"
Anônimo disse...
Achei teu blog por acaso. Vou começar a ler. Tks!
R: OK!
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Soja, Amazônia e Biocombustíveis"

Cátia disse...
: Oi Manoel ...Conheci teu blog, navegando pela internet em busca de informações sobre o biocombustível.Para matar minha ignorância sobre o assunto, irei "visitá-lo" sempre...risos... Adorei. Prazerem "conhecê-lo"!

R: O przer foi Meu
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Aracruz planeja fábrica de biodiesel"

Jully disse...
Eu tb estou impressionada, a aracruz vai usar 5% de biocombustivel para tranportar EUCALIPTO...que coisa linda...me surpreende o Brasil...

R: Ainda fiquei mais com o seu espanto
-------------------------------------------------------------------------------------------------
"Microdiesel": novo combustível de bacterias (em i...

Harry disse...
Gostei do tema. Onde consigo o nome das bactérias?

R: Veja em
Biodiesel: Alga no Tanque
Algas como matéria-prima de Biodiesel
Microalga como matéria-prima para a produção de biodiesel
Biodiesel from Algae

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Mapa do Biodiesel no Brasil"

Koltar disse...

Manoel, sou um estudante, tenho 12 anos e tenho um trabalho de Geografia: preciso (junto com um grupo) dividir o Brasil em quantas regiões quiser, mas de acordo com alguma informação. Selecionei o biodiesel como foco primordial.

Gostaria de saber se você não tem ou sabe alguém que tenha informações sobre a "fabricação de biodiesel no Brasil".

Meu e-mail é: joaopedrogui11@hotmail.com

Desde já agradeço!

R: Veja em Usinas de Biodiesel no Brasil

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Agrodiesel Mercosul (Santa Helena/PR)"

Anônimo disse...

Gostaria muito de saber quando vai comecar a selecao de funcionarios para a Agrenco Bioenergia em Marialva. E por onde vai ser a selecao, se diretamente na usina, pela agencia de Marialva ou por alguma agencia de Maringa?. Tenho muito interesse de fazer parte do quadro de funcionarios da Agrenco Bioenergia - Marialva.

R: Infelizmente não tenho essa resposta.
Grande abraço,

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"CELSO AMORIM DEBATERÁ ACORDO NA ÁREA DE BIOCOMBUST..."

Anônimo disse..

É fato constatado em todo mundo que o crescimento econômico reclama a utilização de novas fontes energéticas além do petróleo, surgindo daí, a busca por fontes de energias renováveis, ambientalmente corretas e socialmente justas, isso certamente não vai aumentar a fome no mundo, é justamente o contrário. O Brasil já está obtendo o domínio na área de tecnologia de produção em bicombustíveis e, está sempre aperfeiçoando conhecimentos tanto na cadeia produtiva, quanto na área de produção à distribuição desses recursos naturais.
Email. eudesadvogado@ig.com.br

R: Concordo!!!

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Nova tecnologia é destaque no Seminário Biodiesel"

Blinda disse...

A Blinda, empresa 100% Nacional, fabrica unidades industriais para a produção de biodiesel(usinas) utilizando tecnologia de ultima geração para transesterificação.Trata se de 2 reatores interligados em serie, sendo que o primeiro trabalha a uma velocidade de 3.500 rpm gerando microbolhas que se implodem provocando aquecimento e a mistura homogenea entre alcool, oleo e catalisador,o segundo reator utiliza ondas sonoras com frequencias acima das detectadas pelo ouvido humano. Este processo de aceleração nos permite obter uma reação completa em aproximadamente 5 minutos via rota metilica ou etilica. Em processos tradicionais este tempo demora de 40 minutos a 1 hora para a rota metilica e até 3 horas para rota etilica.

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Agrenco (Alto Araguaia/MT)"

CresceNet disse...

Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my site, it is about the CresceNet, I hope you enjoy. The address is http://www.provedorcrescenet.com/.
A hug.

-------------------------------------------------------------------------------------------------
"Produção de biodiesel no brasil cresce geometricamente: 1,6 bilões em 2007 e 2,5 bilhões de litros em 2008"

Analise bem esta notícia e veja as impropriedades.

Verbos no presente... possibilidades todas no condicional,num futuro distante.

Telmo Heinen - Formosa (GO)

R: Bem observado Telmo
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Usina de Biodiesel de Quixadá começa a operar em dezembro"

lipe disse...

bom dia eu estava querendo saber sobre a vagas oferecidas em quixada, sera por concurso ou pro curiculum, eu seriei muito grato se manda a resposta pra mim, um feliz natal pra todos.

R: Caro Lipe,
Como a petrobras é uma empresa de economia mista, ambas as opções de preenchimento de vagas será possível. É ficar de olho e ver no que vai dar.

Grande abraço,
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Vale do Rio Doce começa a usar biodiesel em sua frota"

Anônimo disse...

muito bom o site, gostei muito da citaçao das inúmeras vantagens e desvantagens da utilizaçao do biodíesel.me ajudou muito em um trabalho de escola

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Paraná terá usina de biodiesel"

Anônimo disse...
Saudaçoes a todos, gostaria de saber se a usina vai produzir biodiesel a partir do oleo de fritura, ou outras localidades de reciclagem no Paraná.

Grato a todos.

R: essa não é a informação que nos foi passada.

Grande abraço,
-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Embrapa analisa áreas na amzônia para produção de ..."

ImóveisRN disse...
Já assinei o RSS.

Muito bom, gostei do blog! Parabéns

R: Muito Obrigado!

-------------------------------------------------------------------------------------------------

"Vantagens e desvantagens no uso do Biodiesel" - 6 Comentarios:

Anônimo disse...
Agradeço pelo artigo publicado por este site, o que me ajuda muito em uma pesquisa escolar.Quero parabenizar o site por sua complexibilidade e coerência.
Obrigado

Anônimo disse...

Camaradas, eu agradeço muito por colocarem esse artigo, pois foi de grande ajuda para um trabalho escolar.

Anônimo disse...
este site e mt bom ajudou-me imenso num estudo para o teste

Rafael disse...
vlw me ajudou mt para a meu trabalho de casa

Anônimo disse...
Valeu! VC FOI MTO OBJETIVO!

Anônimo disse...

Ah! E era de objetividade q eu precisava! Valeu mesmo! :)

R: Obrigado! Espero continuar ajudando.

Grande abraço a todos.

-------------------------------------------------------------------------------------------------

Biodiesel

Aline =Love forever Léo + Bob + Lilica= disse...

seu blog esta muito bom bom, estou fazendo um trabalho para feira de ciencias e tirei muitas duvidas aqui no seu blog ...

ta muito bom mesmo parabens!!

R: Muito obrigado, mesmo!!!!

-------------------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2007/03/zoneamento-de-oleaginosas-para-fabricao.html




wbidin disse... Qual a vantagem ou desvantagem deste zoneamento? Isso de algum modo significa que o produto que plantar girassol em SP não poderá obter o seguro rural?

Caro Wbidin,Vamos por parte,1º O QUE É O ZONEAMENTO AGRÍCOLA? É um trabalho técnico, conduzido pela EMBRAPA, com a coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, que através da identificação dos riscos climáticos, principalmente com respeito à falta de água durante os estádios críticos das lavouras (ou culturas), procura definir as melhores épocas de plantio. Também é considerada a temperatura, a ocorrência de geadas e outros fatores climáticos, além dos mapas que identificam os vários tipos de solo de cada município e/ou região.

O zoneamento agrícola define os períodos favoráveis de plantio para cada município, as cultivares habilitadas (recomendados), as doenças e pragas não cobertas pelo Proagro, e os produtores das sementes (detentores das sementes) dos vários cultivares indicadas.

O zoneamento agrícola é divulgado pelo MAPA no inicio de cada ano agrícola ou ciclo de plantio.

Para respostas às suas indagações acesse o site do PRONAF, lá vc encontrara as respostas para as seguintes indagações:

  1. QUAIS AS CAUSAS DE PERDA DE SAFRA QUE NÃO SÃO COBERTAS PELO SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR?
  2. QUANDO A COBERTURA DO SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR NÃO SERÁ CONCEDIDA?
  3. COMO É CALCULADA A COBERTURA DO SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR?
  4. ONDE OBTER INFORMAÇÕES SOBRE O SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR?


No caso do girassol, caso o zoneamento agricola defina algumas das regiões de São Paulo como impropias para seu plantio e,ainda assim, o produtor resolver se arriscar, poderá não obter o seguro rural.

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2007/02/ms-investe-em-girassol-para-produo-de.html#comments

Fabiano Monteiro disse...

Olá...Parabéns pelo site...tem muita coisa sobre Biodiesel, mas tenho q fazer uma correção!No tirulo dessa matéria vc colocou q o MS INVESTE EM GIRASOL, mas logo abaixo vc citou a cidade de Rondonópoilis, que fica no MT e não no MS!!!No MS, estamos investindo no Pinhão Manso!!Abraços!!!

R: Caro Fabiano,Agradeço muito pela observação, já providenciei a correção.
Grande abraço,

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/amyr-klink-planeja-viajem-com-biodiesel.html#comments


Keith R disse...

Ola Manoel. Seu blog é sumamente interesante pra mim, porque o tema de biodiesel me interesa muito. Vou a visitar ao blog frequentemente.Que acha você da visão para biodiesel no Plano Nacional de Energía 2030 (PNE 2030) da EPE/MME?Atenciosamente,Keith

R: Keith,Fico Feliz que o blog tenha lhe servido. Estamos nos esforçando para mante-lo atualizado, para tanto é muito importante as contribuições e incentivos como o seu, que nos são enviadas.

Sobre o PNE 2003, é a primeira vez no país que se abarca a discussão sobre o planejamento de longo prazo do setor energético do país de forma completa. Podemos, com isso, vizualizar as tendências do mercado e podermos balizar as alternativas de expansão deste nas próximas duas décadas, permitindo que se fassa um planejamento da estratégica de expansão evitando surpresas no dimensinamento do balanço energetico na nossa matriz energetica.

Sites interessantes:PNE 2030
Pietro Erber, do INEE: Sugestões e Comentários sobre o Plano Nacional de Energia - PNE 2030
Matriz Energética 2030

Grande abraço.

-------------------------------------------------------------------------------------

biofuelsimon disse... Hi, eu vi que estes borne e eu tenho blogged
Você pode vê-lo nos mais melhores desejos Simon http://www.icis.com/blogs/biofuels

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/amyr-klink-planeja-viajem-com-biodiesel.html

Grato e grande abraço

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/o-grande-desafio-do-novo-governo-lula.html#comments

Anônimo disse... Acho q as coisas precisam melhorar manuel,mas Lula infelizmente nao eh a solução,ja q ele nao aumenta os salarios,que sao vergonhosos,e só atendem aos bancos e interesses do primeiro mundo.

Gostei muito do texto tanto que já o publiquei no Blog como:
"Denucias de trabalho escravo na produção de biodiesel"

-------------------------------------------------------------------------------------

Anônimo disse... O problema é acreditar na Folha de SP como fonte.Nada de positivo sobre Lula é divulgado. Pra tudo sempre é publicado o lado negativo.

Há ainda o fato de um dos proprietários da empresa que está lançando(ou lançou, nao sei) as ações ter sido impedido de operar no mercado financeiro por condenação anterior.
Isso eu não soube se saiu na Folha.

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/o-grande-desafio-do-novo-governo-lula.html#comments

R: Não vou aqui defender de forma alguma os meios de comunicação brasileiros, mas lembro que o Jô Soares entrevistando no ACM lhe perguntou se o fato da imprenssa dizer sempre que ele era corrupto não o incomodava. ACM, sem perder a pose e a arrogancia que lhe são peculir retribui dizendo: Oh Jô, não podemos confiar em tudo que a imprenssa diz, você bem sabe. Por exemplo, a imprenssa vive dizendo que você é viado e nem por isso eu acredito que você seja.

O ACM nós sabemos quem é, e o Jô????

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/o-grande-desafio-do-novo-governo-lula.html#comments

Anônimo disse...

Não acredito nisso,em rio verde-Go ,tem um pessoal misturando30% de ov ,o q eh um grande avanço ,diante dos pífios 2% do programa nacional

Ronaldo
18:46 http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/leo-vegetal-no-diesel-mistura-torna-o.html#comments

R: Caro anônimo, não acreditar nas coisas pode ser sinal de duas coisas: Loucura ou genialidade, não que haja grande diferença entre os dois.

O fato de misturar óleo vegetal ao diesel diretamente ao motor a diesel, não significa que ele não vá funcionar, funciona, pois ocorrerá o craqueamento térmico dentro do motor sem a presença de canalizadores. As conseqüências disso são basicamente duas:

a) Formação de gomas que se formam durante a combustão do óleo vegetal e que se depositam nas paredes do motor; e,

b) formação de produtos altamente cancerígenos.Portanto nada impede que se use o óleo vegetal diretamente nos motores a diesel, bastando apenas utilizar diesel combustível para iniciar a combustão e aquecer a câmara de combustão.

Fora isso, deve ser feita uma avaliação se a redução do tempo de vida útil dos motores compensa financeiramente e se os riscos para a saúde valem à pena.
Grande abraço,

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/adm-construir-uma-planta-de-biodiesel.html#comments

Anônimo disse...

E um absurdo o que vao fazer com o programa biodiesel, ja nao basta a venda das acoes da PETROBRAS que foram vendidas para empresas falidas NORTE AMERICANAS e estas as quais compraram as acoes majorita-rias com o proprio dinheiro brasileiro, agora estao entregando o programa BIODIESEL, ao controle dos AMERICANOS. Isso e crime! TINHA QUE MANDAR FERNANDO HENRIQUE PARA FORCA.

R: Caro Anônimo, concordo com você que as privatizações brasileiras foram todas palco de um grande embuste para o enrequecimento de uns poucos. Mas são frutos de uma sociedade que não conssegue ir às ruas defender seus direito e quando tenta fazelos é de forma anônima em um blog de particular e não como os argentinos, de quem tanto falamos mal, que vão às ruas e derrubam ministros e forcam o governo a tomar uma atitude digna.

-------------------------------------------------------------------------------------

Tio Almir disse...

Parabéns Brasil. Parabéns Petrobrás. Parabéns Projeto Biodiesel!Só peço a Deus que eu não me decepcione com esta luz brilhante no fim do túnel: o projeto biodiesel.

A noticia da construção das 1as. 3 bio-refinarias da Petrobrás são uma notícia maravilhosa ( e perigosa também)!Pelo que estou acompanhando, só tem cachorro grande brigando no pedaço. O único chiuaua é o NUTEC (centro de pesquisa do Ceará).

Tudo bem que precisa-se de produção em escala para se ter rentabilidade, mas, o fato de eu não vislumbrar nenhum pequeno na área, me dá arrepios.Grandes como a Ecodiesel e a Petrobrás, só para citar alguns, vão inviabilizar a entrada dos pequenas cooperativas produtoras de Biodiesel: Quem é que vai querer fechar contrato de fornecimento de sementes para uma cooperativa lá de Cabrobó, enquanto têm a Petrobrás em Candeias toda poderosa.

Há absurdos neste meio como uma tal de Biodieselbr, aonde uns professores campineiros (cold) brigaram por uma pseudo "patente" de Biodiesel( acompanhei isto pela net: foi um absurdo!. Mas resumindo, este pessoal parece um bando de mercenários: cobram até para que você possa ler um texto publicado no site deles.

A existência de sites livres é a garantia de informação livre, mesmo aos pequenos ( a lá EUA).

Finalizando, conclamo a nação dos bem-intencionados do Biodesel no Brasil: vamos lutar pela liberdade ( com responsabilidade, é claro ) de execermos nosso direito de participar do crescimento de nossa pátria.

Queremos ser reboques do progresso e nunca, massa de manobra de grupos poderosos ( independente de sua ideologia - se é que eles têm isto! ).

Meu Presidente: eu confio em cada palavra que proferiste sobre o projeto Biodiesel.

Não me permita decepcionar-me!

-------------------------------------------------------------------------------------

Claudio L.Targino disse...

caro Dr Manoel Neto parabenizo vossa excelencia pela abordagem real e necessaria a respeito da influente tentatva dos produtores de metanol em enfraquecer a nitida importancia do biodiesel tanto economica com geopoliticamente pela simples necessidade de lucro a qualuqer custo. enquato no Iraque produtor de petroleo o litro da gsolina custa 15 centavos de dolar no brasil graças aos produtores de alcool o litro custa por volta de 1 dolar sandisse indetectavel pela midia acostumda a guardar o que lhe for menos conveniente.

grande abraço e parabens pelo blog

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/metanol-abala-marketing-do-biodiesel.html#comments

R: Muito obrigado!!

-------------------------------------------------------------------------------------

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/leo-vegetal-no-diesel-mistura-torna-o.html#comments
Anônimo disse...

Cancerígena unh

parece que o que o mecanico branquinho em Rio Verde ,Goiás faz está irritando os interesses de poderosos que não querem saber de gente q conteste o biodiesel,mais um equívoco do governo,que deveria incentivar pesquisas para o consumo de óleo vegetal direto,ao invés desse programa desconexo que o governo pensa q implantou.

Quem está tentando créditos e incentivos sabe que o biodiesel só pode vingar sem a intervenção desse governo que não tem coragem de implantar um programa límpido,nem de criar legisslação clara sobre o assunto

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/do-fundo-do-ba.html#comments

Já comentado!!!!

-------------------------------------------------------------------------------------

Ethanol Brasil disse...

Prezado Manoel, independentemente de questões partidárias, creio ser essa iniciativa "a verdadeira", pois não dá o peixe mas ensina a pescar.

http://brasilbio.blogspot.com/2006/11/do-fundo-do-ba.html#comments

Concordo Plenamente,

Grande abraço.




quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Biomassa , a grande solução

A biomassa é a grande solução brasileira de substituição de combustíveis fósseis por energéticos renováveis.

Em 2006, apesar do nosso crescimento medíocre, superamos todos os recordes de consumo dos combustíveis.

Com a oferta insuficiente do gás natural, o óleo combustível cresceu cerca de 20%, quando comparado com o ano passado.

O fato é conseqüência do acentuado emprego desse energético fóssil nas usinas térmicas, direcionadas inicialmente para o uso do gás natural. Da mesma forma, as indústrias, em virtude da incerteza do abastecimento, trocaram o gás natural por óleo diesel ou óleo combustível.

Inquestionavelmente, a mudança do combustível acarretará sensível prejuízo ao meio ambiente, com agravamento da poluição.

Decorrente do sucesso dos veículos flex (85% do mercado), houve um aumento expressivo do uso do álcool. No período de 2005 a 2006, 2,5 milhões de veículos bicombustíveis, que consomem álcool ou gasolina, passaram a circular no território nacional.

Quanto à gasolina automotiva, cresceu mais de 3%, no que tange ao igual período de 2005.

Não obstante, entre os derivados do petróleo, o gás de botijão (GLP) registrou, tão somente, evolução apenas vegetativa de 1,4%. Deverão ser consumidos 6,5 milhões de toneladas neste ano. A população mais carente, em face do custo do produto, embora não seja reajustado desde dezembro de 2002, voltou a queimar lenha. Outro fator responsável para ampliar o emprego da lenha é a alta carga de tributos do gás domiciliar.

A tendência, para os próximos anos, é a continuidade do crescimento do emprego do diesel, no transporte da produção e da população, que já supera 40 bilhões de litros anuais, e do óleo combustível.

Com o consumo ascendente dos derivados do petróleo, o País precisará de novas refinarias de petróleo, a fim de manter a sua capacidade de refino (80% das nossas necessidades), estimada em 1,8 milhão de barris diários.

O consumo acelerado dos combustíveis é decorrente dos preços congelados da gasolina e do diesel, desde setembro do ano passado. Para o presidente da maior empresa da América Latina, a verde-e-amarela Petrobras, os preços internos dos derivados já estão alinhados às cotações internacionais. Segundo ele, a petroleira não perde dinheiro ao manter os preços congelados.

Em 2007, iniciaremos a adoção da política do uso do biodiesel, na proporção de 2% ao diesel. Entre as principais matérias-primas que serão utilizadas na fabricação do biodiesel temos a mamona, o amendoim, o girassol, a soja, o dendê, o pinhão-manso e até gordura dos animais. “Motores a diesel podem rodar com óleo de amendoim, sem qualquer dificuldade”, afirmava, em 1912, Rudolf Diesel.

Entre nós, o uso do biodiesel está ligado ao alcance das metas sociais do governo (150 mil plantadores de mamona). Qualquer produtor que queira proceder à venda do biodiesel tem de apresentar o selo social, obtido por quem possui uma percentagem de produção proveniente da agricultura familiar (10% a 30%). O selo desonera de alguns tributos.

Os benefícios aos pequenos produtores são discutíveis e o mercado depende de escala produtiva. No último leilão da ANP, o biodiesel foi vendido por R$ 1,70 a R$ 1,90 por litro. Desta forma, o biodiesel deverá ser bem aproveitado no interior do País, onde o diesel é mais caro ou existe dificuldade para chegar.

A biomassa é a grande solução brasileira de substituição de combustíveis fósseis (petróleo e gás natural) por energéticos renováveis e ambientalmente mais corretos. A produção do álcool deverá alcançar 55 bilhões de litros por ano em 2030. A área plantada com cana superará 14 milhões de hectares. Hoje, ocupa em torno de 6 milhões, sendo 50% para o álcool e a outra metade para o açúcar. Na safra em curso, de 2006/2007, o Brasil produzirá mais de 17 bilhões de litros de álcool, bem próximo dos americanos. O álcool de milho é a principal aposta dos EUA, que desejam consumir em torno de 30 bilhões de litros em 2012, com subsídios de US$ 0,14 por litro.
Falta, no entanto, entre nós, uma política governamental, a fim de financiar os estoques reguladores de álcool, para que possam as indústrias gerar excedentes exportáveis. Ademais, urge a adoção de uma tributação mais similar nos vários estados brasileiros, em vez de variar de 15% a 32%, no caso do ICMS.

Para tanto, existe um potencial agricultável de mais de 90 milhões de hectares de terra, aptos para as culturas energéticas, sem que isto concorra com a oferta de alimentos ou fibras.

No interior paulista, na região de Piracicaba e Sertãozinho, encontra-se a melhor tecnologia mundial na produção de equipamentos para agroindústria energética. Poderemos, portanto, liderar a criação de uma nova civilização, por intermédio da agroenergia.
Fonte:

Denucias de trabalho escravo na produção de biodiese

Os discursos do presidente Lula nos últimos quatro anos apresentaram a mamona como a maravilha do "biodiesel social". Na vida real, o projeto-modelo da Brasil Ecodiesel para o combustível produzido com a semente da planta dá sinais de crise, pouco mais de um ano após a inauguração da usina da empresa em Floriano, no semi-árido do Piauí, a 240 km de Teresina. O óleo de soja é a principal matéria-prima da unidade.
O que seria o diferencial social do projeto, a Fazenda Santa Clara, núcleo de agricultura familiar mantido pela Brasil Ecodiesel em Canto do Buriti (a 260 km de Floriano e a 500 km de Teresina) para abastecer de mamona a fábrica, enfrenta queda na produção, protesto de colonos e denúncias de abusos por parte da empresa, incluindo trabalho escravo e infantil.

A Procuradoria do Trabalho no Piauí abriu dois inquéritos para investigar as denúncias, constatou irregularidades e vai propor uma ação civil pública contra a Brasil Ecodiesel. A empresa diz que sempre agiu corretamente (leia texto ao lado).
Lula esteve em Floriano em agosto de 2005 para inaugurar a usina, a primeira das seis que a empresa quer instalar. Visitou a Santa Clara. Era o auge da crise do mensalão. Comparou-se a Getúlio Vargas -a revolução do biodiesel, disse, seria como a criação da Petrobras.

Se a gente não escolhesse a mamona, a gente iria ver o biodiesel sendo produzido da soja. Se fosse produzido da soja, ia beneficiar mais uma vez as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. E o Nordeste ia ficar abandonado", disse na ocasião.
Os fatos de hoje mostram que a "escolha" não foi suficiente para que o biodiesel da Brasil Ecodiesel no Piauí prescinda da soja, muito pelo contrário.
Sob a alegação de que cumpre "período de silêncio" imposto pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), em razão da abertura de capital, a empresa negou-se a fornecer dados e vetou o acesso à usina de Floriano. Mas relatório à própria CVM aponta que sua matéria-prima principal é o óleo de soja (97,2%, contra 2,1% da mamona e 0,7% do algodão).

Políticos e técnicos de Floriano calculam que o óleo de soja represente cerca de 70% do que chega para ser processado na usina e que o de mamona dificilmente passa de 10%.

Funcionários da Brasil Ecodiesel ouvidos sob condição de anonimato confirmam o cálculo. Um deles diz que o interesse real na mamona é o "selo combustível social", sem o qual, por lei, as empresas não participam de leilões de biodiesel da Agência Nacional de Petróleo.

"No início a gente se empolgou e, de repente, cadê a mamona? Quando saí [da Brasil Ecodiesel], a produção com mamona estava baixa, e sei que caiu mais ainda", afirma o biólogo Enoque Ramos, funcionário da Brasil Ecodiesel por quase dois anos e que, quando secretário de Agricultura de Floriano, negociou a instalação da empresa.

Fazenda

Um dos motivos para o fracasso está na Fazenda Santa Clara. Numa área de 18 mil hectares, cedida pelo governo do petista Wellington Dias, a empresa instalou 630 famílias, em 19 células de produção. A cada uma foi cedido um lote, do qual 7,5 hectares são para o plantio de mamona, e uma casa. Há promessa de, após dez anos, terem a posse definitiva.

Hoje, o projeto vive sua pior fase. Não há dado oficial, mas levantamento com colonos de três diferentes células mostra que, neste ano, houve queda de cerca de 70% na safra. Os motivos da queda, dizem, são equívocos da empresa no manejo do solo e na época do plantio.

Os colonos não têm relação de trabalho com a empresa. Há os chamados "contratos de parceria", um relativo à posse da terra, outro, anual, referente à safra. As famílias vendem antecipadamente a mamona que produzem e recebem por isso R$ 160 por mês -o preço do quilo é fixado pela empresa, que desconta da remuneração 30% do plantio, feito por seus técnicos. A lavoura e a colheita ficam a cargo dos colonos.
Esse vínculo gerou denúncias de uso de trabalho escravo e infantil e a investigação do Ministério Público. O primeiro inquérito foi arquivado sob condição de a empresa se ajustar, mas auditoria subseqüente levou a autuação da empresa.

Comentário de Ronaldo Jacintho: Ao fim e ao cabo, o Biodiesel está sendo desenvolvido para encher os bolsos dos mesmos de sempre e enganou-se os pequenos agricultores, que compraram a idéia de plantar mamona, certos que esta seria a matriz energética. Uma empulhação, que servirá para concentrar mais riqueza ainda nas mãos dos poucos que já a detém. A que preço?

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

BIODIESEL

É 1981. Uma idéia velha, surgida quase um século antes volta à baila. Com o petróleo subindo fortemente de preço, na esteira de tensões no Oriente Médio, visionários começam a escarafunchar a literatura técnica e a fazer testes empíricos para tentar encontrar combustíveis renováveis, que pudessem ser produzidos em massa e substituir derivados de petróleo. Logo alguém encontra um velho livro, de 1913, escrito por Rudolf Diesel, polêmico engenheiro alemão que inventara o motor Diesel. Havia trechos proféticos: ?No futuro, países com grandes áreas agricultáveis, clima ameno, sol o ano inteiro, água em abundância, mão-de-obra em quantidade e a custos economicamente justificáveis, teriam grandes vantagens em usar óleos vegetais como combustíveis para os motores de minha concepção?.

O Brasil estava em estado de choque. O petróleo importado, mais caro a cada dia, causava grave desequilíbrio do balanço de pagamentos. Só 10% do petróleo consumido pelo país eram produzidos em casa. Com o álcool substituindo gasolina e as refinarias trabalhando no limite para otimizar a produção de diesel, o governo lembrou da idéia de Rudolf Diesel. Logo surgiram propostas ingênuas de modificar os motores. Mas testes conclusivos da indústria automobilística demonstraram que óleo vegetal "in natura", tal como extraído das plantas, causava transtornos graves aos motores, ao meio ambiente e ao bolso dos consumidores.

Afinal, qual é o problema?

Todo óleo vegetal ? há quase 200 deles ? é constituído de alguns tijolinhos moleculares específicos, os chamados ácidos graxos. Estes apresentam estruturas moleculares levemente diferentes entre si o que confere a cada óleo algumas características únicas quanto a suas propriedades fisico-químicas. São essas propriedades ? entre outras ? que por fim determinam o comportamento dos óleos quando se tenta queimá-los como se fossem diesel.

Rudolf Diesel não sabia é que seus motores, antes operados com óleo de baleia e de fígado de bacalhau, betume e várias misturas combustíveis, passariam anos mais tarde a utilizar o que se chama óleo diesel, um derivado médio do petróleo, além de ser totalmente modificados em seus princípios de operação. Ao profetizar o futuro com óleos vegetais, Diesel deu apenas um "palpite". Nem se fosse possível voltar aos motores primitivos haveria um modo de fazê-los funcionar com óleos de salada doméstica.

Desde os tempos imemoriais dos sumérios existia um processo simples para fabricar sabão: processar uma gordura, vegetal ou animal, na presença de uma substância alcalina, pela qual se obtinha a separação da glicerina. A glicerina é quimicamente um triálcool. Se ao processar a mesma reação se agregar outro álcool (metanol ou etanol), este se liga quimicamente aos ácidos graxos, formando moléculas estáveis, gerando três ésteres conforme a fonte do óleo em bruto. Essa segunda forma de processamento se chama transesterificação, tendo como subproduto a glicerina e outros resíduos. Nessa operação usam-se 17% de álcool em relação ao volume de ésteres resultantes.

Óleo vegetal transesterificado, após processado num reator, torna-se o chamado biodiesel e tem, assim, amenizadas as propriedades indesejáveis que impedem seu uso "in natura" como combustíveis. Mas essa operação não é algo trivial que possa ser feita facilmente no sítio de um agricultor, em pequena escala e com aparatos simples. Exige aparelhagem complexa, em condições estritamente controladas, para que o produto final não contenha glicerina residual, ácidos reativos ainda livres, sabões metálicos, gomas, flocos, borras e outras impurezas que poderiam formar depósitos, atacar peças, contaminar o óleo lubrificante, entupir filtros e galerias internas dos motores e gerar emissões perigosas como a acroleína. Algo impensável.

Festival de espécies oleaginosas

Não existe cabimento em desenvolver um programa nacional de biodiesel usando para isso dezenas de opções, como o governo propõe. Simplesmente porque com uma composição de ácidos graxos diversos, dependendo da espécie vegetal, do clima da região, da umidade e até da composição dos solos, os ésteres resultantes teriam características físico-químicas totalmente diferentes.

Na Europa, o biodiesel usa uma única fonte, a colza ou canola. Empresas processadoras de óleos vegetais providenciam o descarte adequado das frações indesejáveis e provêem uniformidade técnica para o produto final. Depois o entregam às refinarias de petróleo para ser adicionado ao diesel. A glicerina removida, na Europa, já ocupou praticamente toda a demanda internacional para essa matéria prima. A produção em grande escala já é um problema preocupante porque requer descarte não-remunerado. Nos Estados Unidos, o projeto do biodiesel será inteiramente feito com base no óleo de soja. Lá também há visionários advogando uma enorme variedade de plantas, mas a diferença é que ninguém os leva a sério.

Jamais se imaginou seguir vocações regionais, dentre os países da União Européia, para que um use colza, outro milho, soja ou girassol. Isso impediria o abastecimento confiável de caminhões, ônibus e picapes que operam em todos os países. A razão de usar uma só espécie é ter um combustível idêntico em suas especificações técnicas, para que não seja preciso recalibrar os motores, afastando dificuldades sérias como as apresentadas pelos óleos "in natura".

No Brasil, o biodiesel é visto como um programa de boas intenções, como ferramenta de distribuição de renda mínima e incentivo social para fixação do homem à terra. Só que não dá para imaginar um veículo abastecido no Paraná com ésteres metílicos derivados de soja, isto é, biodiesel em mistura com diesel comum, viajar até Minas Gerais, sendo reabastecido com ésteres etílicos de mamona e diesel, e prosseguir viagem utilizando ésteres metílicos ou etílicos de dendê no Pará.

Um programa com sérios riscos

O que atenta contra a racionalidade do atual programa brasileiro de biodiesel nem é o excesso de alternativas. Tomemos o óleo de dendê como exemplo. Ele possui alto valor no mercado internacional, de quatro a cinco vezes mais caro em relação ao derivado de petróleo. É bastante utilizado como lubrificante tópico em operações que envolvem processamento ou beneficiamento de metais. Queimá-lo como combustível não parece racional já que utilizá-lo como preciosa matéria prima seria bem mais vantajoso. Além disso, a primeira safra ocorre entre 7 e 11 anos depois da plantação.

O óleo de mamona está muito mais para lubrificante do que para combustível. A elevada viscosidade dos ésteres resultantes não recomenda seu uso sem forte tratamento após a transesterificação. Também se trata de um produto nobre. Estudos mundiais revelaram ser possível sintetizar substâncias compostas que servem para fabricar ossos artificiais que não são rejeitadas pelo corpo humano. O alto valor de mercado advém ainda da aplicação na síntese de materiais plásticos, tintas para off-set, lubrificantes em aparatos de mecânica fina e até em cápsulas de remédio. Vamos queimar isso num motor?

O biodiesel nos termos atuais gera belos discursos, porém sem passar por testes que garantam que a idéia de multifontes funciona. A probabilidade de problemas é muito alta. O consumo de óleo diesel no Brasil hoje alcança cerca de 40 bilhões de litros por ano. E se o prometido crescimento econômico vingar, esse consumo vai aumentar de modo rápido e inexorável. Só para fazer a mistura de 2% ao diesel há necessidade de produzir 800 milhões de litros de biodiesel a partir de 900 milhões de litros de algum óleo vegetal bruto a ser processado. Para 5% de mistura (também obrigatória por lei) serão necessários 2 bilhões de litros de biodiesel (2,2 bilhões de óleo bruto) para o consumo atual de diesel. Também é preciso haver álcool suficiente para realizar a transesterificação. O uso crescente de álcool nos motores flex e a cotação elevada do açúcar no mercado externo são complicadores.

Dos cento e tantos óleos ?em estudo? somente o de soja preenche o requisito de já ser produzido em altos volumes. Simplesmente porque é um produto do agronegócio organizado, de grande porte, com tecnologia de ponta, políticas fitossanitárias adequadas, responsabilidade em defensivos agrícolas e ampla mecanização das colheitas. A infra-estrutura de transporte ainda deixa a desejar no atendimento aos pólos de produção. Não há, porém, excedentes dessa commodity. Tudo é colocado no mercado local e internacional.

Pró-soja que nunca houve

O Brasil nunca montou um "Pró-soja" ou qualquer tipo de subsídio para sua cultura. Ainda assim, é o segundo produtor mundial. Deu certo apesar das ineficiências do governo. O melhor adubo da terra é o preço, e no caso da soja vinha sendo suficiente, embora tenha caído fortemente nos últimos tempos. Para que se monte um ?Proazeite? no Brasil é preciso acalmar os ânimos na agricultura. As máquinas que recentemente obstruíram o tráfego em rodovias federais pelo clamor dos produtores são as mesmas que teriam de ser usadas para produzir os milhões de toneladas de soja para tornar o biodiesel uma realidade. O descrédito em medidas governamentais é a maior ameaça à produção em larga escala.

Esse realismo objetivo não consegue derrubar as barreiras que têm justificado o projeto de apoio do governo ? a fundo quase perdido ? ao produtor artesanal. Salvo se ocorresse um preço de petróleo incapacitante, que compensasse o desvio da soja da exportação para a produção emergencial de combustível. Se, ao invés de recorrer à agricultura amadora, o projeto do biodiesel focalizasse as fontes profissionais do óleo, seguiria a trilha de sucesso do Proálcool. Até porque um programa dessa ordem é um desafio logístico e tecnológico de enormes proporções.

Hbio, uma novidade?

Ainda ao final da década de 1970, uma pequena refinaria de Manaus, hoje pertence à Petrobrás, fez uma experiência interessante. Adicionou certa quantidade de óleo de soja degomado à carga de uma refinaria convencional de petróleo. O resultado foi curioso, pois a mistura, embora longe do ideal, até funcionava bem em termos práticos. A experiência não foi adiante porque os catalisadores usados no processo de refino exigiam reposição caríssima. Há pouco a Petrobrás anunciou um projeto parecido com o de Manaus. Duas refinarias, a partir de 2007, estariam sendo preparadas para fazer essa destilação consorciada com hidrogenação e saturação de cargas de petróleo e óleo vegetal bruto, para obter o tal Hbio, no caso exclusivamente de soja. Se der certo, outras refinarias entram na história. A empresa informa ainda que o produto é "equivalente" e "complementar" ao biodiesel brasileiro.

Com base nas experiências passadas, talvez o Hbio chegue a ser factível, se houver estudos aprofundados sobre seus efeitos técnicos. Mas seria preciso aguardar para saber, de fato, quanto valeria posto no tanque do usuário e se afetaria a dirigibilidade dos veículos. Por enquanto, a novidade tem gosto de "dèjá vu". Seria ótimo que desse certo, porque aí aquele ?outro? biodiesel poderia ser remetido direto para o crematório.

Texto Original
__________________________________
Cezar de Aguiar, físico, foi presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, por quatro mandatos não-consecutivos, e vice-presidente mundial da Fisita - Fédèration Internationale des Ingénieurs des Techniques de l´Automobile. É presidente da Tecknowledge International, transnacional especializada em tecnologia automotiva, ambiental e energética

Começa o futuro da energia verde na Itália

Nesta semana, ao mesmo tempo em que a União Européia estabelecia o objetivo mínimo de de 10% para o mercado de biocombustíveis até 2020, a Itália lançava o seu mais audacioso plano para a produção de biodiesel, com o objetivo inicial de atingir, neste ano, 70 mil hectares de cultivos destinados à produção de bioenergia e, até 2010, 240 mil hectares, um passo fundamental para cumprir os compromissos do Protocolo de Kioto.


16/01/07
Oriundi

Com esse primeiro acordo, que envolve o Governo e entidades produtivas agrícolas – como a Coldiretti, C.i.a, Confagricoltora, Copagri, Unione Seminativa, Assitol e Assocostieri, o ministro da Política Agrícola, Alimentar e Florestal, Paolo De Castro, foi enfático ao afirmar que "il futuro dell’energia verde è finalmente cominciato" na Itália.

Na verdade, a partir das definições do Orçamento (Finanziaria) 2007, o Governo italiano já fixou os recursos a serem destinados a favor da produção e da gestão da energias alternativa. Para tanto, o plantio da colza terá um papel fundamental. Segundo dados da Comissão Européia, a Itália está entre os países que apresentam melhores cotas na utilização de biocombustiveis, embora o percentual ainda seja reduzido – 0,5%

Na verdade, na Diretiva Biocombustíveis adotada em 2003, a Europa fixou os objetivos de substituição de 2% da gasolina e do óleo diesel nos transportes por biocombustíveis até 2005 e, de 5,75%, até 2010. O objetivo para 2005 não foi atingido. Espera-se progressos substanciais para 2010, mas não serão suficientes para atingir o objetivo fixado para 2010. Por conseguinte, a Comissão propôs o reforço do quadro legislativo, com uma quota mínima de 10% para o mercado de biocombustíveis em 2020

Biodiesel vai ‘evoluir’ até final do ano

“O biodiesel deixou de ser um sonho e agora é realidade”. A definição de Gian Marques, especialista em combustíveis e lubrificantes da SAE Brasil (entidade que reúne engenheiros do setor automotivo) pode ser comprovada em quase todo posto de gasolina do país. Na maioria dos estabelecimentos já se lêem faixas cujas palavras variam, mas querem sempre passar a mesma mensagem: “nós temos biodiesel.”

Hoje o que se vê nos bicos das mangueiras de diesel é o mesmo óleo derivado de petróleo, mas com algo a mais. Na composição, 2% de produto vegetal, que pode ser processada de uma gama de opções que passa pela soja, mamona e algodão, para citar alguns exemplos.

De acordo com Marques, o próximo passo é aumentar essa composição de 2% (B2) para 5% (o B5). O novo patamar de participação do biodiesel no diesel tradicional deve ser concluído, obrigatoriamente, até 2013 – data limite estipulada pelo governo federal.

O especialista diz que a pesquisa do combustível está indo de vento em popa. “A indústria tem realizado testes com o B5 e até o momento vem sendo bastante positivos”, conta Marques. “As expectativas ainda são que até o final desse ano já seja possível concluir as pesquisas e implantar o combustível com 5% de biodiesel sem danos para os motores.” O governo, atento ao avanço rápido da tecnologia, já estuda antecipar para 2010 a obrigatoriedade do B5.

E depois disso? “Do ponto de vista tecnológico é possível que seja possível superar os 5%. Acredito que seja possível chegar até 20% de material vegetal sem nenhum tipo de perda de desempenho do motor”, diz o especialista.

Além disso, é preciso que o combustível em desenvolvimento possa ser usado por veículos atuais. “A gente tem de pensar que a frota de caminhões tem em média 18 anos e de ônibus, 15. Temos de fazer um combustível que sirva para esses veículos”, diz Marques.

“Conforme a frota se renova, com tecnologias mais avançadas, é possível progredir com a composição do diesel.”

Assim, o biodiesel tem todos os motivos para ser a vedete da indústria e do governo.“O biodiesel tem bastante potencial de sucesso, principalmente pela capacidade ímpar que o Brasil tem de extrair combustível de biomassa”, diz Marques. Haja vista a experiência do álcool, o maior sucesso na área de biocombustíveis.

Daniel Trielli Do Diário do Grande ABC

Bahia tem vocação natural para o biodiesel

Com forte aptidão para a produção do biodiesel, a Bahia ganha duas usinas e ainda possui áreas para produzir o petróleo verde.

O Biodiesel é um projeto estratégico do Brasil e que encontra na Bahia uma vocação natural para desenvolvê-lo. Combustível de queima limpa, o biodiesel é um produto do óleo extraído de algumas plantas, capaz de proporcionar o desenvolvimento social e econômico da Bahia, estado que ocupa a posição de líder isolado da produção nacional de mamona (92%), possuindo ainda uma grande plantação de soja. As duas plantas podem dar origem ao “petróleo verde”, bem como ao dendê e algodão. Também chamado de "petróleo verde", o combustível reduz a poluição atmosférica e serve como alternativa de energia renovável e infinita, qualidades bem diferentes do petróleo.

Além de proporcionar benefícios ambientais, o biodiesel também possibilita a geração de empregos diretos e indiretos, promove a inclusão social e o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais menos favorecidas. Com base no zoneamento realizado pela Embrapa, constatou-se que a Bahia possui grande potencial para a expansão do cultivo da mamona. Dos 452 municípios que apresentam esse produto na região Nordeste, 189 (41,8%) localizam-se no estado baiano. A tendência de crise relacionada aos combustíveis fósseis não renováveis aponta para o uso das energias alternativas como foi o caso do álcool.

No dia 28 de dezembro, foi realizado o Primeiro Encontro de Biodiesel de Jequié e Região, quando foi discutido com os presentes a importância da produção do biodiesel através da agricultura familiar. Um mês antes, o II Fórum Regional do Biodiesel em Guanambi teve como tema O Biodiesel e a Inclusão Social.

Emprego e renda

Recentemente, a Petrobras assinou um contrato para a construção da sua primeira unidade de biodiesel, em Candeias. A usina, que vai custar cerca de R$ 78 milhões, deverá produzir 57 milhões de litros do combustível ao ano. A cidade foi escolhida por diversos fatores, dentre eles o mercado consumidor e a localização privilegiada em relação aos meios de transporte rodoviário, ferroviário e marítimo. A unidade vai gerar emprego e renda para aproximadamente 25 mil famílias de agricultores da região.

Já o município de Iraquara foi escolhido pela empresa Brasil Ecodiesel para a construção de uma fábrica para a produção de 80 milhões de litros de biodiesel por ano, utilizando como matéria-prima a mamona, o algodão e o girassol. Metade desses insumos será adquirida de 30 mil agricultores familiares, para quem a empresa destinará cerca de R$ 25 milhões. Serão gerados de 100 a 120 empregos diretos.

Pinhão-manso

Outra planta que desponta no cenário baiano como fonte geradora do biodiesel é o pinhão-manso. As vantagens do cultivo desta planta oleaginosa já estão sendo estudadas na Bahia pela Indústria Brasileira de Resinas (IBR), que tem um projeto em fase de instalação para o plantio de mais de mil hectares de pinhão e produção do combustível vegetal na cidade de Jacobina. Também há estudos da possibilidade do emprego da planta em projetos voltados para a produção do biodiesel em Andorinhas.
Estudos indicam que, além de produzir sementes oleaginosas, o pinhão-manso pode ser utilizado como substituto do arame nas cercas-vivas, sendo invulnerável aos pequenos e grandes animais, que se afastam da planta devido ao seu látex cáustico. Serve ainda para conservar o solo, reduzindo a erosão e a perda de água por evaporação.

Segundo os pesquisadores, o pinhão-manso é uma lavoura perene, que pode render ao agricultor de cinco a oito vezes mais que o leite ou outras culturas, podendo ser em consorciação com lavouras de milho e feijão.

Dentro de alguns anos, o biodiesel será uma alternativa real de renovação da matriz energética nacional e na Bahia esta realidade já vem dando, literalmente, bons frutos. Seja através do dendê, da mamona ou da soja, o estado mais uma vez mostra sua força. Com mais investimentos na área, o biodiesel gerado na Bahia aquecerá a economia, gerando emprego e renda para o povo baiano e, o que é melhor, sem agredir o meio ambiente.

Probiodiesel

O projeto Probiodiesel estimula a agroenergia no estado através do incentivo aos empresários. Ele foi apresentado no Congresso Bioenergy World Américas, realizado no final do ano passado no Fiesta Convention Center. Segundo o projeto, a Bahia poderá chegar a produzir cerca de 105 milhões de litros de biodiesel entre o final de 2007 e o início de 2008. “A Bahia é um Brasil em miniatura. Aqui nós temos diferentes tipos de solo e climas, o que nos dá a possibilidade de explorar diferentes oleaginosas. Poucos estados brasileiros têm a possibilidade de cultivar mais de quatro produtos diferentes voltados a produção de biodiesel”, afirmou o diretor de fortalecimento tecnológico empresarial da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Roberto Fortuna.

O diretor afirma ainda que o Baixo Sul, Semi-Árido e Oeste são regiões baianas com grande potencial para este tipo de produção e se tudo der certo a Bahia poderá, dentro dos próximos anos, chegar a produzir anualmente 300 milhões de litros de biodiesel, o que deverá beneficiar 103 mil famílias. Para ele Roberto Fortuna, a Bahia tem possibilidades de fornecer seus produtos por diversos caminhos: terminal marítimo de Madre de Deus, caminhos fluviais, dutovias e rodovias. Além disso, as universidades baianas (Estadual de Santa Cruz, Federal de Feira de Santana e Federal da Bahia) possuem grupos de pesquisas e laboratórios que contribuem para os avanços relacionados a bioenergia.

Fonte: Agora On Line

UE garante que está promovendo biocombustíveis

A comissária para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, a dinamarquesa Mariann Fischer Boel, garantiu em Copenhaga que a União Europeia está a promover os biocombustíveis. Apesar dos fracos resultados, acredita que será alcançada a meta dos dez por cento de biocombustíveis em 2020.

Falando sexta-feira na conferência “Parte da Solução: biocombustíveis na UE”, Boel disse que este tipo de combustíveis “são a nossa única verdadeira esperança para reduzir, significativamente, a dependência do petróleo no sector dos transportes nos próximos 15 anos”.

Actualmente, a UE importa 50 por cento da energia que precisa mas, em 2030, essa dependência pode chegar aos 65 por cento, lembrou a comissária.

“Já passámos da primeira página do primeiro capítulo” mas, apesar de termos as políticas, ainda “não chegámos onde queríamos”, alertou Boel, lamentando que os biocombustíveis sejam a forma de energia renovável mais cara. “Claramente, é preciso fazer mais. E, de facto, já estamos a agir”.

Boel referiu a Directiva dos Biocombustíveis de 2003 e o Plano de Acção para a Biomassa, de 2005. Também a Política Agrícola Comum contribui para atingir a meta dos biocombustíveis, nomeadamente, ao prever ajudas específicas ao cultivo de espécies agrícolas utilizadas na produção destes produtos.

A comissária salientou ainda os avanços científicos sobre biocombustíveis de segunda-geração.

Em 2005, a UE produziu cerca de quatro milhões de toneladas de biodiesel e bioetanol, quando em 2004 esse número foi de 2,4 milhões. Para o futuro, a Comissão deverá importar biocombustíveis de produções sustentáveis.

A Comissão Europeia quer que, em 2020, a UE obtenha 20 por cento da sua energia a partir de fontes renováveis. Actualmente, a percentagem é de menos de sete por cento.

Fonte: PUBLICO.PT 15.01.2007 - 20h58

Produção de matérias-primas para biodiesel deve ser mesclada

A produção brasileira de matérias-primas para o biodiesel deve diversificar sua matriz e apostar, primariamente, na agricultura industrial, com a agricultura familiar como complemento social. Essa é a conclusão de especialistas no assunto que foram consultados pelo BOM DIA.

Com uma demanda de mercado de aproximadamente 800 milhões de litros de biodiesel por ano, a produção familiar, principal aposta do governo, consegue suprir, hoje, apenas 6,25% desse total – ou seja, 50 milhões de litros do novo combustível.

A capacidade produtiva das usinas de biodiesel instaladas, contudo, poderia produzir cerca de 1,5 bilhão de litros, o que faria o país exportar o combustível. Não o faz por falta de material.

“Investir em agricultura familiar é responsável, mas não pode sustentar o projeto. Oleginosas como a soja, produzidas em larga escala, são essenciais para que o mercado seja suprido”, avalia Carlos Freitas, engenheiro especialista na produção de biodiesel.

Com experiência na produção do produto nos Estados Unidos, ele compara os dois modelos.

“Não acho que o modelo americano, 100% industrial, seja o ideal, nem o brasileiro, só familiar. Uma mescla entre o modelo industrial e o modelo familiar seria o ideal”, avalia o técnico.

Governo privilegia famílias
Privilegiar o desenvolvimento sustentável local e prover, por intermédio do projeto biodiesel, as famílias mais pobres com uma renda digna. A premissa, retirada do site oficial da Petrobras, que coordena os investimentos em biodiesel, dá o tom de como o governo encara a questão energética.

Em discurso durante a inauguração de uma usina de biodiesel na Bahia, o presidente Lula (PT) fez a seguinte declaração: “Nunca antes na história do Brasil houve um projeto tão completo para as famílias mais pobres do que a criação do biodiesel. E, com as famílias, o Brasil também evolui. Nossa agricultura familiar vai mover o mundo”.

Oleaginosa deve variar
O professor Miguel Dabdoub, da USP (Universidade de São Paulo), um dos pioneiros na pesquisa do biodiesel, acredita que a oleginosa para a produção do biodiesel pode variar de Estado para Estado, aproveitando melhor as potencialidades de cada região produtora.

“No Centro-Oeste, por exemplo, a soja deveria ser melhor aproveitada industrialmente. No Norte, a produção da palma poderia ser mais familiar. É errado estipular um só modelo”, diz.

A opinião é compartilhada por Duarte Nogueira (PSDB), ex-secretário paulista de Agricultura. “Nunca é bom investir apenas em uma matriz. A variação regional é importante.”

14/1/2007 Eduardo Schiavoni (Da Agência BOM DIA RP)

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Como produzir Biodiesel

O biodiesel pode ser produzido a partir de diversas matérias-primas, tais como óleos vegetais, gorduras animais, óleos e gorduras residuais, por meio de diversos processos. Pode também, ser usado puro ou em mistura de diversas proporções com o diesel mineral.
A evolução tecnológica dos últimos anos mostra tendências para a adoção da transesterificação com metanol e etanol como processo principal para o uso em mistura com o diesel. Justifica-se pela possibilidade de introdução na frota atual de veículos automotivos, sem nenhuma modificação dos motores.
A diversidade de matérias-primas, processos e usos é uma grande vantagem, mas cada caso precisa ser analisado de acordo com as suas especificidades.
Não existem obstáculos técnicos ou normativos para o início da utilização de biocombustíveis em adição ao diesel, mas sua utilização implica em disponibilidade de insumos, segurança no abastecimento, capacidade de abastecimento, capacidade de processamento pela indústria e integração final aos circuitos de distribuição.
A utilização do novo combustível depende, entre outros fatores, de uma relação positiva entre a energia consumida no processo de produção e a energia disponibilizada pelo combustível produzido. Por exemplo, no caso do etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, essa relação é de 8,3 para um. Comparativamente, nos EUA, o etanol tem uma relação de apenas 1,3. No Brasil, alguns estudos efetuados para fins de biodiesel indicam uma relação de 1,4 no caso da soja, de aproximadamente, 5,6 no caso do dendê, e de 4,2 para a macaúba, o que confirma o potencial das palmáceas como fonte de matéria-prima, ou seja, maior produtividade e disponibilidade de resíduos de valor energético.
O uso do biodiesel reduz as emissões associadas ao diesel de base fóssil. Trata-se de um produto não tóxico e biodegradável. Estudos europeus com o diesel produzido da canola, concluíram que comparado ao diesel, o biodiesel puro reduz as emissões de gases de efeito estufa em 40 – 60%. As reduções no Brasil, a partir da soja, não seriam maiores.

Aspectos tecnológicos

Para converter óleos vegetais em combustíveis adequados, o processo predominante é a transesterificação em meio alcalino, onde se fazem reagir triglicérides com um álcool, etanol ou metanol, produzindo glicerina e ésteres dos ácidos graxos componentes do óleo vegetal. A diversidade de matérias-primas, óleos, e as alternativas de processo levam a diversos programas de pesquisa e desenvolvimento tecnológico.

A especificação do biodiesel para uso comercial é considerada uma etapa essencial para o desenvolvimento de programas de biodiesel, como atestam experiências européias e americanas. Nestas condições, mesclas de diesel com biodiesel adequadamente especificado, em teores até 20%, podem ser empregadas sem problemas operacionais ou de desempenhos em motores convencionais, sem qualquer ajuste ou modificação. Poucas exceções, limitam o emprego do biodiesel ao B5 (diesel mineral com teor de biodiesel de 5%), praticamente todos os fabricantes de motores matem a garantia de seus equipamentos quando operam com o B20 (diesel mineral com teor de biodiesel de 20%). Tais condições pressupõem sempre o atendimento da especificação do combustível. Cabe observar que a determinação dos teores de biodiesel no diesel ainda requer métodos laboratoriais sofisticados, ao contrário da avaliação dos teores de etanol na gasolina, que pode ser efetuada em campo com relativa facilidade.
No Brasil, a Portaria 255/2003 da Agência Nacional de Petróleo (ANP) estabeleceu uma especificação preliminar do biodiesel com algumas premissas considerando o uso em misturas até 20% (B20). São especificações similares à européia e a americana, com alguma flexibilização para atender as características das matérias-primas nacionais.

Aspectos ambientais

Proporcionalmente ao seu teor em uma mistura com diesel, o biodiesel promove uma redução das principais emissões associadas ao derivado de petróleo, com a exceção notável dos óxidos de nitrogênio (NOx). O incremento observado nas emissões desse poluente, não é elevado, 2% a 4% para o B20, mas deve ser considerado porque é um dos principais precursores do ozônio troposférico, atualmente, o mais grave problema da qualidade do ar na maior cidade brasileira (São Paulo/SP). O aumento das emissões de NOx associado ao biodiesel tem sido confirmado por muitos estudos. Sua atenuação tem sido sugerida com o uso de aditivos e alterações nos motores.
As emissões de gases do efeito estufa associadas ao biodiesel têm sido avaliadas na última década, nas condições européias, considerando o uso de colza e soja como matérias-primas e ésteres metílicos como o B10 e B20. Os resultados, expressos em biodiesel puro (B100), indicam reduções de 40% a 60% das emissões correspondentes ao diesel puro. Resultados mais recentes mostram variação ainda maior para éster metílico de colza, em função das condições de rotação de culturas, uso de fertilizantes e uso ou não da glicerina.
A redução das emissões de gases de efeito estufa pode ser relevante, contudo os valores monetários associados a possíveis créditos de carbono são ainda pequenos. Para valores de crédito entre US$ 1 e 5/tonelada de carbono avaliado, estes valores corresponderiam e cerca de 3% do custo da produção.

Aspectos econômicos

Para que seja possível estabelecer comparações, as alternativas de custo do biodiesel e do diesel mineral devem considerar os dois combustíveis sem impostos. Essas comparações devem, ainda, no caso do biodiesel, incluir todos os custos da produção agrícola e industrial. Não apenas custos operacionais, mas também, os custos relativos ao capital, custos da terra e, se for o caso, o custo dos assentamentos e suas benfeitorias. Em casos em que haja outras culturas consorciadas com a mamona, tipicamente da agricultura familiar, devem-se considerar todos os custos associados e seus retornos. Só assim é possível avaliar corretamente o valor do subsídio alocado ao diesel.
Os custos de produção do biodiesel dependem essencialmente do custo da matéria-prima, do óleo vegetal ou outra substancia graxa, e dos custos de processamento industrial, podendo subtrair-se os créditos de correntes da comercialização do glicerol.
Em geral, o custo do óleo vegetal corresponde à cerca de 85% do custo do biodiesel, quando este é produzido em plantas de alta capacidade. Há, portanto, interesse em reduzir os custos da matéria-prima e eventualmente, obter o material graxo a partir de rejeitos industriais: óleo de fritura usado, sebo e águas servidas.

Matérias-primas, tecnologia agrícola e disponibilidade de áreas no Brasil

Quanto às matérias-primas mais promissoras para utilização, deve-se referir aos estudos recentes da EMBRAPA, em 2003, para levantar os cultivos e as aptidões regionais. De uma forma geral, têm sido mencionados a soja para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a mamona para o Nordeste e o dendê para a região Amazônica.
Girassol, amendoim e outros também têm sido considerados. Igualmente, as Palmáceas tropicais são sempre mencionadas como viáveis e potenciais produtores de biodiesel. Alguns estudos apontam perspectivas interessantes para as oleaginosas aparentemente inusitadas e pouco citadas, como o abacate, com uma produtividade estimada em 1200 litros de biodiesel por hectare.

Muitas oleaginosas podem ser usadas para a produção de biodiesel. A área para suprir 5% do diesel B5 com oleaginosas locais, e usando apenas soja, dendê e mamona, seria cerca de 3 milhões de hectares. A área de expansão possível para grãos é de, pelo menos, 90 milhões de hectares. As áreas aptas para o dendê atingem, na Amazônia, cerca de 70 milhões de hectares, com alta aptidão em cerca de 40%.
A soja conta com uma base agrícola variada e tecnologia adequada, além de uma enorme experiência da produção como cultura extensiva, de grandes áreas. Utiliza 20 milhões de hectares e dispõe de 100 milhões de hectares aptos para expansão. Não há limitações nem técnicas, nem de áreas para suportar um programa de biodiesel para misturas.

O agronegócio da soja gera empregos diretos para 4,7 milhões de pessoas em diversos segmentos, de insumos, produção, transporte, processamento e distribuição, e nas cadeias produtivas de suínos e aves. Trata-se de uma produção de 52 milhões de toneladas em 20 milhões de hectares, no total, diretos e indiretos, quatro hectares por pessoa.

Na Europa e nos EUA, o custo do biodiesel é hoje, 1,5 a 3 vezes maior que o diesel mineral. Não há previsão de reduções importantes desse custo para o futuro. O biodiesel é justificado por externalidades positivas como o meio ambiente, geração de empregos, segurança e balanço de pagamentos. O mesmo ocorreria no Brasil; com exceção possível no caso da mamona ou algumas oleaginosas que poderiam evoluir muito com a pesquisa agrícola. Contudo, é preciso conhecer, de modo mais detalhado, os custos atuais e esperados no futuro. Além de valorizar externalidades positivas importantes como geração de empregos e renda, é importante dimensionar os níveis de subsídios necessários, decidir sobre a adequação, ou considerar alternativas.
A diferença entre custos de produção do diesel, sem impostos, e custos de oportunidade, que são os valores pagos no mercado internacional para os óleos vegetais, indica o valor do subsídio a ser pago diretamente ou por meio de renúncia fiscal. Mesmo no caso da soja, que conta com um subsídio mínimo, apenas a renúncia fiscal não seria suficiente para atingir o valor ideal para a incorporação do biodiesel como alternativa econômica ao óleo mineral.

Custos, custos de oportunidade e competitividade

Na Europa e nos Estados Unidos o custo do biodiesel é hoje uma e meia a três vezes maior que o diesel mineral. Não há previsão de reduções importantes desse custo no futuro. O biodiesel é justificado por externalidades positivas como o meio ambiente, geração de empregos, segurança e balanço de pagamentos. O mesmo ocorreria no Brasil; com exceção possível no caso da mamona ou algumas oleaginosas que poderiam evoluir muito com a pesquisa agrícola. Contudo, é preciso conhecer de modo mais detalhado, os custos atuais e esperados no futuro. Além de valorizar externalidades positivas importantes como a geração de renda e emprego, é importante dimensionar os níveis de subsídios necessários, decidir sobre adequação, ou considerar alternativas.
A diferença entre custos de produção do diesel, sem impostos, e custos de oportunidade, que são os valores pagos no mercado internacional para os óleos vegetais, indica o valor do subsídio a ser pago diretamente ou por meio de renúncia fiscal. Mesmo no caso da soja, que conta com um subsídio mínimo, apenas a renúncia fiscal não seria suficiente para atingir o valor ideal para a incorporação do biodiesel com alternativa econômica do óleo mineral.

Mercado para Biodiesel no Brasil

Com o sucedâneo do óleo diesel, o mercado potencial para o biodiesel é determinado pelo mercado do derivado de petróleo. A demanda total de óleo diesel no Brasil em 2002 foi da ordem de 39,2 milhões de metros cúbicos, dos quais 76% foram consumidos no setor de transporte, 16% no setor agropecuário e 5% para geração de energia elétrica nos sistemas isolados. A importação de diesel, em 2002, correspondeu a 16,3% do mercado e significou nos últimos anos um dispêndio anual da ordem de US$1,2 bilhão, sem considerar o diesel produzido com petróleo importado, cerca de 8% do total de diesel consumido.
No setor de transporte, 97% da demanda ocorre no modal rodoviário, ou seja, caminhões, ônibus e utilitários, já que no Brasil estão proibidos os veículos leves a diesel. Em termos regionais, o consumo de diesel ocorre principalmente, na região Sudeste (44%), vindo a seguir o Sul (20%), Nordeste (15%), Centro-Oeste (12%) e Norte (9%). O diesel para consumo veicular no Brasil pode ser diesel interior, com teor de enxofre de 0,35% ou o diesel metropolitano, com 0,20 de enxofre, que corresponde por cerca de 30% do mercado.
A geração de energia elétrica nos sistemas isolados da região Amazônica consumiu 530 mil metros cúbicos de diesel, distribuídos na geração de 2079 GWh, no Amazonas (30%), Rondônia (20%), Amapá (16%), Mato Grosso (11%), Pará (11%), Acre (6%), Roraima (3%), além de outros pequenos sistemas em outros estados. Esses números se referem a demanda de serviço público. Existem grandes consumidores privados de diesel para geração de energia elétrica como empresas de mineração localizadas na região Norte.
Como um exercício e sem considerar eventuais dificuldades de logística ou de produção, podem ser inicialmente considerados os seguintes mercados:

Uso de B5 no diesel metropolitano: 0,45 Mm3;
Uso de B5 no diesel consumido no setor agropecuário: 03,1 Mm3;
Uso de B5 em sistemas isolados: 0,10 Mm3;
Uso de B5 em todo mercado de diesel: 2,00 Mm3
Conclusões
- O uso do biodiesel reduz as principais emissões locais associadas ao diesel, de material particulado, monóxido de carbono, hidrocarbonetos, Sox - óxido de enxofre, exceto dos NOx – óxidos de nitrogênio (+2 a 4%, com o B20). É não-tóxico e biodegradável.
São características muito importantes para os centros urbanos no Brasil.
- No Brasil há um grande número de oleaginosas que poderiam ser usadas para produzir biodiesel. Considerando áreas a cultivar para suprir 5% da demanda de diesel (B5), com oleaginosas locais, de acordo com o zoneamento da EMBRAPA, e tomando simplificadamente, apenas a soja, dendê e mamona, estima-se uma necessidade de 3 milhões de hectares. A área de expansão possível para grãos é de 90 milhões de hectares. As áreas aptas para o dendê atingem, na Amazônia, cerca de 70 milhões de hectares, dos quais, cerca de 40% com alta aptidão.

Recomendações

- Um bom sinalizador para o mercado poderia ser a implantação de um programa de testes já acordado, e a autorização para uso irrestrito de misturas até B2, não compulsória, sempre com biodiesel que necessariamente atenda às especificações estabelecidas em Portaria da ANP. Mediante essa regulamentação da ANP, as distribuidoras poderiam passar a fornecer óleo diesel com até 2% de biodiesel, ficando sob sua responsabilidade o cumprimento das especificações do produto entregue ao revendedor ou ao consumidor.
Desta forma, na presente situação dos custos/preços, a diversidade de contextos de demanda de diesel no Brasil pode proporcionar o surgimento de mercados precursores.

Observação final

O biodiesel pode cumprir um papel importante no fortalecimento da base agroindustrial brasileira e no incremento da sustentabilidade da matriz energética nacional com geração de empregos e benefícios ambientais relevantes. É sempre útil lembrar a experiência do etanol, evoluindo de uma situação de necessidade de grandes subsídios em 1975, para uma forte posição competitiva hoje. Há disponibilidade de terras, clima adequado e tecnologia agronômica, mas não há competitividade, no sentido convencional. É necessário um reforço da base de variedades e cultivares, exceto para a soja, e algum aperfeiçoamento dos processos produtivos, principalmente da rota etílica. O planejamento para implementação do biodiesel requer ações de curto prazo, com a introdução cuidadosa deste biocombustível no mercado, para poder induzir a progressiva superação das dificuldades apontadas.