02.07.2008 - Depois de dois dias discutindo as experiências com o pinhão manso, pesquisadores renomados do Brasil e do Mundo unificaram resultados de trabalhos científicos no Jatropha World Congress e o 2º Dia de Campo nos dias 20 e 21.
Um dos pontos fortes do evento foi o anúncio da sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo que trabalha com pinhão manso. E também a parceria público privado firmado entre Embrapa Agroenergia e representantes do setor privado, grupo no qual estão inclusos os idealizadores do evento, Saudibras e Biotins, e Instituições Técnicas do Estado do Tocantins como o Ruraltins, UFT e a UNITINS, durante o primeiro workshop em Jatropha para produção de biodiesel.
O evento internacional atraiu inúmeras pessoas, pesquisadores renomados de agroenergia, investidores e agricultores. Foram 16 Estados brasileiros representados, além da participação de 32 grandes empresas como Petrobras, Brasil Ecodiesel, Bayer CropScience, Jacto, BioNorte, IKEDA, BioNasa, entre outras. Além de 17 empresas estrangeiras representada por 39 pessoas de diversos países como Holanda, Cuba, Argentina, Equador, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.
Os interessados conheceram a maior lavoura de pinhão manso contínua e de extensão do país, com 3 mil e 100 hectares de área plantada com recursos próprios. E mais 1000 hectares da agricultura familiar com apoio do Banco da Amazônia. Outro parceiro do projeto é o governo do Estado do Tocantins através do Ruraltins e da Seagro que proporciona o fomento da cultura e assistência técnica aos agricultores familiares. Toda a área já possui contrato de compra garantido pela Biotins Energia. Autoridades estaduais e municipais do Tocantins também estiveram no evento realizado em Palmas e em Caseara e anunciaram apoio à ampliação da cultura e a inserção social no Estado.
Para o diretor presidente da Biotins Energia, Eduardo Bundyra, desde a realização do evento em 2007, o pinhão manso tem surtido efeitos positivos ao Tocantins. “O evento do ano passado teve como resultado principal o fomento dos produtores de Agricultura Familiar, a abertura de Crédito pelo Banco da Amazônia para o Pinhão Manso, e a consolidação do apoio do Ministério da Agricultura a oleaginosa como alternativa”, disse o empresário. Com a realização da segunda edição em 2008, a meta e atingir mais 5 mil hectares plantados, por terceiros, tanto por pequenos, médios produtores, como da Agricultura Familiar.
Outra novidade anunciada no maior evento internacional que discutiu especificamente o pinhão manso no país, foi à sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo, a “D1 Plant Sciences Jatropha Curcas” que trabalha o programa de pesquisa, melhoria genética e proposta de descritores. O presidente da empresa, Henk Joos, despertou interesse pelo Tocantins durante o evento.
Segundo o presidente da ABPPM – Associação Brasileira de Produtoras de Pinhão Manso, Mike Lu, a previsão é que a empresa seja instalada no Brasil, em agosto deste ano, com oito campus de experimentos no país e em diversos Estados, sendo dois centros de desenvolvimento e uma empresa pesquisadora de sementes. E as terras agricultáveis do Tocantins tem sido um atrativo.
Workshop Embrapa
Durante o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel realizado pela Embrapa Agroenergia, que ocorreu na Fazenda Bacaba, foi firmada uma parceria público-privada entre instituições e empresas. A reunião resultou em um documento orientador dos setores público privado constando às contribuições sobre diversos temas de Pesquisa, em três vertentes: Agronômica, Industrial e Transversal. O documento será publicado nos anais do evento e em Cd Rom que deve conter ainda as palestras proferidas no Jatropha World Congress e dia de campo. Assuntos como o levantamento do Estado da Arte das pesquisas com pinhão manso; problemas mais relevantes à consolidação de Redes de Pesquisas com Pinhão Manso; e aspectos técnico-científicos e legais da cultura também foram discutidos pelos profissionais.
Para o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld, um dos aspectos importantes da reunião, foi à forma de estabelecimento da agenda numa parceria público – privada de pesquisadores com empresários e investidores que firmaram um acordo dos principais problemas tecnológicos que deverão ser objetos de projetos de pesquisa.
O workshop contou com a participação de 12 representantes da Embrapa Agroenergia, Cerrados, Meio Norte, Algodão, Semi-árido, Agropecuária Oeste, de diversos Estados brasileiros, realizou o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel. Fizeram parte ainda das discussões, representantes da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, da EBDA - Empresa baiana de desenvolvimento agrário; Empaer - Empresa de pesquisa agropecuária do Mato Grosso do Iac - Instituto agronômico de campinas, do Iapar - Instituto agronômico do Paraná, Fuserman - Diretor executivo do projeto Jatropha de Pinhão Manso da Refinaria Nacional de petróleo vegetal de Minas Gerais entre outras empresas de biodiesel.
Pesquisa
O pinhão manso, segundo uma das pesquisadoras da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, Heloisa Mattana Saturnino, começou a ser estudada há mais de 20 anos pela instituição. Somente em 2004 os trabalhos de pesquisa se intensificaram, com o reinicio de um estudo e coleção de plantas e sementes.
Nos últimos quatro anos vem se estudando sobre os campos de observação do pinhão manso, de desenvolvimento em cada lugar, de levantamento de pragas e doenças, de irrigação e adubação necessária. O estado nutricional da lavoura e o efeito de competição da erva daninham além da quantidade de sementes.
Para a pesquisadora da Epamig, Heloisa, uma das vantagens é o fato da planta ser perene que reduz os riscos com a lavoura. Outro fator é o acumulo de água que a planta armazena servindo como mecanismo de defesa próprio. Possui raízes que ajuda na proteção do solo para evitar erosão, e as folhas que caem servem pode proteção para o solo. O pinhão tolera a seca e sobrevive em condições de 200 milímetros de chuva.
A Embrapa Agroenergia, considera o pinhão manso, uma matéria-prima potencial para produção de biodiesel. O óleo é considerado um dos melhores para produção de biodiesel e indicado para exportação. A outra vantagem é inserção da cultura na cadeia produtiva da agricultura familiar.
Comitê da Bioenergia
A realização do Congresso e do dia de campo foi uma das medidas para o fortalecimento da Rede de Pesquisa em pinhão manso, que esta se consolidando desde o inicio deste mês no Tocantins. A rede está dentro do Comitê de Bioenergia que faz parte do Mercoeste, no momento está em processo de constituição e consolidação dos eixos específicos de pesquisa. De acordo com um dos principais pesquisadores da cultura de pinhão manso no Estado do Tocantins, professor Eduardo Erasmo da UFT - Universidade Federal do Tocantins - campus de Gurupi, após a formatação dos eixos, será realizada a elaboração de projetos específicos e o processo de captação de recursos em agências financiadoras.
De acordo com o pesquisador, Erasmo, integrante primordial da Rede de pesquisa em pinhão manso no Estado, desenvolve um trabalho de pesquisa, na Fazenda Bacaba no município de Caseara juntamente com dois professores doutores e oito estagiários. O trabalho visa à avaliação de herbicidas (controle de plantas daninhas) e a adubação potássica em cobertura para descobrir qual a quantidade de adubo adequada para o crescimento do pinhão manso. “O projeto tem suma importância, porque trará respostas cientificas confiável para a produção”, disse o pesquisador.
O pesquisador afirmou ainda que a planta tem grande potencial, é fácil ser estabelecida tanto por pequenos como grandes produtores do Tocantins, devido a facilidade de adaptação em solos mais fracos e época de seca. O projeto de pesquisa vem sendo desenvolvido na Fazenda a cerca de seis meses.
Devido ao grande investimento da cultura no Tocantins, recentemente, pesquisadores motivados pela Saudibras – Empreendimentos Agropecuários, no dia cinco de junho de 2008, na capital Tocantinense, foi formada uma rede de pesquisa do pinhão manso. Faz parte da rede, representantes da Saudibras, Biotins-Energia, Fieto – Federação das Indústrias do Tocantins, Iel – Instituto Euvaldo Lodi, Untins – Fundação Universidade do Tocantins, UFT – Universidade Federal do Tocantins, Ceulp/Ulbra, Universidade Católica e Escola Técnica Federal, fazem parte da rede de pesquisa que está inserida no Comitê de Bioenergia e Derivados no Tocantins inserir do Mercoeste. A proposta a partir de agora é inclusão do projeto no PAC – Programa Aceleração do Crescimento e buscar recursos com ouros fundos para acelerar as pesquisas.
Fonte:
quarta-feira, 2 de julho de 2008
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