sábado, 12 de julho de 2008
Situação da Brasil Ecodiesel em 2007
O diretor de Relações com Investidores da empresa Ricardo Vianna anunciou que a empresa registrou receita líquida de R$ 134,3 milhões no quarto trimestre e de R$ 335,6 milhões em 2007, quando a empresa vendeu 75,763 milhões de litros de biodiesel no trimestre, num total de 190,434 milhões de litros durante todo ano. Este volume confirma um crescimento trimestral médio de 70% desde o primeiro trimestre de 2006.
"Enfrentamos vários desafios em 2007, ano em que o Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) ainda se encontrava em fase preliminar, de uso autorizativo. Em 2008 iniciou-se a fase de uso obrigatório do biodiesel, tornando o Programa irreversível. Verificamos que de fato já existe no país capacidade produtiva para atender às demandas de uso do B2 e do B3 e a Brasil Ecodiesel se orgulha de ter ajudado nesse processo de introdução do biodiesel, que elevou o país a ser um modelo de sucesso na produção de biodiesel", afirmou Ricardo Vianna.
Entre as projeções para 2008, Vianna ressaltou a antecipação feita pelo Governo Federal da obrigatoriedade do B3 para 1º de julho próximo. Segundo ele, a medida demonstra a consolidação do mercado brasileiro e a tendência de antecipar o B5 de 2013 para 2010. "Também é muito importante para o setor o anúncio feito pela Comissão Européia ao Parlamento Europeu no ano passado, com a sugestão de estabelecer um percentual obrigatório de 10% de biocombustíveis nos combustíveis minerais a partir de 2020. Acreditamos que a medida deverá abrir uma janela significativa para exportação", completou Vianna.
O prejuízo líquido de R$ 24,4 milhões registrado no quarto trimestre, num total contabilizado de R$ 37,7 milhões em 2007, deve-se, principalmente à elevação nas cotações dos óleos vegetais e à operação abaixo da capacidade industrial. "Ainda que o rendimento dos nossos negócios tenha sido impactado pelo volume de vendas inferior ao previsto, por conta da não-retirada do biodiesel ao longo do ano, a Brasil Ecodiesel verificou forte aumento nas vendas no último trimestre de 2007, quando as distribuidoras de combustível ampliaram seus investimentos na logística e distribuição de biodiesel com a chegada da obrigatoriedade do B2.
CONSOLIDAÇÃO
A Brasil Ecodiesel ampliou consideravelmente sua estrutura industrial em 2007. Hoje, possui seis unidades – Floriano (PI), Iraquara (BA), Crateús (CE), Porto Nacional (TO), Itaqui (MA) e Rosário do Sul (RS) - em pleno funcionamento comercial, alcançando 640 milhões de litros de capacidade de produção anual. Tal capacidade coloca a Brasil Ecodiesel como a maior empresa de biodiesel do país e entre uma das maiores empresas do mundo.
Paralelamente, a companhia concluiu, em meados de 2007, a instalação da unidade de extração de óleo vegetal integrada à usina de transesterificação em Iraquara e o processo de modernização da unidade de extração de óleo de São Luiz Gonzaga. Uma nova unidade de extração de óleo integrada à usina de Porto Nacional está em fase inicial de construção.
NOVOS INVESTIMENTOS NA CADEIA AGRÍCOLA
Com a concretização da ampliação industrial da Brasil Ecodiesel, a empresa volta agora seus esforços para a expansão das cadeias de originação agrícola. Em 2007, a implementação de novas cadeias, como as de mamona e girassol, não ocorreu no ritmo planejado. A seca que atingiu grande parte das regiões produtoras de mamona e as chuvas de granizo em regiões do Sul produtoras de girassol retardaram a estratégia da Ecod de reduzir do óleo de soja como principal fonte para produção de biodiesel.
"O pequeno volume de grãos colhidos inviabilizou que fossem processados para obtenção de óleo vegetal e produção de biodiesel. Optamos, portanto, por estocar os grãos da safra passada, que serão processamos juntamente com a safra deste ano. Nossa expectativa é de que oleaginosas como a mamona e o girassol ocupem até 25% no mix de originação de matérias-primas para produção de biodiesel em 2008", explicou Ricardo Vianna, que ratificou a meta da empresa em seguir fomentando o cultivo de matérias-primas alternativas à soja.
O Pinhão-manso (Jatropha curcas), por exemplo, também ocupa lugar de destaque na visão estratégica da empresa, que tem conhecimento ímpar no mundo sobre o comportamento desta oleaginosa. Já são 14 mil hectares plantados pela Brasil Ecodiesel, que conta com 63 mil ha de fazendas próprias ou terras arrendadas para plantio.
Fonte: CDN – Comunicação Corporativa
Fabiana Castro - Jornalista
Telefone: (21) 3535-8353
Da

domingo, 6 de julho de 2008
A África é Aqui!

Uma das grandes invenções atuais, já considerada uma das maiores do século, é um aparelhinho parecido com um canudo que filtra a água suja tornando-a potável na hora. O purificador portátil tem capacidade para filtrar até 700 litros de água suja ou 350 litros de água salgada.
As crianças acima estão usando o LifeStraw - em português, canudoda vida - um purificador de água portátil que elimina 99% das bactérias da água e filtra partículas de até 15 mícrons (1 mícron equivale à milésima parte de um milímetro).
Seu uso elimina, de acordo com o fabricante, microorganismos causadores de diarréia, disenteria, tifóide e cólera, além de salmonela e outras bactérias causadoras de doenças.
Em todo o mundo, cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável. Ao invés de ficar lendo sobre estatísticas aterradoras, alguns blogs têm apoiado uma campanha de ajuda para mudar essa situação. O site do LifeStraw aceita doações de todas as partes do mundo via PayPal ou cartão de crédito internacional. Um canudo, enviado para as regiões em conflito na África custa apenas €3,50 e pode ser usado durante um ano.
Essa campanha poderia se adquar perfeitamente à nossa realidade do semi-árido Nordestino. Onde a seca cria situações muito piores do que as da foto. São cidades inteiras sem saneamento básico onde a população não só não tem acesso a água filtrada, com bebe água, muitas vezes, de origem bastante duvidosa.
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Devemos ajudar a Africa? Sim devemos, mas sem esquecer que a "África é Aqui!", pois um País onde as pessoas da zona rural penam para conseguir água (suja) em algumas regiões, mereceria muito uma campanha como essa.
Para participar fazendo uma doação para os nossos irmãos africanos enquanto ninguem toma providência para fazer algo pelos nossos irmãos tupiniquins, doe aqui.
Do Autor do Blog
Ver também:
Reportagem do "Profissão Repórter": A seca que atinge 387 municípios do nordeste
Esquimós processam EUA por mudanças no clima

A Conferência Circumpolar Esquimó (ICC - International Covenant on Civil and Political Rights(1)), realizada em dezembro de 2005, alega que os Estados Unidos não conseguem controlar as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, danificando o sustento dos habitantes da região.
A petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, exige que os Estados Unidos limitem suas emissões.
As temperaturas no Ártico estão subindo duas vezes acima da média global.
O estudo Avaliação do Impacto Climático no Ártico, uma grande pesquisa científica feita durante quatro anos, descobriu que a região vai esquentar entre quatro e sete graus Celsius até o final do século, com o gelo nos oceanos durante o verão desaparecendo dentro de 60 anos.
Informações sem registro científico sugerem que os impactos já estão sendo notados, com derretimento observados em estações específicas, levando ao desabamento de prédios e à redução de cardumes de peixes.
A petição, registrada em nome do ICC pelo Centro Internacional de Lei Ambiental (CIEL na sigla em inglês), afirma que as políticas dos Estados Unidos a respeito das emissões estão levando a estas mudanças.
"Os Estados Unidos são considerados os maiores emissores do mundo dos gás que provocam o efeito estufa; viraram as costas ao Protocolo de Kyoto e não colocaram em prática medidas para limitar suas emissões", disse o advogado do CIEL, Donald Goldberg.
"Os esquimós são os que sofrem mais", disse Goldberg à BBC.
Investigação
A petição pede que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos investigue o dano causado aos esquimós pelo aquecimento global e pede que os Estados Unidos sejam declarados "...em violação dos direitos firmados pela Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem de 1948 e outros instrumentos da lei internacional".
A petição também pede que a Comissão decida que os Estados Unidos adotem limites obrigatórios nas emissões e "...ajudem os esquimós a se adaptarem aos impactos inevitáveis da mudança climática".
Se a Comissão decidir a favor dos esquimós, poderá remeter os Estados Unidos à Corte Interamericana dos Direitos Humanos para um julgamento.
A Comissão e a Corte trabalham dentro do sistema da Convenção Americana dos Direitos Humanos.
Como os Estados Unidos não ratificaram a Convenção, uma decisão pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos seria simbólica, mas o advogado Donald Goldberg acredita que isto não inutiliza a petição.
"Se a Comissão descobrir que os Estados Unidos violaram os direitos humanos, esta é uma questão séria", disse.
"Governos não gostam de ser classificados como violadores de direitos humanos; e, de qualquer forma, há um mecanismo doméstico legal chamado Lei de Alegação de Prejuízos de Estrangeiros, que pode nos permitir usar o julgamento da Comissão em um processo nacional", afirmou.
A petição é a última de uma série de casos legais ou semi-oficiais contra o governo americano e outros a respeito de mudanças climáticas.
Os Estados Unidos já receberam pedidos de proteção de espécies de corais ameaçadas devido à mudança climática, e autoridades australianas foram forçadas a rever os procedimentos dos projetos para aprovação de usinas de carvão, por exemplo.
Mas a maior vitória legal para as campanhas como esta ocorreu em novembro, com a campanha coordenada pelo grupo Justiça Climática, quando a Justiça da Nigéria determinou que as companhias de petróleo não podem mais queimar gás em poços de petróleo.
(1) - International Covenant on Civil and Political Rights, G.A. res. 2200A (XXI), 21 U.N. GAOR Supp. (No. 16) at 52, U.N. Doc. A/6316 (1966), 999 U.N.T.S. 171, entered into force Mar. 23, 1976.
Ver também:
A África é aqui
Estudo mostra derretimento de gelo na Antártica
Estudo reforça elo entre aquecimento e extinção
Falta de água limpa atinge mais de um bilhão de pessoas
Mapa mostra escassez de água pelo mundo
Em 20 anos, faltará água para 60% do mundo, diz ONU
Danos ao clima podem ser irreparáveis em dez anos, diz cientista
Fonte:

Do Autor do Blog
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Normas ABNT para biodiesel
- ABNT NBR 10441 (base: ASTM D 445: 2001) Produtos de petróleo - Líquidos transparentes e opacos - Determinação da viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica.
- ABNT NBR 14065 (base: ASTM D 4052: 2002) Destilados de petróleo e óleos viscosos - Determinação da massa específica e da densidade relativa pelo densímetro digital.
- ABNT NBR 14359 (base de desenvolvimento: ASTM D 130: 2004) Produtos de petróleo - Determinação da corrosividade - método da lâmina de cobre.
- ABNT NBR 14448 (base de desenvolvimento: ASTM D 664: 2004) Óleos lubrificantes e fluidos hidráulicos - Determinação do índice de acidez pelo método de titulação potenciométrica.
- ABNT NBR 14598 (base: ASTM D 93: 2006 e ISO 2719: 2002) Produtos de petróleo - Determinação do Ponto de Fulgor pelo aparelho de vaso fechado Pensky-Martens.
- ABNT NBR 14747 (base de desenvolvimento: ASTM D 6371:1999) Óleo Diesel - Determinação do ponto de entupimento de filtro a frio.
- ABNT NBR 15341 Biodiesel - Determinação de glicerina livre em biodiesel de mamona por cromatografia em fase gasosa.
- ABNT NBR 15342 Biodiesel - Determinação de monoglicerídeos, diglicerídeos e ésteres totais em biodiesel de mamona por cromatografia em fase gasosa.
- ABNT NBR 15343 Biodiesel - Determinação da concentração de metanol e/ou etanol por cromatografia em fase gasosa.
- ABNT NBR 15344 Biodiesel - Determinação de glicerina total e do teor de triglicerídeos em biodiesel de mamona.
- ABNT NBR 7148 (equivalente a ASTM D 1298) Petróleo e produtos de petróleo - Determinação da massa específica, densidade relativa e API - Método do densímetro.
- ABNT NBR 9842 (base de desenvolvimento: ASTM D 482: 2003) Produtos de petróleo - Determinação do teor de cinzas
Projeto de normas para biodiesel no âmbito da CEET
- PROJETO 00.001.62-005 Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de Ca, Mg, Na, K, P por espectrometria de emissão ótica com plasma indutivamente.
- PROJETO 00.001.62-006 (referência: EN 14108) Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de Na por espectrometria de absorção atômica.
- PROJETO 00.001.62-007 (referência: EN 14109) Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos – determinação dos teores de K por espectrometria de absorção atômica.
- PROJETO 00.001.62-008 Armazenamento, transporte, abastecimento e controle de qualidade de biodiesel e/ou mistura óleo diesel/biodiesel.
- PROJETO 00.001.62-009 Biodiesel - Determinação do teor de biodiesel em óleo diesel por espectroscopia na região do infravermelho médio.
- PROJETO 00.001.62-010 Produtos derivados de óleos e gorduras - ésteres metílicos/etílicos de ácidos graxos –determinação dos teores de Ca, Mg, Na, K, por espectrometria de absorção atômica.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
Assobiar e chupar cana
Álcool ou soja; proteína ou etanol. Num mundo que tem sede de combustíveis e fome de alimentos, será que tem terra suficiente para produzir os chamados biocombustíveis sem prejudicar a produção de comida? Sempre que esta questão energética vem à tona, me lembro do sítio do seu Pedro, na zona rural de Londrina.
E me lembro porque lá se plantava uma série de culturas que cobriam de verde a terra da propriedade. Tinha lavoura de café, entremeada de milho, feijão ou arroz; tinha uma bela horta de alface, couve, pepino e outras abobrinhas mais; um chiqueiro de porco, umas cabeças de gado e, mais ao fundo, um belo canavial. A terra era pequena, mas produzia um pouco de tudo.
Pequeno produtor, seu Pedro nunca entendeu de política internacional, de jogo de interesses entre as nações ricas com o intuito de ferrar os pobres e morreu antes dessa febre por combustíveis renováveis tomar conta da pauta do agronegócio. Se estivesse vivo por certo diria com seu jeito de mineiro cansado:
"A gente sempre plantou cana, a cana sempre existiu, é possível matar a sede dos carros e plantar alimentos pra matar a fome do homem, isso sempre deu porque não vai dar agora?", perguntaria o velho sitiante, sem deixar de acrescentar algo que sempre dizia quando tal assunto vinha à tona: "A fome nunca foi por falta de alimento ou porque o alimento é caro, a fome é por falta de dinheiro pro povo pobre comprar as coisas".
Seu Pedro sabia das coisas. E nós sabemos que voltar aos tempos coloniais, quando o país plantava cana para atender aos interesses da metrópole, não dá mais, pelo contrário: como habitantes de um país que se diz independente e soberano, nós devemos ficar atentos para, mais uma vez, não perdermos não o bonde, mas o trem-bala da história que está passando à nossa frente e oferecendo um lugar na primeira classe.
E então, vamos continuar viajando na companhia do atraso e da pobreza que sempre nos acompanharam vida afora; vamos continuar montados neste caminhão velho dirigido por interesses que vivem nos deixando pelo meio do caminho chorando o leite derramado ou vamos aproveitar a atual conjuntura, aliada as nossas condições de terra e clima, para tornar o Brasil a grande potência do século 21?
A produção em larga escala dos chamados combustíveis renováveis pode ser o caminho para tornar nosso país mais rico e mais justo, com uma melhor distribuição de renda, já que terra, como diria seu Pedro se estivesse vivo, "terra é o que não falta neste país, é só querer plantar que dá de tudo, até cana!" Esta pequena história por certo não irá agradar aqueles - os de sempre - que querem assobiar e chupar cana ao mesmo tempo. Mas, sem querer ofender, eles que vão plantar batatas ou chupar cana noutro canavial.
Apolo Theodoro
Fonte: Folha de Londrina
Ver também: Os Biocombustíveis e os Alimentos
Biocombustíveis X Alimento uma visão
Mas, aos olhos das nações que buscam seu "lugar ao sol", como o Brasil, isso soa mais como falta de humildade dos grandes em admitir que somos criativos. Para um País como o nosso, que convive com situações de extrema pobreza, participar de mais geração de fome é inadmissível. Foi isto que mostrou o elogiado discurso do presidente Lula, terça-feira, na abertura da Cúpula de Alto Nível do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), na Itália.
"Vejo com desolação que muitos dos que responsabilizam o etanol - inclusive o etanol da cana-de-açúcar - pelo alto preço dos alimentos são os mesmos que há décadas mantêm políticas protecionistas, em prejuízo dos agricultores dos países mais pobres e dos consumidores de todo o mundo", afirmou.
Os números que todo o País conhece mostram que aqui temos substituto para o petróleo com muito menos danos ao ambiente. Temos o "bom colesterol", como ilustrou o presidente. Nossos carros a álcool circulam por aí sem perder em nada para os movidos a combustível fóssil. Não há como negar que os campos de cana-de-açúcar crescem assustadoramente. Mas as nossas tecnologias permitem também, em número bem maior, o crescimento da produção de alimentos.
Outra constatação que deve incomodar muito as grandes potências é a posição do governo brasileiro em não ser "egoísta" e estar oferecendo a tecnologia a países com climas semelhantes ao nosso, como a África, Caribe e parte da Ásia. Podemos, ao contrário do que pregam por aí, contribuir com a diminuição da pobreza no mundo.
Enfim, a história mostra que a vida é composta de ciclos. E o do petróleo está em declínio. Agora, é a nossa vez! Aos que nos olham com desconfiança, o mais elegante é reconhecer o nosso potencial e aproveitar o nosso período de soberania para pensar a próxima fase da humanidade. De preferência, com a participação de todos.
Ah! Um pequeno lembrete. A Amazônia é nossa e, apesar da parcela que desmata, estamos aprendendo a preservar. Cadê as florestas dos países ricos?!
Célia Guerra
Fonte: Folha de Londrina
Ver também: Os Biocombustíveis e os Alimentos
Óleo vegetal X Combustível de origem biológica
Nos postos de abastecimento se constata: os preços dos combustíveis continuam subindo a níveis até hoje desconhecidos. Enquanto no final de 2001 ainda se podiam registrar preços de petróleo em Nova Iorque em torno de U$ 20 o barril, ficamos alarmados, no final de 2002, em vista da crise do Iraque, diante do nível de U$ 30 dólares. Mas a conquista do Iraque, país com a segunda maior reserva de petróleo do mundo, pelos norte-americanos em abril de 2003 não trouxe consigo nenhum alívio ao mercado mundial de petróleo. Já em Pentecostes de 2004 foi ultrapassado o limite crítico de U$ 40 dólares. Embora a OPEP se esforce por aumentar a produção de petróleo, chegamos, pouco menos de meio anos depois, a nada menos de U$ 50 dólares o barril! Como continuará isso? Haverá um fim previsível na espiral de preços? Será que em pouco tempo será transposto o limiar dos U$ 100 dólares?
Sob essas condições conjunturais surge sob uma luz completamente nova um produto da agricultura que até agora ocupava um nicho: óleo vegetal, o futuro ouro dos agricultores, que se reveste de importância não somente como alimento e matéria prima industrial, mas de forma crescente também como portador energético e combustível.
Óleo vegetal é energia solar acumulada bioquimicamente em densidade máxima. A cada semente a natureza conferiu uma porção de óleo vegetal. Uma genial ajuda inicial, para propiciar ao grão uma chance de formar raiz e broto sob as mais diversas condições ambientais e ainda completamente independente da luz e de nutrientes. Em comparação com matérias biológicas sólidas (madeira, palha) e com o biogás, o óleo vegetal representa a forma mais densa de energia da fotossíntese. Com uma densidade energética de cerca 9,2 kWh por litro ele se situa com bastante precisão entre a gasolina (8,6 kWh/l) e o diesel (9,8 kWh/I). Ao contrário da gasolina e do diesel obtido do petróleo, porém, o óleo vegetal é regenerativo, neutro quanto à emissão de CO2, bem como livre de enxofre, metais pesados e radioatividade. É formado unicamente de carbono (C), hidrogênio (H) e um pouco de Oxigênio (O), numa proporção estimativa de C60H120O6.
No entanto, será que óleos vegetais têm condições de substituir o portador energético fóssil do "petróleo", pelo menos de forma aproximada? Qual é o potencial de obtenção de óleos vegetais na Alemanha e no mundo inteiro? Será que o plantio de oleaginosas e de alimentos não se excluem mutuamente? Que posição ocupam, comparativamente, o biodiesel, o bioetanol [álcool] e o biogás? E porventura o combustível ideal do futuro não se chama sun fuel, no qual atualmente estão apostando euforicamente a VW e a Daimler-Chrysler?
Na seqüência serão abordadas brevemente essas e outras questões relativas à eficácia da produção, à tolerância ambiental e aos custos dos combustíveis.
2. Óleo vegetal e outros biocombustíveis
Quando se compara, no tocante ao ponto de ebulição e à densidade energética, o óleo de canola com hidrogênio, biometanol, bioetanol, biogás (biometano) e biodiesel (cf. Tabela 1), ele se destaca de forma extraordinária. O alto ponto de ebulição (>240 °C) atesta sua não-periculosidade (difícil combustão, sem risco de explosão, não volátil), e sua densidade energética é a maior de todos os biocombustíveis. Em comparação, a densidade energética de biometano e bioetanol representa 67% do óleo de canola, a do biometanol é de 54%, e a do hidrogênio líquido (a -253 °C) é de apenas 25%.

Tabela. 1: Algumas características de combustíveis selecionados
Fontes: OECD 1997, in. "Technikfolgenabschätzung Brennstoffzellen-Technologie" Deutscher Bundestag 8 de Janeiro de 2001. Drucksache 14/5054, p. 150. WIDMANN 1998 (Landtechnik Weihenstephan)No caso do óleo vegetal em estado natural, o dispêndio necessário para produzir o combustível é mínimo. Somente de 5 a 15% de energia externa precisam ser investidos em sua obtenção. Por isso ele tem os melhores índices em termos de eficiência energética, com 85 a 95% (cf. Gráfico 1 [?]). Enquanto o biodiesel, com cerca de 70%, também atinge um percentual bastante positivo, conforme ZUBERBUHLER et al. (2003), o hidrogênio e o metanol estão entre 50 e 60 %‚ porém o sun fuel (FT-Fuel ou BTL= Biomass To Liquid) entre 30 e 40%.
Até o presente os defensores do "combustível ideal", o sun fuel (e de outra produção de gás sintético, disponibilização adicional de hidrogênio, síntese de Fischer-Tropsch), ficaram devendo à política e à opinião pública um balanço exato da dispendiosa cadeia de processamento. No entanto, considerações fundamentais apontam para o fato de que a eficácia energética do sun fuel nem sequer chegaria a 20% (KAISER & SCHRIMPFF, 2003). Além disso são viáveis, na teoria, apenas usinas de produção central da ordem de cerca de 1.000 MW. Contudo usinas de hidrogênio e metanol na realidade poderiam ser estabelecidas já a partir de 10 MW. A produção de biodiesel e sobretudo de óleo vegetal, porém, pode ser processada de forma descentralizada em mini-usinas notadamente menores de 1 MW.
No que diz respeito às emissões climaticamente relevantes que ocorrem ao se produzir e utilizar os biocombustíveis, bem como aos preços dos combustíveis, o biogás, o biodiesel e principalmente o óleo vegetal apresentam índices positivos insuperáveis (cf. Gráfico 2 [?]). Infelizmente o bioetanol [álcool] não aparece no gráfico, mas deve se situar no segundo quadrante inferior, entre o metanol de madeira e o biogás, sobretudo se surgirem instalações combinadas de bioetanol e biogás, em propriedades rurais, capazes de aproveitar o efeito de sinergia de ambas as instalações geradoras, bem como distâncias curtas de transporte (SCHRIMPFF, 2003, p. 20).
3. Potenciais do óleo vegetal
Quando se considera que no mundo todo são conhecidas cerca de 270.000 variedades de plantas, das quais mais de 30.000 são consideradas comestíveis, mas que somente 120 espécie possuem importância no plantio, das quais por sua vez apenas 9 espécies suprem 75 % do alimento humano, descobre-se a que simploriedade alimentar se restringe a moderna sociedade humana, apesar da imensa biodiversidade natural.
O que vale para a área dos alimentos ocorre de forma mais intensa no campo do aproveitamento de oleaginosas: na Alemanha são cultivados quase exclusivamente a canola (>80%) e, além dela, girassol e linho em quantidades dignas de nota. Contudo entre nós poderiam ser cultivadas mais de 15 oleaginosas (p. ex., beterrabas, nabo forrageiro, camelina sativa, 3 espécies de mostarda, saflor, stachys sylvatica, tremoços, linho-cânhamo, etc.). No âmbito europeu esse número chegaria até cerca de 50 espécies, e no mundo todo provavelmente a mais de 2.000 espécies. Em última análise, contêm óleos ou gorduras vegetais todas as sementes e o pericarpo de várias árvores (p. ex., abacate, palma de dendê).
Por mais numerosas que tenham sido as cultivares em vista da melhoria de rendimento de óleo ou da modificação do padrão de ácidos graxos em algumas poucas oleaginosas (novamente em especial a canola e o girassol) quanto à qualidade do óleo comestível ou para usos industriais, praticamente não houve até o presente nenhum trabalho criativo no que se refere ao aproveitamento de óleos vegetais como portadores de energia (cf. SCHUSTER, 1992). Ou seja, o potencial qualitativo permanece praticamente inexplorado.
Também o potencial quantitativo é pouco conhecido. Apesar disso podem ser citados números confiáveis de referência. Na hipótese de que na Alemanha seja produzido óleo vegetal unicamente a partir da bem desenvolvida canola-00, que apresenta uma produção de grãos de cerca de 4 toneladas por hectare com teor de óleo de mais de 40%, seria possível calcular um rendimento teórico de 1,6 t/ha. Na prensagem à temperatura ambiente sem sucção o aproveitamento é de 85%, de modo que se poderão obter 1,36 t/ha de óleo de canola. Como a canola somente pode ser plantada a cada 4 anos na mesma área, é possivel aproveitar com canola no máximo um em cada 4 hectares. De 12 milhões de ha de área agricultável na Alemanha, portanto, 3 milhões de ha poderiam ser cultivados com canola, que renderiam 4 milhões de toneladas de óleo vegetal (1,36 t/ha x 3 milhões de ha) por ano.
De acordo com o Ministério de Economia, o consumo interno de combustível diesel no país foi de 26,3 milhões de toneladas em 1997. Tomando como pressuposto um consumo idêntico dos motores no uso de combustível diesel e de óleo vegetal, a agricultura alemã estaria matematicamente em condições de produzir 15% (4 ÷ 26,3) do atual consumo de diesel. O consumo médio atual de combustível no setor diesel (inclusive caminhões e ônibus) pode ser estimado em 11 km por litro. Veículos de 33 km por litro (p. ex., o VW-Lupo) já estão sendo comercializados, e há desenvolvimentos plausíveis em direções de veículos que fazem 66 km por litro (p. ex., o L22 da empresa Loremo em Munique). Se houver sucesso em reduzir o consumo médio para 33 km por litro, a agricultura poderia suprir quase a metade (45%) da demanda de diesel.
No entanto, ao refletirmos sobre o potencial dos óleos vegetais não nos deveríamos limitar às fronteiras da Alemanha. Tampouco há necessidade de nos limitarmos à União Européia (que em futuro próximo talvez já poderia substituir 80% de sua demanda de combustível diesel por óleos vegetais). De qualquer modo não fazemos isso em relação aos combustíveis atuais (diesel e gasolina): bem menos de 1% do petróleo necessário na Alemanha é oriundo de poços de petróleo alemães!
Na perspectiva mundial o potencial de óleos vegetais é suficiente até mesmo para cobrir a necessidade atual de petróleo. Um cálculo – admitidamente bastante simplificado – com o cultivo de apenas uma oleaginosa exemplar – a palma de dendê nos trópicos – poderá comprová-lo (cf. Tabela 2).
Tabela 2: O potencial mundial de óleos vegetais, referido ao cultivo de uma dentre mais de 2.000 oleaginosas: a palma de dendê africana (Elaeis guineensis)
Em relação à África seriam necessários 12% da área, e em nível mundial se demandariam 2,6%.
Evidentemente ninguém poderá esperar seriamente que um oitavo da superfície da África seja plantado com palmas de dendê, já por razões ecológicas e climáticas. Mas cada país do mundo pode cultivar suas próprias oleaginosas nativas em 1 a 5% de sua superfície, oleaginosas que em parte crescem como "inço" (p. ex., mamona nos trópicos, noz purgante na região do Sael e camelina sativa na Europa Central). De qualquer modo os potenciais de oleaginosas são extremamente superiores ao que imaginamos à primeira vista. Graças às demais fontes renováveis de energia na combinação da energia solar e às técnicas de economia de energia, até aqui pouco utilizadas, temos à disposição uma vasta gama de possibilidades realizáveis.
4. Plantio de oleaginosas em concorrência com o plantio de alimentos?
Neste ponto se levanta com freqüência a objeção de que áreas cultivadas com palmas de dendê ou outras oleaginosas viriam a faltar para a produção de alimentos, e de que isso seria algo inadmissível em vista da falta de alimentos justamente no Terceiro Mundo. Contudo, será que isso de fato exclui o plantio para a produção de alimentos?
Quando se subentende que também no futuro a agricultura continuará praticando o sistema de monoculturas, a objeção acima parece ser irrefutável. Porque é evidente que um terreno cultivado em dado momento exclusivamente com canola não está disponível no mesmo período para o plantio de cereais. No entanto, essa perspectiva é míope, desconsiderando dois aspectos do plantio de canola, respectivamente do cultivo de oleaginosas em si, que em última análise resultam em proveito para a produção de alimentos:
1) Canola ou outras oleaginosas são (ou podem vir a ser) excelentes cultivos prévios para o plantio imediatamente subseqüente de cereais: a considerável massa de raízes das oleaginosas, que via de regra é profunda e permanece na terra, é decomposta por organismos no solo, representando um incremento do metabolismo de carbono e húmus do solo. Além disso as raízes dos cereais crescem predominantemente para dentro dos ocos deixados pelas raízes das plantas prévias, motivo pelo qual conseguem acessar uma extensão maior do solo. A conseqüência é que há uma produção significativamente maior de cereais, sem adubação adicional, uma experiência amplamente difundida e entrementes globalmente reconhecida.
2) Na colheita e no processamento descentralizado dos grãos de canola resultam dois preciosos produtos: cerca de 1.000 kg/ha do desejado óleo de canola (que, aliás, no caso de canola-00, também é um excelente óleo comestível) e 2.000 kg/ha da torta de canola, um substituto ideal para o farelo de soja, que precisa ser importado, como ração na criação de gado e suínos. Quando não se utiliza o óleo de canola como comestível, mas como combustível, continua disponível pelo menos o dobro de torta de canola, rica em proteínas e sais minerais, que poderia ser utilizada não apenas como ração animal, mas – após o devido preparo – também como alimento humano. Igualmente no caso do dendê resulta, além do óleo obtido do pericarpo e do caroço, uma polpa ainda gordurosa, rica em proteínas e por isso extraordinariamente nutritiva, que, cozida, é muito apreciada pela população nativa.
Resultado
As experiências descritas na Baviera evidenciam que, no plantio conjugado, não ocorre nenhuma diminuição ou apenas uma diminuição inexpressiva, na produção de alimentos, mas que é possível obter adicionalmente óleos vegetais como combustíveis a partir de "inços" em proporções nada desprezíveis.
Fonte:
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Resumo do Jatropha World Congress
Um dos pontos fortes do evento foi o anúncio da sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo que trabalha com pinhão manso. E também a parceria público privado firmado entre Embrapa Agroenergia e representantes do setor privado, grupo no qual estão inclusos os idealizadores do evento, Saudibras e Biotins, e Instituições Técnicas do Estado do Tocantins como o Ruraltins, UFT e a UNITINS, durante o primeiro workshop em Jatropha para produção de biodiesel.
O evento internacional atraiu inúmeras pessoas, pesquisadores renomados de agroenergia, investidores e agricultores. Foram 16 Estados brasileiros representados, além da participação de 32 grandes empresas como Petrobras, Brasil Ecodiesel, Bayer CropScience, Jacto, BioNorte, IKEDA, BioNasa, entre outras. Além de 17 empresas estrangeiras representada por 39 pessoas de diversos países como Holanda, Cuba, Argentina, Equador, Portugal, Espanha, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.
Os interessados conheceram a maior lavoura de pinhão manso contínua e de extensão do país, com 3 mil e 100 hectares de área plantada com recursos próprios. E mais 1000 hectares da agricultura familiar com apoio do Banco da Amazônia. Outro parceiro do projeto é o governo do Estado do Tocantins através do Ruraltins e da Seagro que proporciona o fomento da cultura e assistência técnica aos agricultores familiares. Toda a área já possui contrato de compra garantido pela Biotins Energia. Autoridades estaduais e municipais do Tocantins também estiveram no evento realizado em Palmas e em Caseara e anunciaram apoio à ampliação da cultura e a inserção social no Estado.
Para o diretor presidente da Biotins Energia, Eduardo Bundyra, desde a realização do evento em 2007, o pinhão manso tem surtido efeitos positivos ao Tocantins. “O evento do ano passado teve como resultado principal o fomento dos produtores de Agricultura Familiar, a abertura de Crédito pelo Banco da Amazônia para o Pinhão Manso, e a consolidação do apoio do Ministério da Agricultura a oleaginosa como alternativa”, disse o empresário. Com a realização da segunda edição em 2008, a meta e atingir mais 5 mil hectares plantados, por terceiros, tanto por pequenos, médios produtores, como da Agricultura Familiar.
Outra novidade anunciada no maior evento internacional que discutiu especificamente o pinhão manso no país, foi à sinalização de investimentos no Brasil, da maior empresa de biodiesel do mundo, a “D1 Plant Sciences Jatropha Curcas” que trabalha o programa de pesquisa, melhoria genética e proposta de descritores. O presidente da empresa, Henk Joos, despertou interesse pelo Tocantins durante o evento.
Segundo o presidente da ABPPM – Associação Brasileira de Produtoras de Pinhão Manso, Mike Lu, a previsão é que a empresa seja instalada no Brasil, em agosto deste ano, com oito campus de experimentos no país e em diversos Estados, sendo dois centros de desenvolvimento e uma empresa pesquisadora de sementes. E as terras agricultáveis do Tocantins tem sido um atrativo.
Workshop Embrapa
Durante o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel realizado pela Embrapa Agroenergia, que ocorreu na Fazenda Bacaba, foi firmada uma parceria público-privada entre instituições e empresas. A reunião resultou em um documento orientador dos setores público privado constando às contribuições sobre diversos temas de Pesquisa, em três vertentes: Agronômica, Industrial e Transversal. O documento será publicado nos anais do evento e em Cd Rom que deve conter ainda as palestras proferidas no Jatropha World Congress e dia de campo. Assuntos como o levantamento do Estado da Arte das pesquisas com pinhão manso; problemas mais relevantes à consolidação de Redes de Pesquisas com Pinhão Manso; e aspectos técnico-científicos e legais da cultura também foram discutidos pelos profissionais.
Para o Chefe Adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Esdras Sundfeld, um dos aspectos importantes da reunião, foi à forma de estabelecimento da agenda numa parceria público – privada de pesquisadores com empresários e investidores que firmaram um acordo dos principais problemas tecnológicos que deverão ser objetos de projetos de pesquisa.
O workshop contou com a participação de 12 representantes da Embrapa Agroenergia, Cerrados, Meio Norte, Algodão, Semi-árido, Agropecuária Oeste, de diversos Estados brasileiros, realizou o I Workshop Público-privado em Jatropha para produção de biodiesel. Fizeram parte ainda das discussões, representantes da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, da EBDA - Empresa baiana de desenvolvimento agrário; Empaer - Empresa de pesquisa agropecuária do Mato Grosso do Iac - Instituto agronômico de campinas, do Iapar - Instituto agronômico do Paraná, Fuserman - Diretor executivo do projeto Jatropha de Pinhão Manso da Refinaria Nacional de petróleo vegetal de Minas Gerais entre outras empresas de biodiesel.
Pesquisa
O pinhão manso, segundo uma das pesquisadoras da Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais, Heloisa Mattana Saturnino, começou a ser estudada há mais de 20 anos pela instituição. Somente em 2004 os trabalhos de pesquisa se intensificaram, com o reinicio de um estudo e coleção de plantas e sementes.
Nos últimos quatro anos vem se estudando sobre os campos de observação do pinhão manso, de desenvolvimento em cada lugar, de levantamento de pragas e doenças, de irrigação e adubação necessária. O estado nutricional da lavoura e o efeito de competição da erva daninham além da quantidade de sementes.
Para a pesquisadora da Epamig, Heloisa, uma das vantagens é o fato da planta ser perene que reduz os riscos com a lavoura. Outro fator é o acumulo de água que a planta armazena servindo como mecanismo de defesa próprio. Possui raízes que ajuda na proteção do solo para evitar erosão, e as folhas que caem servem pode proteção para o solo. O pinhão tolera a seca e sobrevive em condições de 200 milímetros de chuva.
A Embrapa Agroenergia, considera o pinhão manso, uma matéria-prima potencial para produção de biodiesel. O óleo é considerado um dos melhores para produção de biodiesel e indicado para exportação. A outra vantagem é inserção da cultura na cadeia produtiva da agricultura familiar.
Comitê da Bioenergia
A realização do Congresso e do dia de campo foi uma das medidas para o fortalecimento da Rede de Pesquisa em pinhão manso, que esta se consolidando desde o inicio deste mês no Tocantins. A rede está dentro do Comitê de Bioenergia que faz parte do Mercoeste, no momento está em processo de constituição e consolidação dos eixos específicos de pesquisa. De acordo com um dos principais pesquisadores da cultura de pinhão manso no Estado do Tocantins, professor Eduardo Erasmo da UFT - Universidade Federal do Tocantins - campus de Gurupi, após a formatação dos eixos, será realizada a elaboração de projetos específicos e o processo de captação de recursos em agências financiadoras.
De acordo com o pesquisador, Erasmo, integrante primordial da Rede de pesquisa em pinhão manso no Estado, desenvolve um trabalho de pesquisa, na Fazenda Bacaba no município de Caseara juntamente com dois professores doutores e oito estagiários. O trabalho visa à avaliação de herbicidas (controle de plantas daninhas) e a adubação potássica em cobertura para descobrir qual a quantidade de adubo adequada para o crescimento do pinhão manso. “O projeto tem suma importância, porque trará respostas cientificas confiável para a produção”, disse o pesquisador.
O pesquisador afirmou ainda que a planta tem grande potencial, é fácil ser estabelecida tanto por pequenos como grandes produtores do Tocantins, devido a facilidade de adaptação em solos mais fracos e época de seca. O projeto de pesquisa vem sendo desenvolvido na Fazenda a cerca de seis meses.
Devido ao grande investimento da cultura no Tocantins, recentemente, pesquisadores motivados pela Saudibras – Empreendimentos Agropecuários, no dia cinco de junho de 2008, na capital Tocantinense, foi formada uma rede de pesquisa do pinhão manso. Faz parte da rede, representantes da Saudibras, Biotins-Energia, Fieto – Federação das Indústrias do Tocantins, Iel – Instituto Euvaldo Lodi, Untins – Fundação Universidade do Tocantins, UFT – Universidade Federal do Tocantins, Ceulp/Ulbra, Universidade Católica e Escola Técnica Federal, fazem parte da rede de pesquisa que está inserida no Comitê de Bioenergia e Derivados no Tocantins inserir do Mercoeste. A proposta a partir de agora é inclusão do projeto no PAC – Programa Aceleração do Crescimento e buscar recursos com ouros fundos para acelerar as pesquisas.
Fonte:

domingo, 29 de junho de 2008
Dados do Setor (CanaOeste)
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Artigos sobre Etanol Celulósico
- Biocombustiveis de 2ª geração feitos com fungo Tricoderma reesei
- Biocombustíveis de 2ª geração: O brasil corre o risco de ficar para trás
- Biocombustíveis de Segunda Geração
- Biomassa para biocombustível
- Celunol quer usina de etanol celulósico em 2008
- Etanol Celulósico
- Etanol Celulósico: a procura do Microbio salvador
- Etanol de grama é melhor que o do milho
- EUA aposta no Etanol de 2ª geração
- Fungo poderia sintetizar álcool a partir de celulose
- Soft rot fungus is the muse for biofuel developers
- Trichoderma reesei genome paper published
Última atualização 26/06/08 15:36
Biopirataria: A quem pertence o DNA?
Veja a integra da materia em:

terça-feira, 24 de junho de 2008
Metanol - Informações gerais
O metanol é um líquido incolor, com peso molecular igual a 32,04, possuindo um odor suave na temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é CH3OH. Atualmente, o metanol é uma das matérias primas mais consumidas na indústria química. Já foi conhecido como álcool da madeira, devido a sua obtenção comercial a partir da destilação destrutiva da madeira.
A maior utilização do metanol atualmente está na produção de formaldeído, metil-tert-butil-éter (MTBE) aditivo para a gasolina e que está sendo banido aos poucos nos EUA – e como combustível puro ou em mistura com gasolina para automóveis leves. A tecnologia conhecida como metanol direto (DMFC) é uma variação da tecnologia PEMFC no qual faz uso do metanol diretamente sem a necessidade de reforma do combustível para se ter o hidrogênio puro. O metanol é convertido em dióxido de carbono e hidrogênio no ânodo. O hidrogênio se quebra em prótons e elétrons. Os prótons atravessam a membrana até reagir com o oxigênio para formar água, seguindo o mesmo padrão de reação numa típica célula a combustível PEMFC. A maioria das células de combustíveis (CaCs) são alimentadas por hidrogênio, o qual pode ser adicionado diretamente ou ser extraído a partir de um combustível no próprio sistema CaCs, através da reforma de uma fonte de hidrogênio tal como o metanol, o etanol, e hidrocarbonetos, como o gás natural e gasolina. As células a combustível de Metanol Direto (DMFC), entretanto, são alimentadas por metanol, o qual é misturado ao vapor e então ao ânodo (eletrodo negativo) da célula a combustível.
As células a combustível DMFC não tem muitos dos problemas de armazenamento típicos de outras tecnologias, pois o metanol tem uma densidade de potência maior que a do hidrogênio – embora menor que a da gasolina ou diesel. O metanol também é mais fácil de transportar e fornecer para o mercado, pois pode utilizar a corrente infra-estrutura por ser um combustível líquido, como a gasolina. Estas células operam na temperatura de 120-130°C, o qual é um pouco maior que a temperatura padrão de uma PEMFC (80°C), e atinge uma eficiência de aproximadamente 40%. A desvantagem é que a baixa temperatura de conversão do metanol para hidrogênio e dióxido de carbono precisa de uma quantidade maior de platina como catalisador do que na PEMFC convencional, o que aumenta o custo da célula a combustível. O aumento no custo é, entretanto, compensado pela praticidade de utilizar um combustível líquido e de não necessitar de um reformador. A tecnologia existente nas DMFCs ainda está em início de desenvolvimento mas já têm demonstrado sucesso em aplicações em telefones celulares e laptops, mercados potenciais para esta tecnologia.
Propriedades físicas do Metanol:
Densidade (20/4 °C) máx: 0,7932
Ponto inicial de ebulição a 760mm Hg, em °C: 64,4+ - 0,1
Limite de inflamabilidade inferior em % vol: 6,7
Limite de inflamabilidade superior em % vol: 36,5
Calor de combustão em cal/g, gás a 25 °C: 5683
Calor de combustão em cal/g, liq. a 25 °C: 5420
Calor de fusão em cal/g: 0,76
Calor de vaporização em cal/g (ponto normal de ebulição): 262,8
Ponto de congelamento, em °C: - 97,8
Índice de refração, n20: 1,32863
Calor específico do líquido em cal/g/°C a 20°C: 0,599
Pressão crítica em Atm: 78,7
Temperatura crítica em °C: 240,0
Temperatura de auto-ignição em °C: 470
Constante dielétrica em mhos, a 25°C: 32,63
Pressão de Vapor em mm Hg, a 20°C: 96,0
Solubilidade em água, álcool ou éter: completa
ETANOL x METANOL
Apesar de muitas pesquisas com Biodiesel etílico já terem sido realizadas em diversas partes do mundo, todos os países que utilizam o Biodiesel, o faz via metílica. Isso ocorre porque na maioria desses países a disponibilidade de etanol derivado de biomassa é bastante reduzida. Assim, entre etanol e metanol fósseis, evidentemente, escolhe-se o mais barato (atualmente) e o mais reativo, ou seja, o metanol.
Entretanto, devido a imensidão territorial, o cenário brasileiro é atípico. É fato bastante reconhecido, a importância do álcool etílico (etanol) no mercado energético brasileiro.
A utilização de ambos os álcoois possui suas próprias vantagens e desvantagens, ficando a escolha por parte de uma análise de disponibilidade e dos objetivos a serem atingidos.
Ler ainda:
Metanol abala marketing do biodiesel
Biodiesel no tanque
Fonte:

domingo, 22 de junho de 2008
Produção de biodiesel é baixa e ameaça meta do governo
De acordo com informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no primeiro quadrimestre do ano a produção brasileira foi de 275,6 milhões de litros, volume que atende com uma ligeira folga a demanda pelo B2, mas que não chega a 30% do necessário para o cumprimento da meta de 2008 que é de 1,2 bilhão de litros consumidor no ano.
Além da desconfiança quanto à fiscalização do uso de B3 nos postos de gasolina, os preços do óleo de soja também exigem cautela dos executivos que estão à frente dessas usinas. A alta cotação do óleo, que chegou a R$ 3 mil por tonelada em abril, refletiu imediatamente na produção de biodiesel que, por sua vez, recuou de uma média de 75,8 milhões de litros nos dois primeiros meses do ano, para um patamar de 61,9 milhões de litros nos meses de maio e abril.
Segundo Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado, o fornecimento está sendo adequado, mas sem considerar a formação de estoques estratégicos estabelecidos pelo governo federal, de 100 milhões de litros.
Para o segundo semestre, a previsão é de uma melhora do cenário. "O biodiesel que está sendo entregue hoje foi vendido por preços bem abaixo do custo de produção. No segundo semestre essa situação deve melhorar em razão de preços mais elevados e de um maior número de empresas entregando", avalia Biegai.
Os últimos leilões de biodiesel, realizados em abril, tiveram um preço médio de R$ 2,69 o litro. Eles são considerados um divisor de águas nesse mercado por garantirem a viabilidade da produção e promoverem não só o retorno, como também a entrada de algumas empresas ao mercado.
Se por um lado pelo menos 10 companhias não produziram este ano, por outro, quatro usinas que iniciaram suas atividades nesse semestre, já representam quase 25% de toda a produção nacional de biodiesel. Archer-Daniels-Midland CO. (ADM), Biocamp, Cooperfeliz e Fiagril começaram a funcionar em 2008 e produziram juntas, até abril, mais de 56 milhões de litros.
A Barrálcool, que tinha interrompido suas atividades em janeiro, voltou a produzir a partir do último leilão. "Paramos porque além de não ter para quem vender, os preços não cobriam os custos de produção. Isso ocorreu porque houve um investimento forte nesse setor e a oferta ficou maior que a demanda", diz Silvio Rangel, gerente do departamento de biodiesel da Barrálcool.
No último leilão a empresa vendeu 7,8 milhões de litros e agora voltou a produzir, mas ainda está longe de atingir toda a sua capacidade que é de 57 milhões de litros. "Isso vai ocorrer só a partir do B5", acredita Rangel.
Entre as empresas mais otimistas com o mercado a partir do próximo semestre destaca-se a Bioverde. A companhia fez uma parceria com uma esmagadora de soja e terá garantido o fornecimento da matéria-prima para ampliar a produção. Nos últimos leilões a empresa vendeu 15 milhões de litros para a ANP e mais 2 milhões para a Petrobras,
Apesar de a construção das instalações da usina terem começado em 2005 a companhia iniciou a produção apenas esse ano e foi uma das que conseguiram preços mais elevados nos leilões. "O mercado todo é novo, até o ano passado havia poucos players, apenas grandes empresas trabalhando num mercado sem muitas regras, mas agora a competitividade está melhor e a tendência é o crescimento dessas empresas que estavam em formação e nos últimos meses entraram no mercado", afirma José Pereira Júnior, gerente de desenvolvimento do grupo Bioverde.
A Caramuru, empresa já tradicional no setor de grãos e produtos alimentícios, é outra que começou a operar nos últimos meses e, com uma operação crescente, pode alterar o cenário entre as líderes do setor de biodiesel. Para este ano a empresa pretende chegar a 75% da sua capacidade de produção que é de 110 milhões de litros.
Priscila Machado
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Usinas que pretendem usar o Pinhão-Manso
- Acácia Biodiesel (Comodoro/MT)
- Amazonbio (Jí-Paraná/RO)
- Assafra (Terenos/MS)
- Binatural (Formosa/GO)
- Bioauto (Nova Mutum/MT)
- Biobrax (Campo Largo/BA)
- Biobrax (São Francisco/MG)
- Biobrax (Una/BA)
- Biocamp (Campo Verde/MT)
- Biodiesel Triângulo (Iturama/MG)
- Biodiesel Triângulo (São José do Rio Preto/SP)
- Bioenergia do Brasil (Nova Andradina/MS)
- BioFischer (Colíder/MT)
- BioMundo (Novo Mundo/MT)
- Bionorte (São Miguel do Araguaia/GO)
- Bioteo (Campina Grande/PB)
- Biotins (Paraíso do Tocantins/TO)
- BioUdi (Uberlândia/MG)
- Biovasf/HLC (Petrolina/PE)
- Brasbiofuel (Araucária/PR)
- Brasil Ecodiesel (Floriano/PI)
- Brasil Ecodiesel (Itaquí/MA)
- Brasil Ecodiesel (Porto Nacional/TO)
- Brasil Ecodiesel (Rosário do Sul/RS)
- CETENE (Caetés/PE)
- CETENE (Serra Talhada/PE)
- Coapar (Campos de Júlio/MT)
- Comanche (Simão Filho/BA)
- Cooperfeliz (Feliz Natal/MT)
- Crescent (Colatina/ES)
- DAGRIS/SOFIPROTEOL (Luís Eduardo Magalhães/BA)
- Eco-Bio (Resende/RJ)
- Fertibom (Catanduva/ SP)
- Fusermann Biodiesel (Barbacena/MG)
- Global Global Ag Biodiesel, L.L.C (Paraíso/TO)
- Incoa (Pesqueira/PE)
- Masterbio (Londrina/PR)
- Pesagro (Niteroi/RJ)
- Petrobras (Montes Claros/MG)
- Sada (Jaíba/MG)
- TCS (Ponta Grossa/PR)
- UFPE (Recife/PE)
- Usina Piloto de Quixeramobim (Quixeramobim/CE)
- Usina Saltinho (Saltinho/SC)
quinta-feira, 19 de junho de 2008
A FORÇA DA TERRA
"No dia em que um quilo de picanha irá custar mais do que um MP4 ...."
Embora pareça um exagero, hoje já não é tão irreal uma afirmativa desta dimensão. Quando colocamos o século XXI em perspectiva, notamos o quanto a banalização dos bens tecnológicos - cada dia mais desvalorizados - rivaliza com a crescente valorização dos recursos naturais, escarceados por crescimento desordenado e irresponsável do planeta nos últimos 100 anos. Não está, de fato, distante o dia em que um quilo de picanha custará mais do que um MP4.
Neste novo cenário, os beneficiados serão naturalmente aqueles que contarem com um alto potencial de recursos naturais; dentre os quais se encontra, no topo da lista, o Brasil.
Até o final do século passado, acreditávamos que nossas reservas de petróleo e gás fossem modestas, e partíamos da falsa premissa de que somente o petróleo era um recurso natural de real valor. Hoje não há a menor dúvida de que, no futuro, mantendo-se as devidas proporções, a água terá tanto ou maior valor do que o petróleo.
Habituamo-nos a viver em um mundo no qual a tecnologia sempre foi erguida em um pedestal e onde os recursos naturais – entre eles o alimento – pareciam fonte inesgotável. Agora nossa grande crise é a luta para assimilar, aceitar e viver uma nova realidade.
Atualmente, sabemos que países como China e Índia, apesar de terem conseguido um expressivo desenvolvimento econômico (graças ao domínio da tecnologia industrial), já enfrentam graves problemas com a falta de água, e que isto tende a se agravar – a Ásia, além de apresentar o assustador desnível de 35% dos recursos hídricos do planeta contra aproximadamente 60% da população, apresenta um grau de poluição dos seus rios e águas subterrâneas que permanece incontrolável.
A agricultura e a indústria consomem grandes quantidades de recursos hídricos. O conceito de água virtual – água gasta na produção de outros bens – nos mostra que cerca de 6 000 litros são necessários para que apenas um quilo de frango chegue à nossa mesa.
É neste ponto que as expectativas em relação ao Brasil disparam: com recursos hídricos em fartura e inúmeras fontes de energia (petróleo, gás, hidroelétrica, etc...), o país tem tudo para se transformar no maior exportador de alimentos do mundo. Com apenas 20% de suas terras aráveis plantadas, a situação brasileira é única no mundo.
E as possibilidades não param por aí. Em território nacional, o nível de insolação é espétacular, podendo assegurar excelentes safras e, futuramente, a promissora energia solar.
Mauro Kahn é analista da geopolítica do petróleo & ambiental e também o diretor do Clube do Petróleo
QUEM PERDE E QUEM GANHA COM UM BARRIL DE PETRÓLEO RONDANDO OS US$ 150,00?
por Mauro Kahn
Quando entra em questão quem serão os ganhadores e perdedores com a alta no preço do barril, é natural deduzir que ganharão os produtores e perderão os consumidores. A questão ganha maior profundidade quando constatamos quais são esses países. De um lado, temos EUA, China, Japão e Europa consumindo a maior parte do petróleo mundial
(e vivenciando um declínio preocupante em suas reservas); do outro temos os países do Oriente Médio e a Rússia liderando a produção.
São inúmeras as razões para as cotações estarem tão elevadas, mas a principal é de fato a suposição de que o petróleo faltará a longo prazo devido ao declínio das reservas e ao aumento exagerado do consumo. Programas de eficiência energética na prática inexistem, apenas amplificando o consumo – especialmente em países em desenvolvimento e superpopulosos como China e Índia, onde a renda per capita cresce a cada ano. É importante ressaltar que tal cenário pode se tornar insustentável para países que ainda não tenham alcançado a auto-suficiência em petróleo. Em um hipotético contexto no qual China e Índia tivessem o mesmo número de veículos por habitante que tem o Brasil (note que o parâmetro é relativamente otimista, não estamos tomando como exemplo EUA ou Japão), os gastos seriam o suficiente para criar um rombo nos recursos (sem falar na Economia) do planeta.
Outra hipótese (mais grave) é a de que o petróleo possa faltar a curto prazo - neste caso em decorrência de possíveis conflitos militares (as maiores reservas do mundo estão em áreas de conflito). Imagine como seria se, por exemplo, ocorresse o fechamento do “Estreito de Ormuz”.
Entretanto, quando se cogita a escassez de petróleo a curto prazo, as cotações fogem totalmente ao controle até mesmo da OPEP, podendo vir a ultrapassar até mesmo as previsões mais catastróficas (o que hoje seria a de um preço a US$ 200,00/barril). Foi exatamente por essa razão que uma única (ainda que séria) declaração do ministro dos transportes de Israel em relação ao Irã fez com que as cotações subissem quase US$ 10,00 em um único dia (pois o Irã, afinal, além de importante membro da OPEP, é a segunda maior reserva do mundo e dispõe de uma perigosa influência militar no Golfo Pérsico).
A partir daí, surge a seguinte problemática: apesar de serem aliados de Israel, os EUA teriam um prejuízo infinitamente superior ao de Israel em caso de conflito com o Irã. Entretanto, não podemos desconsiderar que Israel é muito mais vulnerável a um Irã com armamento nuclear do que os EUA.
Para finalizarmos este complicado cenário geopolítico, fazemos o seguinte questionamento: e o “BRIC”, ficaria polarizado (tendo o “BR” do lado dos que tem petróleo - Brasil e Rússia - e o “IC” - Índia e China - do lado dos que não possuem reservas suficientes para atender necessidades espetacularmente crescentes de consumo)?
Hoje imaginamos o "BRIC" como sendo um seleto grupo de paises em franco desenvolvimento econômico. A Índia e, principalmente, a China passaram a crescer em um ritmo muito acelerado. Entretanto, um barril de petróleo a US$ 200 por um longo período comprometerá invariavelmente os planos chineses e indianos, uma vez que ambos são muito dependentes do petróleo e gás estrangeiro (principalmente dos russos) . Neste caso, seria a Rússia quem poderia nos surpreender, com um desenvolvimento econômico bem maior do que o previsto – isso em função das milionárias exportações de seu petróleo e gás (maiores reservas do mundo), que já abastecem a maior parte da Europa.
No caso brasileiro, a meta por ora é a auto-suficiência, o que não é pouca coisa. No entanto, já é possível olhar além. Em um futuro não muito distante, é cada vez mais provável nos tornarmos médios exportadores, principalmente de derivados (já que nosso planejamento estratégico aponta para uma expansão do nosso parque de refino, com a aquisição refinarias estrangeiras em locais estratégicos).
Mauro Kahn é analista da geopolítica do petróleo & ambiental e também o diretor do Clube do Petróleo
Fonte: www.clubedopetroleo.com.br
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Artigos sobre Biodiesel de Algas
- "Alga ou gasolina, doutor?"
- Algas como matéria-prima de Biodiesel
- Algas contra a crise alimentar mundial
- Argentina produzirá biodiesel a partir de algas marinhas
- Biocombustíveis: A vez das algas
- Biodiesel from Algae
- Biodiesel: Alga no Tanque
- Cultivo de microalgas reduz a metade preços de combustíveis
- Hidrogênio a partir de algas: produção, armazenamento e distribuição no mesmo local
- MÉXICO terá biocombustível a partir de algas
- Microalga como matéria-prima para a produção de biodiesel
- Multinacional produzirá etanol de algas e gramíneas do EUA
- RN pode ter biodiesel de algas
- Shell investe em biocombustível de Alga
Artigos sobre Mamona
Agricultores familiares vão plantar mamona para produção de biodiesel no PR
Biodiesel da mamona atrai estrangeiros
Biodiesel de mamona e girassol segue em alta no Centro-Oeste e Sul
Biodiesel de Soja ou de Mamona?
Biodiesel é meta do Programa Mamona Maranhão
Cacoal incentiva plantio de mamona para biodiesel
Ceará vai investir R$ 11 milhões em mamona pra biodiesel
Com insucesso da mamona Petrobras aposta no girassol
Começa a produção de mamona no Vale
Conab indica aumento de produção de mamona e girassol
Conheça a Mamona
Consórcio de feijão com mamona em áreas zoneadas será enquadrado no SEAF
CULTIVO DA MAMONA
Cultura da mamona e pinhão-manso para o biodiesel no MS
Mamona “social” vira óleo para químicas
Mamona (Ricinus communis L.)
Mamona ainda é inviável para produzir biodiesel
Mamona com até duas toneladas por cada hectare
Mamona é a nova alternativa de renda para agricultores do Sul
Mamona para biodiesel como forma de reduzir a criminalidade no Ceará
Mamona para biodiesel garante trabalho para 2,5 mil famílias
Matérias Primas para a Produção de Biodiesel
Matérias-primas para o Biodiesel
Matérias-primas, tecnologia agrícola e disponibilidade de áreas no Brasil para o Biodiesel
MDA aposta na mamona baiana para biodiesel
MDA estimula o plantio de mamona para o biodiesel
O programa de uso da mamona para a fabricação de biodiesel é uma piada nacional... e de mal gosto
Opções de Oleaginosas para o Biodiesel no Brasil
Pesquisas e verbas em lombo de tartaruga
Petrobras deve comprar 5 mil toneladas de mamona do Norte de MG
Petrobras diversifica matérias-primas para biodiesel
Petrobras garante compra de mamona
Plantação de mamona pode ser uma alternativa para a geração de renda dos produtores rurais de Santa Maria
Plantio de mamona não está sendo rentável
Porque fazemos biodiesel de soja
Porto Nacional será Pólo Produtor de Biodiesel no Tocantins
Prefeitura de Cacoal incentiva o cultivo da mamona
Produção de mamona para biodiesel é testada em Alta Floresta
Produção de mamona pode atingir as 6,5 mil toneladas
Produção de soja para biodiesel deve diminuir
Produtores desistem de cultivar mamona
Projeto incentivará produtor a cultivar mamona no Agreste do Pernambuco
R$ 30 milhões para o cultivo da mamona
Sem mamona, biodiesel vai de soja
Soja, pasto e mamona tomam lugar do babaçu em seis Estados
Vantagens da mamona e do girassol são apresentados em Ponte Preta
Zoneamento Agrícola da Mamona
História da Ascensão e Queda da Mamona
Última atualização: 26/06/08 12:54