terça-feira, 24 de junho de 2008

Metanol - Informações gerais

O metanol tem propriedades combustíveis e energéticas similares ao etanol. Os dois são agentes combustíveis, mas o metanol tem uma toxidade mais elevada. Prejudica a saúde, causando, inclusive, cegueira e câncer em altas concentrações e pela longa exposição. O Brasil não é auto-suficiente na produção de metanol e ainda o importa para outros fins, e não para o uso como combustível. O metanol é comumente encontrado como sub-produto da indústria do petróleo. Pesquisas provam que o metanol polui o meio ambiente.

O metanol é um líquido incolor, com peso molecular igual a 32,04, possuindo um odor suave na temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é CH3OH. Atualmente, o metanol é uma das matérias primas mais consumidas na indústria química. Já foi conhecido como álcool da madeira, devido a sua obtenção comercial a partir da destilação destrutiva da madeira.

A maior utilização do metanol atualmente está na produção de formaldeído, metil-tert-butil-éter (MTBE) aditivo para a gasolina e que está sendo banido aos poucos nos EUA – e como combustível puro ou em mistura com gasolina para automóveis leves. A tecnologia conhecida como metanol direto (DMFC) é uma variação da tecnologia PEMFC no qual faz uso do metanol diretamente sem a necessidade de reforma do combustível para se ter o hidrogênio puro. O metanol é convertido em dióxido de carbono e hidrogênio no ânodo. O hidrogênio se quebra em prótons e elétrons. Os prótons atravessam a membrana até reagir com o oxigênio para formar água, seguindo o mesmo padrão de reação numa típica célula a combustível PEMFC. A maioria das células de combustíveis (CaCs) são alimentadas por hidrogênio, o qual pode ser adicionado diretamente ou ser extraído a partir de um combustível no próprio sistema CaCs, através da reforma de uma fonte de hidrogênio tal como o metanol, o etanol, e hidrocarbonetos, como o gás natural e gasolina. As células a combustível de Metanol Direto (DMFC), entretanto, são alimentadas por metanol, o qual é misturado ao vapor e então ao ânodo (eletrodo negativo) da célula a combustível.

As células a combustível DMFC não tem muitos dos problemas de armazenamento típicos de outras tecnologias, pois o metanol tem uma densidade de potência maior que a do hidrogênio – embora menor que a da gasolina ou diesel. O metanol também é mais fácil de transportar e fornecer para o mercado, pois pode utilizar a corrente infra-estrutura por ser um combustível líquido, como a gasolina. Estas células operam na temperatura de 120-130°C, o qual é um pouco maior que a temperatura padrão de uma PEMFC (80°C), e atinge uma eficiência de aproximadamente 40%. A desvantagem é que a baixa temperatura de conversão do metanol para hidrogênio e dióxido de carbono precisa de uma quantidade maior de platina como catalisador do que na PEMFC convencional, o que aumenta o custo da célula a combustível. O aumento no custo é, entretanto, compensado pela praticidade de utilizar um combustível líquido e de não necessitar de um reformador. A tecnologia existente nas DMFCs ainda está em início de desenvolvimento mas já têm demonstrado sucesso em aplicações em telefones celulares e laptops, mercados potenciais para esta tecnologia.

Propriedades físicas do Metanol:
Densidade (20/4 °C) máx: 0,7932
Ponto inicial de ebulição a 760mm Hg, em °C: 64,4+ - 0,1
Limite de inflamabilidade inferior em % vol: 6,7
Limite de inflamabilidade superior em % vol: 36,5
Calor de combustão em cal/g, gás a 25 °C: 5683
Calor de combustão em cal/g, liq. a 25 °C: 5420
Calor de fusão em cal/g: 0,76
Calor de vaporização em cal/g (ponto normal de ebulição): 262,8
Ponto de congelamento, em °C: - 97,8
Índice de refração, n20: 1,32863
Calor específico do líquido em cal/g/°C a 20°C: 0,599
Pressão crítica em Atm: 78,7
Temperatura crítica em °C: 240,0
Temperatura de auto-ignição em °C: 470
Constante dielétrica em mhos, a 25°C: 32,63
Pressão de Vapor em mm Hg, a 20°C: 96,0
Solubilidade em água, álcool ou éter: completa

ETANOL x METANOL

Apesar de muitas pesquisas com Biodiesel etílico já terem sido realizadas em diversas partes do mundo, todos os países que utilizam o Biodiesel, o faz via metílica. Isso ocorre porque na maioria desses países a disponibilidade de etanol derivado de biomassa é bastante reduzida. Assim, entre etanol e metanol fósseis, evidentemente, escolhe-se o mais barato (atualmente) e o mais reativo, ou seja, o metanol.

Entretanto, devido a imensidão territorial, o cenário brasileiro é atípico. É fato bastante reconhecido, a importância do álcool etílico (etanol) no mercado energético brasileiro.

A utilização de ambos os álcoois possui suas próprias vantagens e desvantagens, ficando a escolha por parte de uma análise de disponibilidade e dos objetivos a serem atingidos.

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