quinta-feira, 26 de junho de 2008

Artigos sobre Etanol Celulósico

  1. Biocombustiveis de 2ª geração feitos com fungo Tricoderma reesei
  2. Biocombustíveis de 2ª geração: O brasil corre o risco de ficar para trás
  3. Biocombustíveis de Segunda Geração
  4. Biomassa para biocombustível
  5. Celunol quer usina de etanol celulósico em 2008
  6. Etanol Celulósico
  7. Etanol Celulósico: a procura do Microbio salvador
  8. Etanol de grama é melhor que o do milho
  9. EUA aposta no Etanol de 2ª geração
  10. Fungo poderia sintetizar álcool a partir de celulose
  11. Soft rot fungus is the muse for biofuel developers
  12. Trichoderma reesei genome paper published

Última atualização 26/06/08 15:36

Biopirataria: A quem pertence o DNA?

A Le Monde Diplomatique abre a discusão sobre a propriedade de dados genéticos coletados junto a diversas populações no planeta, e a possibilidade deo uso destas informações como pretextos para que algumas empresas controlem a produção de medicamentos inovadores e para invasões de privacidade.



Veja a integra da materia em:

terça-feira, 24 de junho de 2008

Metanol - Informações gerais

O metanol tem propriedades combustíveis e energéticas similares ao etanol. Os dois são agentes combustíveis, mas o metanol tem uma toxidade mais elevada. Prejudica a saúde, causando, inclusive, cegueira e câncer em altas concentrações e pela longa exposição. O Brasil não é auto-suficiente na produção de metanol e ainda o importa para outros fins, e não para o uso como combustível. O metanol é comumente encontrado como sub-produto da indústria do petróleo. Pesquisas provam que o metanol polui o meio ambiente.

O metanol é um líquido incolor, com peso molecular igual a 32,04, possuindo um odor suave na temperatura ambiente. Sua fórmula molecular é CH3OH. Atualmente, o metanol é uma das matérias primas mais consumidas na indústria química. Já foi conhecido como álcool da madeira, devido a sua obtenção comercial a partir da destilação destrutiva da madeira.

A maior utilização do metanol atualmente está na produção de formaldeído, metil-tert-butil-éter (MTBE) aditivo para a gasolina e que está sendo banido aos poucos nos EUA – e como combustível puro ou em mistura com gasolina para automóveis leves. A tecnologia conhecida como metanol direto (DMFC) é uma variação da tecnologia PEMFC no qual faz uso do metanol diretamente sem a necessidade de reforma do combustível para se ter o hidrogênio puro. O metanol é convertido em dióxido de carbono e hidrogênio no ânodo. O hidrogênio se quebra em prótons e elétrons. Os prótons atravessam a membrana até reagir com o oxigênio para formar água, seguindo o mesmo padrão de reação numa típica célula a combustível PEMFC. A maioria das células de combustíveis (CaCs) são alimentadas por hidrogênio, o qual pode ser adicionado diretamente ou ser extraído a partir de um combustível no próprio sistema CaCs, através da reforma de uma fonte de hidrogênio tal como o metanol, o etanol, e hidrocarbonetos, como o gás natural e gasolina. As células a combustível de Metanol Direto (DMFC), entretanto, são alimentadas por metanol, o qual é misturado ao vapor e então ao ânodo (eletrodo negativo) da célula a combustível.

As células a combustível DMFC não tem muitos dos problemas de armazenamento típicos de outras tecnologias, pois o metanol tem uma densidade de potência maior que a do hidrogênio – embora menor que a da gasolina ou diesel. O metanol também é mais fácil de transportar e fornecer para o mercado, pois pode utilizar a corrente infra-estrutura por ser um combustível líquido, como a gasolina. Estas células operam na temperatura de 120-130°C, o qual é um pouco maior que a temperatura padrão de uma PEMFC (80°C), e atinge uma eficiência de aproximadamente 40%. A desvantagem é que a baixa temperatura de conversão do metanol para hidrogênio e dióxido de carbono precisa de uma quantidade maior de platina como catalisador do que na PEMFC convencional, o que aumenta o custo da célula a combustível. O aumento no custo é, entretanto, compensado pela praticidade de utilizar um combustível líquido e de não necessitar de um reformador. A tecnologia existente nas DMFCs ainda está em início de desenvolvimento mas já têm demonstrado sucesso em aplicações em telefones celulares e laptops, mercados potenciais para esta tecnologia.

Propriedades físicas do Metanol:
Densidade (20/4 °C) máx: 0,7932
Ponto inicial de ebulição a 760mm Hg, em °C: 64,4+ - 0,1
Limite de inflamabilidade inferior em % vol: 6,7
Limite de inflamabilidade superior em % vol: 36,5
Calor de combustão em cal/g, gás a 25 °C: 5683
Calor de combustão em cal/g, liq. a 25 °C: 5420
Calor de fusão em cal/g: 0,76
Calor de vaporização em cal/g (ponto normal de ebulição): 262,8
Ponto de congelamento, em °C: - 97,8
Índice de refração, n20: 1,32863
Calor específico do líquido em cal/g/°C a 20°C: 0,599
Pressão crítica em Atm: 78,7
Temperatura crítica em °C: 240,0
Temperatura de auto-ignição em °C: 470
Constante dielétrica em mhos, a 25°C: 32,63
Pressão de Vapor em mm Hg, a 20°C: 96,0
Solubilidade em água, álcool ou éter: completa

ETANOL x METANOL

Apesar de muitas pesquisas com Biodiesel etílico já terem sido realizadas em diversas partes do mundo, todos os países que utilizam o Biodiesel, o faz via metílica. Isso ocorre porque na maioria desses países a disponibilidade de etanol derivado de biomassa é bastante reduzida. Assim, entre etanol e metanol fósseis, evidentemente, escolhe-se o mais barato (atualmente) e o mais reativo, ou seja, o metanol.

Entretanto, devido a imensidão territorial, o cenário brasileiro é atípico. É fato bastante reconhecido, a importância do álcool etílico (etanol) no mercado energético brasileiro.

A utilização de ambos os álcoois possui suas próprias vantagens e desvantagens, ficando a escolha por parte de uma análise de disponibilidade e dos objetivos a serem atingidos.

Ler ainda:

Metanol abala marketing do biodiesel

Biodiesel no tanque

Fonte:

domingo, 22 de junho de 2008

Produção de biodiesel é baixa e ameaça meta do governo

Com a relação entre oferta e demanda bastante ajustada, são os novos investimentos do setor de biodiesel que irão definir o abastecimento do País a partir do dia 1º de julho, quando o B3 - adição de 3% de biodiesel ao diesel - passa a ser obrigatória.

De acordo com informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no primeiro quadrimestre do ano a produção brasileira foi de 275,6 milhões de litros, volume que atende com uma ligeira folga a demanda pelo B2, mas que não chega a 30% do necessário para o cumprimento da meta de 2008 que é de 1,2 bilhão de litros consumidor no ano.

Além da desconfiança quanto à fiscalização do uso de B3 nos postos de gasolina, os preços do óleo de soja também exigem cautela dos executivos que estão à frente dessas usinas. A alta cotação do óleo, que chegou a R$ 3 mil por tonelada em abril, refletiu imediatamente na produção de biodiesel que, por sua vez, recuou de uma média de 75,8 milhões de litros nos dois primeiros meses do ano, para um patamar de 61,9 milhões de litros nos meses de maio e abril.

Segundo Miguel Biegai, analista da Safras & Mercado, o fornecimento está sendo adequado, mas sem considerar a formação de estoques estratégicos estabelecidos pelo governo federal, de 100 milhões de litros.

Para o segundo semestre, a previsão é de uma melhora do cenário. "O biodiesel que está sendo entregue hoje foi vendido por preços bem abaixo do custo de produção. No segundo semestre essa situação deve melhorar em razão de preços mais elevados e de um maior número de empresas entregando", avalia Biegai.

Os últimos leilões de biodiesel, realizados em abril, tiveram um preço médio de R$ 2,69 o litro. Eles são considerados um divisor de águas nesse mercado por garantirem a viabilidade da produção e promoverem não só o retorno, como também a entrada de algumas empresas ao mercado.

Se por um lado pelo menos 10 companhias não produziram este ano, por outro, quatro usinas que iniciaram suas atividades nesse semestre, já representam quase 25% de toda a produção nacional de biodiesel. Archer-Daniels-Midland CO. (ADM), Biocamp, Cooperfeliz e Fiagril começaram a funcionar em 2008 e produziram juntas, até abril, mais de 56 milhões de litros.

A Barrálcool, que tinha interrompido suas atividades em janeiro, voltou a produzir a partir do último leilão. "Paramos porque além de não ter para quem vender, os preços não cobriam os custos de produção. Isso ocorreu porque houve um investimento forte nesse setor e a oferta ficou maior que a demanda", diz Silvio Rangel, gerente do departamento de biodiesel da Barrálcool.

No último leilão a empresa vendeu 7,8 milhões de litros e agora voltou a produzir, mas ainda está longe de atingir toda a sua capacidade que é de 57 milhões de litros. "Isso vai ocorrer só a partir do B5", acredita Rangel.

Entre as empresas mais otimistas com o mercado a partir do próximo semestre destaca-se a Bioverde. A companhia fez uma parceria com uma esmagadora de soja e terá garantido o fornecimento da matéria-prima para ampliar a produção. Nos últimos leilões a empresa vendeu 15 milhões de litros para a ANP e mais 2 milhões para a Petrobras,

Apesar de a construção das instalações da usina terem começado em 2005 a companhia iniciou a produção apenas esse ano e foi uma das que conseguiram preços mais elevados nos leilões. "O mercado todo é novo, até o ano passado havia poucos players, apenas grandes empresas trabalhando num mercado sem muitas regras, mas agora a competitividade está melhor e a tendência é o crescimento dessas empresas que estavam em formação e nos últimos meses entraram no mercado", afirma José Pereira Júnior, gerente de desenvolvimento do grupo Bioverde.

A Caramuru, empresa já tradicional no setor de grãos e produtos alimentícios, é outra que começou a operar nos últimos meses e, com uma operação crescente, pode alterar o cenário entre as líderes do setor de biodiesel. Para este ano a empresa pretende chegar a 75% da sua capacidade de produção que é de 110 milhões de litros.


Priscila Machado
Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços

quinta-feira, 19 de junho de 2008

A FORÇA DA TERRA

por Mauro Kahn

"No dia em que um quilo de picanha irá custar mais do que um MP4 ...."

Embora pareça um exagero, hoje já não é tão irreal uma afirmativa desta dimensão. Quando colocamos o século XXI em perspectiva, notamos o quanto a banalização dos bens tecnológicos - cada dia mais desvalorizados - rivaliza com a crescente valorização dos recursos naturais, escarceados por crescimento desordenado e irresponsável do planeta nos últimos 100 anos. Não está, de fato, distante o dia em que um quilo de picanha custará mais do que um MP4.

Neste novo cenário, os beneficiados serão naturalmente aqueles que contarem com um alto potencial de recursos naturais; dentre os quais se encontra, no topo da lista, o Brasil.

Até o final do século passado, acreditávamos que nossas reservas de petróleo e gás fossem modestas, e partíamos da falsa premissa de que somente o petróleo era um recurso natural de real valor. Hoje não há a menor dúvida de que, no futuro, mantendo-se as devidas proporções, a água terá tanto ou maior valor do que o petróleo.

Habituamo-nos a viver em um mundo no qual a tecnologia sempre foi erguida em um pedestal e onde os recursos naturais – entre eles o alimento – pareciam fonte inesgotável. Agora nossa grande crise é a luta para assimilar, aceitar e viver uma nova realidade.

Atualmente, sabemos que países como China e Índia, apesar de terem conseguido um expressivo desenvolvimento econômico (graças ao domínio da tecnologia industrial), já enfrentam graves problemas com a falta de água, e que isto tende a se agravar – a Ásia, além de apresentar o assustador desnível de 35% dos recursos hídricos do planeta contra aproximadamente 60% da população, apresenta um grau de poluição dos seus rios e águas subterrâneas que permanece incontrolável.

A agricultura e a indústria consomem grandes quantidades de recursos hídricos. O conceito de água virtual – água gasta na produção de outros bens – nos mostra que cerca de 6 000 litros são necessários para que apenas um quilo de frango chegue à nossa mesa.

É neste ponto que as expectativas em relação ao Brasil disparam: com recursos hídricos em fartura e inúmeras fontes de energia (petróleo, gás, hidroelétrica, etc...), o país tem tudo para se transformar no maior exportador de alimentos do mundo. Com apenas 20% de suas terras aráveis plantadas, a situação brasileira é única no mundo.

E as possibilidades não param por aí. Em território nacional, o nível de insolação é espétacular, podendo assegurar excelentes safras e, futuramente, a promissora energia solar.

Mauro Kahn é analista da geopolítica do petróleo & ambiental e também o diretor do Clube do Petróleo

QUEM PERDE E QUEM GANHA COM UM BARRIL DE PETRÓLEO RONDANDO OS US$ 150,00?

E o “BRIC”, seria polarizado?
por Mauro Kahn

Quando entra em questão quem serão os ganhadores e perdedores com a alta no preço do barril, é natural deduzir que ganharão os produtores e perderão os consumidores. A questão ganha maior profundidade quando constatamos quais são esses países. De um lado, temos EUA, China, Japão e Europa consumindo a maior parte do petróleo mundial
(e vivenciando um declínio preocupante em suas reservas); do outro temos os países do Oriente Médio e a Rússia liderando a produção.

São inúmeras as razões para as cotações estarem tão elevadas, mas a principal é de fato a suposição de que o petróleo faltará a longo prazo devido ao declínio das reservas e ao aumento exagerado do consumo. Programas de eficiência energética na prática inexistem, apenas amplificando o consumo – especialmente em países em desenvolvimento e superpopulosos como China e Índia, onde a renda per capita cresce a cada ano. É importante ressaltar que tal cenário pode se tornar insustentável para países que ainda não tenham alcançado a auto-suficiência em petróleo. Em um hipotético contexto no qual China e Índia tivessem o mesmo número de veículos por habitante que tem o Brasil (note que o parâmetro é relativamente otimista, não estamos tomando como exemplo EUA ou Japão), os gastos seriam o suficiente para criar um rombo nos recursos (sem falar na Economia) do planeta.

Outra hipótese (mais grave) é a de que o petróleo possa faltar a curto prazo - neste caso em decorrência de possíveis conflitos militares (as maiores reservas do mundo estão em áreas de conflito). Imagine como seria se, por exemplo, ocorresse o fechamento do “Estreito de Ormuz”.

Entretanto, quando se cogita a escassez de petróleo a curto prazo, as cotações fogem totalmente ao controle até mesmo da OPEP, podendo vir a ultrapassar até mesmo as previsões mais catastróficas (o que hoje seria a de um preço a US$ 200,00/barril). Foi exatamente por essa razão que uma única (ainda que séria) declaração do ministro dos transportes de Israel em relação ao Irã fez com que as cotações subissem quase US$ 10,00 em um único dia (pois o Irã, afinal, além de importante membro da OPEP, é a segunda maior reserva do mundo e dispõe de uma perigosa influência militar no Golfo Pérsico).

A partir daí, surge a seguinte problemática: apesar de serem aliados de Israel, os EUA teriam um prejuízo infinitamente superior ao de Israel em caso de conflito com o Irã. Entretanto, não podemos desconsiderar que Israel é muito mais vulnerável a um Irã com armamento nuclear do que os EUA.

Para finalizarmos este complicado cenário geopolítico, fazemos o seguinte questionamento: e o “BRIC”, ficaria polarizado (tendo o “BR” do lado dos que tem petróleo - Brasil e Rússia - e o “IC” - Índia e China - do lado dos que não possuem reservas suficientes para atender necessidades espetacularmente crescentes de consumo)?

Hoje imaginamos o "BRIC" como sendo um seleto grupo de paises em franco desenvolvimento econômico. A Índia e, principalmente, a China passaram a crescer em um ritmo muito acelerado. Entretanto, um barril de petróleo a US$ 200 por um longo período comprometerá invariavelmente os planos chineses e indianos, uma vez que ambos são muito dependentes do petróleo e gás estrangeiro (principalmente dos russos) . Neste caso, seria a Rússia quem poderia nos surpreender, com um desenvolvimento econômico bem maior do que o previsto – isso em função das milionárias exportações de seu petróleo e gás (maiores reservas do mundo), que já abastecem a maior parte da Europa.

No caso brasileiro, a meta por ora é a auto-suficiência, o que não é pouca coisa. No entanto, já é possível olhar além. Em um futuro não muito distante, é cada vez mais provável nos tornarmos médios exportadores, principalmente de derivados (já que nosso planejamento estratégico aponta para uma expansão do nosso parque de refino, com a aquisição refinarias estrangeiras em locais estratégicos).

Mauro Kahn é analista da geopolítica do petróleo & ambiental e também o diretor do Clube do Petróleo

Fonte: www.clubedopetroleo.com.br

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Artigos sobre Biodiesel de Algas

  1. "Alga ou gasolina, doutor?"

  2. Algas como matéria-prima de Biodiesel

  3. Algas contra a crise alimentar mundial

  4. Argentina produzirá biodiesel a partir de algas marinhas

  5. Biocombustíveis: A vez das algas

  6. Biodiesel from Algae

  7. Biodiesel: Alga no Tanque

  8. Cultivo de microalgas reduz a metade preços de combustíveis

  9. Hidrogênio a partir de algas: produção, armazenamento e distribuição no mesmo local

  10. MÉXICO terá biocombustível a partir de algas

  11. Microalga como matéria-prima para a produção de biodiesel

  12. Multinacional produzirá etanol de algas e gramíneas do EUA

  13. RN pode ter biodiesel de algas

  14. Shell investe em biocombustível de Alga

Artigos sobre Mamona

A vez da mamona

Agricultores familiares vão plantar mamona para produção de biodiesel no PR

Biodiesel da mamona atrai estrangeiros

Biodiesel de mamona e girassol segue em alta no Centro-Oeste e Sul

Biodiesel de Soja ou de Mamona?

Biodiesel é meta do Programa Mamona Maranhão

Cacoal incentiva plantio de mamona para biodiesel

Ceará vai investir R$ 11 milhões em mamona pra biodiesel

Com insucesso da mamona Petrobras aposta no girassol

Começa a produção de mamona no Vale

Conab indica aumento de produção de mamona e girassol

Conheça a Mamona

Consórcio de feijão com mamona em áreas zoneadas será enquadrado no SEAF

CULTIVO DA MAMONA

Cultura da mamona e pinhão-manso para o biodiesel no MS

Mamona “social” vira óleo para químicas

Mamona (Ricinus communis L.)

Mamona ainda é inviável para produzir biodiesel

Mamona com até duas toneladas por cada hectare

Mamona é a nova alternativa de renda para agricultores do Sul

Mamona para biodiesel como forma de reduzir a criminalidade no Ceará

Mamona para biodiesel garante trabalho para 2,5 mil famílias

Matérias Primas para a Produção de Biodiesel

Matérias-primas para o Biodiesel

Matérias-primas, tecnologia agrícola e disponibilidade de áreas no Brasil para o Biodiesel

MDA aposta na mamona baiana para biodiesel

MDA estimula o plantio de mamona para o biodiesel

O programa de uso da mamona para a fabricação de biodiesel é uma piada nacional... e de mal gosto

Opções de Oleaginosas para o Biodiesel no Brasil

Pesquisas e verbas em lombo de tartaruga

Petrobras deve comprar 5 mil toneladas de mamona do Norte de MG

Petrobras diversifica matérias-primas para biodiesel

Petrobras garante compra de mamona

Plantação de mamona pode ser uma alternativa para a geração de renda dos produtores rurais de Santa Maria

Plantio de mamona não está sendo rentável

Porque fazemos biodiesel de soja

Porto Nacional será Pólo Produtor de Biodiesel no Tocantins

Prefeitura de Cacoal incentiva o cultivo da mamona

Produção de mamona para biodiesel é testada em Alta Floresta

Produção de mamona pode atingir as 6,5 mil toneladas

Produção de soja para biodiesel deve diminuir

Produtores desistem de cultivar mamona

Projeto incentivará produtor a cultivar mamona no Agreste do Pernambuco

R$ 30 milhões para o cultivo da mamona

Sem mamona, biodiesel vai de soja

Soja, pasto e mamona tomam lugar do babaçu em seis Estados

Vantagens da mamona e do girassol são apresentados em Ponte Preta

Zoneamento Agrícola da Mamona

História da Ascensão e Queda da Mamona

Última atualização: 26/06/08 12:54

Artigos sobre Pinhão-Manso

Última atualização: 26/06/08 12:54

domingo, 15 de junho de 2008

Pesquisas e verbas em lombo de tartaruga

Do Observatório da Imprenssa

Dias atrás, Bruno Blecher escreveu aqui ("Biodiesel é notícia séria") que o assunto biodiesel é sério e que nele estamos à frente dos americanos. Tem razão o Blecher. É sério, sim. Mas estamos atrasados: desde o governo Geisel o Brasil já podia ter parte da frota pesada movida a biocombustível.

Para piorar, por desinformação, má vontade ou mesmo ideologia, colaboradores de jornais, revistas e alguns jornalistas combatem algumas das particularidades quando não o Programa Nacional de Biodiesel como um todo. Deveriam pesquisar mais, acho eu.

A ONG Sociedade Brasileira de Desenvolvimento, a PróBrasil, da qual sou vice-presidente e assessor de imprensa, desenvolve estudos nessa área para clientes como Ale Combustíveis e Uni Oil. Neles baseado, ofereço alguns subsídios para clarear o assunto. Ofereço também reparos às abobrinhas que andam sendo publicadas:

1) Qualquer oleaginosa serve para fazer biodiesel. No Brasil há umas 200 dessas fontes –babaçu, girassol, mamona, nabo forrageiro, soja, milho, canola, pequi, palma, pracaxi, buriti, piquiá, inajá... Umas dão em árvores. Outras são plantas. A maioria das fontes desconhecidas é encontrada na Região Amazônica.

Várias fontes são ilustres desconhecidas da imprensa – pinhão manso, originário do Semi-Árido, é um exemplo. Mas não dos pesquisadores. Algumas congêneres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão levantando tudo sobre algumas dessas fontes energéticas.

2) Em virtude dessa diversidade, e do tamanho do país, não se pode apontar uma como "a oleaginosa", isto é, a melhor fonte para todo o território. Existe "melhor" para cada região. Todas têm vantagens e desvantagens. O nabo forrageiro, por exemplo, produz pouco óleo. Mas seu custo de produção é uma baba.

Vejamos a palma – ou dendê. Ela fornece algo ao redor de 6 mil litros de óleo por hectare/ano. Colhe-se hoje e daqui a 12 dias já se pode colher de novo, no mesmo pé. E isso perdurará por 20, 30 anos. Fabuloso, não? Nem tanto: em contrapartida, planta-se hoje e só se começa a colher a partir do quarto ano. Isso não é muito atrativo para investidores...

A colheita é manual, o que tem a vantagem social de criar empregos e a desvantagem de desestimular o empresário do agronegócio, pois ele não quer empregar (quase) ninguém.

Informações esdrúxulas

Sem falar que a palma, fora um pequeno pedaço da Bahia, só dá na Região Amazônica. Lá, os custos de logística são mais elevados. Ademais, o óleo de dendê gera mais dinheiro do que o biocombustível. Por que então alguém faria biodiesel dele? (Isso mudará apenas no dia em que o mercado do dendê estiver totalmente atendido. Deve demorar anos, pois a demanda é maior do que a oferta.)

Fiquemos assim: na Amazônia, a melhor parece ser a palma. No Semi-Árido, que vai do Norte de Minas até parte do Maranhão, é um blend que terá sempre a mamona como um dos ingredientes. No Centro-Oeste, por causa das boas condições de solo e outros fatores, tantas são elas que nem vale a pena mencionar.

No Sul e Sudeste (leia-se São Paulo), esquece: ninguém produzirá biodiesel em quantidade. O preço da terra inviabilizará sua produção. Ou seja, produzir o sucedâneo do diesel é mais viável no Norte-Nordeste, incluído o Norte de Minas, e Centro-Oeste, lugares de terras ainda baratas.

Mas quem decide qual planta é melhor, e onde instalar a indústria, em última instância, é o empresário, que arrisca o seu rico dinheirinho, e não o seu agrônomo, consultor, governo, gente contra ele ou... a imprensa, que dá guarida às mais esdrúxulas informações.

Vantagem econômica

Resumindo: se o empreendedor tem fôlego financeiro para esperar anos pelo retorno, deve optar pela palma ou algo parecido. Caso contrário, por outras oleaginosas que proporcionem retorno mais rápido. A escolha será feita de acordo com a região, o clima e uma série de variáveis como conveniência, localização, distância de portos, de fornecedores etc.

3) Um dos aspectos polêmicos é o biodiesel feito de soja. Ela é boa alternativa? Depende. Dias atrás o presidente Lula afirmou algo do tipo "a soja normal a gente come e da transgênica a gente faz biodiesel". Bobagem do presidente. A soja, transgênica ou não, é péssima fonte oleaginosa. Na média ela dá apenas 700 litros de óleo por hectare/ano.

Disse o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite que o balanço energético do biodiesel a partir da soja é negativo: gasta-se quase a energia de um litro de gasolina para obter-se outro tanto de produto à base de soja. E isso não contribuiria para o desaquecimento global. Segundo Leite, o governo comete erro ao incentivar a produção de biodiesel de soja. É fato. Quanto à questão energética, não duvido que Leite esteja certo. Todavia, posso dizer que boa parte da energia que se consome na produção do óleo propriamente dito é obtida a partir da luz solar.

Noves fora essa questão, os cálculos indicam que quem plantar soja para fazer biodiesel e vender aos distribuidores poderá perder, uma vez que a soja em grãos pode dar mais dinheiro. Mas é certo que onde o óleo diesel custa 2 ou mais reais por litro, biodiesel de soja para consumo próprio, ao custo de até 1,20 real por litro, é uma vantagem econômica, pois reduz os gastos com o diesel que movimenta as máquinas agrícolas.

Mercado inelástico

4) Li, algumas vezes, que mamona é ruim como alternativa energética. Será? Plantada em sequeiro, ela dá uma média de 1.200 litros de óleo por hectare/ano – 70% a mais do que a soja. E o dobro quando irrigada, pois assim se têm duas safras num só ano (a soja não permite duas safras).

Em sequeiro, a mamona se presta perfeitamente à agricultura familiar. Mamona "gosta" de terra "ruim", como as do sertão nordestino. Uma área de 5 hectares pode gerar para cada família uma média de 700 reais/mês. A variação de preços é muito grande; nos últimos anos a mamona já esteve cotada a 80 reais por saca, mas atualmente são cerca de 40 reais. O custo de produção? 13 reais/saca.

Dizem também que seu trato é difícil. Como se as outras não o fossem... Mas só um empreendedor muito despreparado fará biodiesel exclusivamente dela, já que a mamona, numa safra, pode ser plantada consorciada, por exemplo, ao girassol. Na safra a seguir, ao amendoim. Nessa combinação, numa terra irrigada, pode-se obter, num só ano, 4.500 litros de óleo por hectare.

Fora isso, do resto do fruto da mamona pode-se fazer ração. Basta retirar as toxinas. É um processo à base de vapor, já existente e em fase de melhoria tecnológica pela Embrapa. A casca tem outra serventia, a queima em caldeira.

Dizem os críticos: mas 1 litro de óleo de mamona não vale mais do que um de biodiesel? Sim, vale. Só que, ao contrário do mercado de dendê, o de mamona tornou-se quase inelástico. Aumentar a produção de óleo de rícino deprimirá o preço internacional do produto. Se usado na produção do biocombustível, seu mercado decuplicará.

Em briga com os fatos

Toda força deve ser dada à pesquisa da mamona. Ela mal começou. A Embrapa pesquisa novos cultivares. Eles estão em testes e, mais dia, menos dia, teremos, quem sabe, um produto transgênico. Muitos são contra: pra que pesquisar mamona se ela nasce em qualquer lugar? O governo vai é jogar dinheiro fora! Santa ignorância. Todo mundo acredita que mamona não precisa de adubação nem de irrigação, que praga não ataca e outras crendices. Triste engano: não há defensivo específico para as lagartas que a atacam. A mamona comum que se vê em terrenos baldios não se presta à produção industrial. O pé é alto demais e isso dificulta a colheita. A indústria precisa de mamoneiros anões, para colheita mecanizada.

Algumas variedades, muito produtivas, já são cultivadas na Bahia. Mas elas ainda não são as ideais. Segundo os pesquisadores, os novos cultivares em teste produzirão entre 5.500 e 6 mil litros de óleo por hectare/ano. E isso num prazo estimado de 5 anos. Quer dizer, no futuro, um hectare de mamona, consorciado a amendoim e girassol, poderá dar 50% a mais do que a palma, que há anos é continuamente pesquisada. Quem duvidar que pergunte ao professor Napoleão Beltrão, da Universidade Federal da Paraíba e da Embrapa, a maior autoridade brasileira em mamona.

5) O negócio biodiesel é muito mal divulgado e as páginas de revistas, jornais e sites já abrigaram artigos de colunistas e jornalistas que dele quase nada entendem. Pensam que a maior parte do custo está na usina, na industrialização. Claro que não: 70% dele estão em plantar, manter e colher. Tem colunista que, para combater Lula, já disse que o biodiesel custa mais caro do que o diesel. É o caso de Diogo Mainardi, da Veja. Receio que ele não saiba a diferença entre uma fatura e uma duplicata, pois o conhecimento demonstrado sobre o mundo dos negócios é pífio. Ele confunde custos, investimentos e fomento. Um espanto!

Como Mainardi, partes interessadas no negócio combustíveis, no meio ambiente e em outros aspectos têm escrito abobrinhas contra o biodiesel porque o vêem como um produto isolado. Não levam em conta a cadeia de produção. Dizem, no geral, que o biodiesel é um mau negócio. Brigam com os fatos. Se esse negócio fosse ruim, o grupo Vale do Rio Doce, o maior consumidor de óleo diesel do país (1 bilhão de litros por ano), nele não entraria. Atualmente o grupo testa o combustível, fornecido por terceiros, em suas locomotivas. Mas o grupo Vale já plantou 15 mil hectares com palma lá no Pará.

Os grandes vêem longe

Tampouco banqueiro meteria a mão nessa cumbuca. Não se conhece banqueiro bobo, aquele que entra num negócio novo para perder dinheiro. Pois o banqueiro Aloísio Faria é dono do Banco Alpha e da Agropalma. Ela tem a maior plantação de palma do país e também produz biodiesel. Mas a usina de Faria faz o produto a partir do rejeito do óleo de dendê. Esse rejeito acarretava um seriíssimo problema ambiental. Além de resolver o problema, Faria agora lucra muito mais: produz o biodiesel a 50 centavos e vende a 1,80 real por litro à Petrobras. Sim, a estatal paga caro pelo biodiesel.

Não só ela. A Ale Combustíveis, de Belo Horizonte, a primeira distribuidora de petróleo do país a vender o produto, paga ainda mais caro: 2 reais aos produtores. A Ale vende por até 1,70. O prejuízo é pequeno por causa da quantidade comprada. A Ale compensa a perda com o ganho na imagem, a de pioneira.

Petrobras e Ale jogam seus dados com a certeza de que o biodiesel pode ser obtido a menores preços. Ou vendido mais caro. As duas, como as outras distribuidoras, são pragmáticas: elas vendem combustíveis. Diesel ou biodiesel, tanto faz. O negócio é ter para vender.

6) Grandes grupos vêem o longo prazo e o negócio como um todo. Além da ração e do adubo gerados, comuns a quase todas as fontes (girassol e amendoim dão muito adubo e ração), no processo – qualquer que seja a fonte oleaginosa – colhe-se mais um subproduto. É a glicerina. A cada 100 litros de biodiesel produzidos tem-se, compulsoriamente, 10 litros de glicerina. (Dependendo da(s) oleaginosa(s), o biodiesel é que é o subproduto.)

Banqueiros atentos

A glicerina primária vale 1,80 real por litro. Purificada, sai a 6 reais. Importamos hoje 70 milhões de dólares/ano de glicerina. Deveremos passar a grandes exportadores. Ainda assim, que fazer com a grande sobra que se avizinha? A resposta está na gliceroquímica. Dela obtêm-se produtos de até 20 dólares por quilo, como acrílicos.

Então, se levada em conta a venda de todos os produtos (se você planta girassol estará dando um tiro no pé caso não aproveite para ter também a apicultura), hoje uma usina para 30 milhões de litros anuais de biodiesel, com produção agrícola própria, proporcionaria um retorno de capital na faixa de 30% ao ano.

Em outras palavras, em menos de 3 anos o investidor teria o seu capital de volta – algo ao redor de 12 milhões de reais. Qual o agronegócio, no mundo, que dá mais retorno do que esse? Difícil dizer, ainda mais com o financiamento com taxas e prazos de pai pra filho do BNDES.

7) Incorre em grave equívoco quem acredita que o custo do biodiesel é maior do que o do diesel na refinaria. Né não! Quer dizer, depende de que custo estamos falando. Repito o argumento: se fosse assim, nenhum banqueiro investiria nesse negócio. É o caso de Daniel Birmann, agora um sem-banco. Ele é o dono da usina inaugurada pelo presidente Lula no Piauí. Birmann, arrisco dizer, produz na faixa de 1 real por litro e isso porque se abastece de mamona com agricultores familiares. (Nada impede que compre de outras fontes: o produto final é sempre o mesmo e um biodiesel pode ser misturado a outro.)

As irmãs e as sobrinhas

Dependendo de vários fatores, 1 litro de biodiesel pode ser produzido na faixa dos 80 centavos de real. Portanto, o custo é igual ao que o diesel custa às distribuidoras na Petrobras – 0,83 centavos por litro. É esse o custo, o da venda, que interessa à sociedade. O custo de produção do diesel só a Petrobras sabe. Eu suponho que seja a metade do preço de venda.

8) Por enquanto o diesel tem custo imbatível. Mas isso vai mudar. O petróleo já chegou aos 65 dólares por barril. Não deve baixar mesmo quando a guerra do Iraque acabar. Dizem os especialistas que podemos esperar o barril, em 2010, a mais de 100 dólares. Nesse ritmo, calculo eu, o preço na refinaria chegará a 1,50 real por litro antes de 2010.

Guio-me pelas reservas conhecidas. As da Petrobras são suficientes para apenas mais 15 a 20 anos, dependendo do consumo e da descoberta de novas jazidas. Parece certo que o petróleo escasseará a partir de 2015 em todo o mundo. Grandes frotistas, como Casas Bahia e Martins, andam preocupados com esse cenário. Produzir para consumo próprio é uma possibilidade que muitos deles estão estudando. Como qualquer pessoa, eles somam um mais um e chegam à seguinte conclusão: veículos leves poderão ser movidos a álcool, energia elétrica ou solar. Mas qual combustível substituirá o diesel, que movimenta os motores pesados e os extrapotentes? Ele, o biodiesel, que tem as mesmas propriedades do diesel e nenhuma das desvantagens!

Isso leva a uma outra pergunta: quando o biodiesel se tornar uma commodity e se transformar até em sucedâneo para o querosene de aviação (os americanos já pesquisam nesse sentido), quem dominará a distribuição? Resposta óbvia: as 7 irmãs do petróleo e suas sobrinhas, incluindo a Petrobras. Elas, com 100% de certeza, também entrarão nesse mercado.

Comprando terras

Assim, ou talvez por isso mesmo, o futuro do biodiesel parece róseo. Se Lula e seu governo – e os que se seguirão – não colocarem tudo a perder, esse combustível poderá ser, de verdade, um grande negócio pro Brasil. Vamos comparar: a Alemanha, a maior em biodiesel, faz mais de 1 bilhão de litros/ano. Os alemães produzem a partir da colza, do girassol e também de óleo de cozinha, reciclado após a fritura das batatas. Lá o preço do produto é, nas mais de 1.200 bombas exclusivas, bem mais alto do que o diesel.

A produtividade das oleaginosas de que os germanos dispõem, perto da do babaçu, e de outras plantas abundantes no Brasil, é nanica. Conclusão: por mais que aumente a produtividade, a Alemanha não conseguirá produzir um volume substancialmente maior do que o de hoje.

Isso também porque, na Alemanha e em toda a Europa, só se tem uma safra por ano. É evidente então que eles não podem produzir aos custos do Brasil. Ora, só lhes resta produzir biodiesel onde as condições são mais favoráveis. Leia-se: Brasil. É por essas e outras que europeus e americanos estão comprando cada vez mais terras na Bahia, em Mato Grosso, Goiás e alhures.

Um homem perseguido

9) Quem vai lucrar com o biodiesel? Evidente que ele não é para a nossa arraia miúda empresarial. Médio empresário? Sim. Os pequenos agricultores terão vez? Como produtores da matéria-prima, sim. De biodiesel, não. Isso valorizará a pesquisa. Se as oleaginosas forem estudadas de forma a termos as melhores alternativas para cada microrregião, a agricultura familiar será viabilizada e, assim, poderá haver uma elevação da renda no campo sem precedentes na nossa história. Principalmente no Nordeste.

Elevação da renda, eu disse. Não enriquecimento. Inicialmente, coisa do tipo de 1 para 3 salários mínimos/família/mês. É pouco? Sim. Mas, na realidade nordestina, até que é muito. E uma renda assim multiplicada já muda muita coisa por lá.

10) Por isso tudo, a imprensa não deveria abrir frente contra o biodiesel sem investigar melhor o assunto. Trata-se, como disse o Blecher, de um programa importante que, além de gerar ocupação e renda para milhões de trabalhadores rurais, incrementará o PIB e vai gerar dólares via exportações. De quebra, ajudará a limpar o ar poluído que respiramos.

Digo isso porque, no governo Geisel, o professor Bautista Vidal, à frente da estratégica Secretaria de Tecnologia do MCT, espalhou vários laboratórios de pesquisas país afora para implantar o programa nacional de combustíveis renováveis – álcool e biodiesel. Diz Bautista Vidal, um homem perseguido pelos entreguistas deste país, que o Brasil pode produzir tanto combustível renovável, a partir da biomassa, quanto a Arábia Saudita produz de petróleo – seis milhões de barris por dia. Por que o programa não andou? Uma das razões foi a descrença/desinteresse da imprensa.

Crime de lesa-pátria

Outra, mais poderosa: falta de verbas. Um dos laboratórios favorecidos por Vidal era, e é, o Cetec, de Minas Gerais. Nele foi desenvolvido, no governo Tancredo Neves, um programa de biodiesel – quem consultar arquivos da época verá fotos de Tancredo andando num veículo movido a esse combustível. O Cetec precisava seguir em frente, mas não foi muito adiante por falta de mais verbas.

Veio então o (des)governo de João Figueiredo. Nele o esforço de Vidal, por pressão das 7 irmãs petrolíferas, que já não se conformavam com o Proálcool, e também porque a economia mundial se acomodara ao petróleo num patamar mais caro, foi jogado fora: simplesmente cortaram as verbas da pesquisa e ele acabou demitido.

Mas o pior ainda estava por vir. Num verdadeiro crime de lesa-pátria, o governo Collor arrasou os laboratórios de Vidal. Ordenou-se que os arquivos fossem destruídos e é por isso que quase nada restou da bibliografia sobre o pinhão manso, que está sendo refeita pela Epamig e a Emater, da Secretaria de Agricultura mineira.

O efeito-cascata

Acontece que hoje a situação guarda alguma semelhança com o passado recente: o Cetec está encarregado, pela Finep, de desenvolver uma tecnologia verde e amarela para a produção contínua de biodiesel – aqui só se produz por batelada. Faz diferença? Na Europa, as maiores usinas de biodiesel são para 100 milhões de litros/ano. No Brasil, quando muito, 12 milhões no mesmo período.

A menos que haja uma forte pressão a favor – com a imprensa falando mal gratuitamente do programa isso não acontecerá –, a verba da Finep pro Cetec, uma mixaria de 18 milhões de reais, chegará no lombo de uma tartaruga...

Enfim, é importante ter, além das melhores oleaginosas, uma tecnologia nacional competitiva: no mercado interno, para substituir por completo o diesel, que hoje é consumido à razão de 36 bilhões de litros/ano, será necessário encomendar cerca de 12 bilhões de reais em equipamentos industriais. Para exportação serão outros incontáveis bilhões. Leia-se: excelente oportunidade para a indústria de bens de capital do país, à qual será repassada a tecnologia do Cetec.

Acrescente-se a isso o dispêndio com maquinário agrícola e a demanda expandida para os adubos, os defensivos, as sementes e se verá o quanto o biodiesel poderá gerar de benefícios sociais e econômicos.

Biodiesel, vilão ou salvador do Brasil?

Após constantes denúncias de destruição da Amazônia, o Brasil e a própria região são alvo de nova campanha difamatória no exterior. Agora, o vilão é a produção dos biocombustíveis. Autoridades européias e o Banco Mundial têm patrocinado uma onda crescente injustificável contra os biocombustíveis brasileiros. Com a tecnologia que possui o Brasil logo se tornará auto-suficiente na produção dessa energia, o que, de fato, constitui ameaça aos interesses internacionais.

Jean Ziegler pecou ao generalizar, pois certas relações às culturas anuais não se aplicam às perenes. A implantação de sistemas agros florestais, como forma de aproveitamento das áreas de utilização econômica de propriedades, no Brasil e na Amazônia, bem como, a recomposição das partes suprimidas nas reservas florestais deveria ser mais estimulada nas áreas comprovadamente já alteradas dentro dos limites da zona de consolidação e expansão das atividades produtivas definidas pela Lei de Zoneamento Ecológico-Econômico do Estado.

Exemplo perene e de grande porte, o dendezeiro, quando adulto, oferece perfeito recobrimento do solo, podendo ser considerado um sistema de aceitável estabilidade ecológica e baixos impactos negativos ao ambiente. É importante destacar: a produção inicia aos três anos após o plantio e é distribuída ao longo do ano, por mais de vinte e cinco anos consecutivos, sendo excelente atividade para a geração de empregos permanentes.

Segundo estatísticas da FAO, a produção mundial de óleo de dendê deverá superar, já no início deste século, a produção do óleo da soja, desde que apresente o mesmo nível de expansão da área plantada. Tal expansão será necessária para atender o crescimento da demanda mundial em óleos e corpos graxos, representada tanto pelo crescimento populacional, quanto pelo incremento no consumo de alguns países emergentes na economia mundial com efetivo populacional importante, como China, Índia e Paquistão. A Malásia produz 14.962.000 toneladas, a Indonésia 13.600.000 toneladas e o Brasil é o 11º, produzindo apenas 160.000 toneladas (dados de produção em 2005, Oil World Annual & Oil World Weekly; MPOB).

Além de ser o óleo vegetal mais importante do mundo como insumo da indústria alimentícia e oleoquímica, o dendê é também a matéria-prima mais competitiva para a fabricação de biodiesel, trazendo uma série de vantagens sócio-econômicas e ambientais. Segundo pesquisa, o custo de produção de biodiesel etil-ester a partir de óleo de soja ao preço de US$ 480,00/t é 17 a 27% maior que o diesel comum, a depender da região produtora, chegando a atingir o preço final entre R$ 1,72 a 1,76/litro em simulações de produção em uma fábrica de 400 t/dia. Tomando-se estas mesmas especificações em relação ao tamanho da unidade agro-industrial, o biodiesel produzido a partir do óleo de dendê ao preço de US$ 286.00/tonelada, giraria em torno de R$ 1,06/litro de biodiesel, altamente competitivo em relação ao preço do óleo diesel e do próprio biodiesel produzido a partir do óleo de soja e outros grãos.

Nelson Batista Tembra, Engenheiro Agrônomo e Consultor Ambiental, com 27 de experiência profissional, é colaborador e articulista do EcoDebate

Fonte: EcoDebate

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Artigos sobre Biopirataria

Biopirataria

Biopirataria, substantivo feminino: exploração, manipulação, exportação e/ou comercialização internacional de recursos biológicos que contrariam as normas da Convenção sobre Diversidade Biológica, de 1992 - Dicionário Houaiss.

O Inicio

O termo biopirataria é novo, surgiu em 1993, lançado pela organização não-governamental ETC Group, mas o problema é antigo.

No Brasil ela começou quando os portugueses deram início à exploração do pau-brasil, interessados principalmente na tinta extraída da árvore. Hoje resta pouco da espécie no país. A biopirataria continuou através dos tempos, muitas vezes sob as barbas dos nossos governos, que não tinham competência ou poder para evitar o problema, ou por subserviência mesmo.

Como e o quê estão nos roubando agora

A biodiversidade amazônica (a maior do planeta) é atraente porque tem recursos naturais exclusivos ou porque possui recursos já degradados ou esgotados em outras partes do globo. Os biopiratas ou Neopiratas agem disfarçados de turistas ou através de supostas missões religiosas, científicas ou humanitárias. Depois as empresas para as quais prestaram o serviço desenvolvem remédios, perfumes, corantes, alimentos, matérias-primas para fins diversos e uma infinidade de produtos feitos a partir da nossa flora e fauna, com técnicas aprendidas muitas vezes com os nossos índios e caboclos ou, cortando caminho, de pesquisas das nossas universidades. Os produtos são lançados no mercado internacional e, em embalagens bonitas e vistosas, são produzidos e vendidos até mesmo na sua região de origem, sem que os povos que preservaram por séculos a cultura que os proporcionou se beneficie em nada com isso. Muito ao contrário, é comum que tal exploração industrial provoque nessas comunidades crises sócio-econômicas e ambientais. Os animais endêmicos (aqueles que só existem na região) também são vitimas da ação desses novos piratas. Apesar do valor dos animais como mercadoria, de cada 10 capturados apenas 1 sobrevive. Muitos já estão ameaçados de extinção.

O que pode ser feito
Tentar reverter patentes é uma briga que precisa ser comprada. Mas, como é um processo penoso e demorado, não é o ideal, claro. Além do mais, é colocar a fechadura depois da porta arrombada. A solução é o chamado "Desenvolvimento Sustentável", que visa manter o equilíbrio homem-meio ambiente através da criação de produtos e serviços derivados da exploração racional e não predatória, preferencialmente por parte de empresas regionais. É preciso também que tais empresas se comprometam em reverter parte de seus lucros em benefícios locais. Bandeira pela qual morreram muitos ecologistas e outros ativistas, sendo Chico Mendes talvez o mais célebre deles. Exemplo de atuação louvável é a da entidade Amigos da Terra, que mantém um Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis e através dele presta diversas formas de assistência a empreendimentos comprometidos com os valores ecológicos. É necessário mais do que tudo conscientizar a população sobre as questões ambientais e reeducá-la inclusive para o consumo.

Combate ao crime

O Brasil possui a mais avançada legislação ambiental do mundo, o problema está na sua aplicação, como acontece com todo o sistema jurídico no país. De pouco adianta leis severas se os infratores raramente pagam pelos crimes, que causam prejuízo anual de 3 bilhões de dólares. Segundo edição especial do jornal Diário do Comércio (SP) sobre o assunto "só com o dinheiro que escoa do Brasil em um único ano através da biopirataria daria para realizar todas as obras de infra-estrutura previstas pelo Governo nos projetos de Parcerias Público-Privadas das regiões Norte, Nordeste, Sul e Centro Oeste, além da construção do trecho sul do Rodoanel de São Paulo, do Anel Ferroviário e de todas as melhorias e adequações necessárias aos portos de Sepetiba e de Santos." Para combater o crime na Amazônia, a extensão e a dificuldade de acesso ao território são empecilhos extras. Existem atualmente, na região, cerca de 500 fiscais cobrindo 366 milhões de hectares de florestas. Só como comparação, o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, possui 204 guardas.

Fonte: Bog Amazônia in Sampa com adaptações

Veja mais em: Refêrncias sobre Biopirataria

Curare

O conhecido Curare é uma mistura de várias espécies de plantas que ocorrem na Amazônia. Estas plantas são fervidas, todas juntas, durante três dias, resultando num xarope ou numa massa. São usados cerca de 40 tipos de curare na Amazônia e há a necessidade, às vezes, da substituição de algumas das plantas, pois nem todas crescem no mesmo local.

Usado nas pontas de flechas pelos índios, o curare serve para paralisar a caça ou matar seus inimigos. Causa paralisia dos músculos interferindo na transmissão de impulsos nervosos entre a ação do nervo e o mecanismo da contração muscular, provocando morte por asfixia. Com o auxílio de respiração artificial, a vítima pode se recuperar sem lesões. Os povos indígenas também usam o curare como anti-séptico, diurético, antifebril, e até como tônico.

domingo, 8 de junho de 2008

Plantas e Produtos brasileiro patenteados fora do Brasil




  • Açaí (Euterpe oleracea) Empresa: K.K. Eyela Corporation, Japonesa, 2003 registrada como marca de propriedade da empresa. O Brasil esta tentando retomar a patente da marca açaí.

  • Acerola (Malpighiaceae glabra linn): Rica em vitamina C, a fruta foi patenteada pela empresa japonesa Asahi Foods, a que registrou como sua propriedade o nome açaí.

  • Andiroba. (Carapa quianesis Aubl.) A Rocher Yves Biolog Vegetale, setembro de 1999 (US5958421), na França, Japão, União Européia, Estados Unidos, a patente sobre a composição cosmética ou farmacêutica contendo extrato de andiroba. Em dezembro do mesmo ano, Morita Masaru conseguiu no Japão a patente sobre agente repelente para formigas e insetos com utilização do óleo da fruta de Andiroba.

  • Ayahuasca (Banisteriopsis caapi) , Usado pelos adeptos do “Santo Daime”. Empresa: MILLER LOREN S (US 5751P), USA. Serve de base para uma série de produtos farmacêuticos. A patente foi cancelada. As pesquisas avançam para utilizar o cipó no combate ao câncer.

  • Barabatimão-de-folha-miúda (Dimorphandra molli Benth) Sua vagem possui a substância chamada rutina que, misturada com a hesperidina (substância presente na casca da laranja), é capaz de evitar abortos e hemorragias. Estados Unidos, anos 60.

  • Bibiri (Ocotea rodiaei): Beberu ou Coração Verde. Semente: tipir. Princípio ativo, rupununina, é um eficaz antifebril, capaz de impedir recidivas de doenças como a malária, útil no tratamento de tumores e até no combate ao vírus da Aids. A substância foi batizada por Gorinsky de rupununines, uma referência ao principal rio da região. Empresa: BIOLINK; Como Anticoncepicional pela Empresa: Conrad Gorinsky, da fundação para a Etnologia (Oxford/Inglaterra).

  • Camu-camu. Rica em vitamina C, frutinha de gosto azedo, cheirosa e de casca avermelhada. Empresas japonesas e americanas brigam pela patente da fruta. Tem até 20 vezes mais vitamina C que a acerola que, por sua vez, concentra 80 vezes mais vitamina C que laranja ou limão.

  • Copaíba (Copaifera sp); Empresa: Technico-Flor S/A (WO9400105), na França e no Japão. Conservante de alimentos, cosméticos, anti-inflamatório e anticancerígeno.

  • Cróton ou Sangue de Dragão (Croton lechleri) – Shaman Corp. (US5211944), USA. Dois medicamentos: PROVIR (diarréia) e VIREND (herpes genital). Em teste p/tratamento da AIDS. Trata de produto antiviral e processo de obtenção do polímero de proanto cianadina, utilizado no tratamento de gripe e herpes.

  • CUNANI (Clibatium sylvestre). O princípio ativo do cunaniol, registrado pelo químico como polyacetylenes, é um poderoso estimulante do sistema nervoso central, um neuromuscular capaz de reverter quadros de bloqueio do coração utilizado pelas comunidades nativas na pesca. Patente: US5786385 Titular: GORINSKY CONRAD Trata de um poliacetileno, utilizado como pesticida e de forma terapêutica como ativador neuromuscular, anestésico local rapidamente reversível ou estabilizador da membrana cardíaca e geralmente como um agente para recuperação coronária reversível ou um ativo neuromuscular ou um neuroativo para amplas funções.

  • Cupuaçu (Theobroma grandiflorum ex-Sterculiaceae). Empresa: Asashi Foods, do Japão, patenteou o nome e a Body Shop, GB para uso em cosméticos. A patente japonesa foi cancelada pelo governo brasileiro. Empresa: CUPUACU INTERNATIONAL INC (WO02081606) Chocolate livre de estimulantes como a cafeína.

  • Curare. Mistura de ervas. Destacam-se as espécies (Chondrodendron e Strychnos). É utilizada como veneno. Empresa: LILLY CO ELI (US2581903). Trata de um preparado ativo derivado do alcalóide.

  • Erva baleeira (Cordia verbenacea). Ati-inflamatório dos Laboratórios Aché, desenvolvido a partir da erva baleeira usada há muito tempo pelas comunidades caiçaras do litoral da mata atlântica.

  • Espinheira-santa (Maytenus iliciofolia). Japão patenteou o uso da planta em remédios em 1997; aniti-inflamatório: antiasmática, anticonceptiva, gastrite crônica, indigestão, tratamento de úlceras e em tumores estomacais Problemas estomacais e; Empresa: Nippon Mektron KK, JP (EP0776667).

  • Fósseis: O fóssil raro de uma planta de 130 milhões de anos foi anunciado na Suécia como uma grande descoberta. Só não se revelou que ele foi levado ilegalmente da Chapada do Araripe, no Ceará.

  • Guaçatonga ou erva de bugre (Casearia sylvestris). Compostos químicos do grupo das casearinas com atividade antitumoral. Uso no tratamento da herpes labial, como antiofídico e anti-câncer. Empresa: JAPAN.

  • Guaraná – Universidade de Cincinatti (anti-coagulante cirúrgico).

  • Hipericão, Erva de São João ou Jasmim (Hypericum perforatum).Principio ativo: fiotan, um antidepressivo superior ao Prozac e sem efeito colateral. Ano foram prescritos mais de 3 milhões de receitas do produto por médicos alemães.

  • Jaborandi ou Pilocarpo (Jaborandi pilocarpus) A empresa alemã Merck é detentora da patente do uso do pilocarpina (US5059531), substância usada para tratar o glaucoma, antídoto contra a dificuldade de salivar, e pode ser usada em remédio contra a calvície, infecção pulmonar, asma e artrite. Remédio: Salegen.

  • Jararaca (Bothrops jararaca). Substancia Pilocarpus pennatifolius - Captopril, um dos anti-hipertensivos mais usados no mundo, um mercado de US$ 2,5 bilhões, isolado do veneno da jararaca. Empresa: Bristol Myers-Squibb. O Brasil paga royalties, como o resto do mundo.

  • Jenipapo. Fruto do Jenipapeiro (Genipa americana) usado na indústria de cosméticos. Possui um elevado conteúdo de ferro usado para combater a anemia decorrente do impaludismo ou das verminoses Faz bem aos asmáticos. Diurético (hidropisia). Chagas de origem sifilítica Ação purgativa e usado para combater as cataratas.. A empresa Aveda Corporation indenizou os índios Guaranis-Caiovás pela propriedade intelectual.

  • Mandioca selvagem (anihot anomala Pohl). Substância: Cumaniol: anestésico, usado para pesca pelos índios da Amazônia usado da Amazônia, foi patenteado pelo laboratório Biolink. A substância pode ser usada em delicadas cirurgias de coração. (PB), pois, pode ser usado para parar o coração durante as cirurgias.

  • Miristicácea (Virola sp.). Familia Myristicaceae de boa madeira, também chamada ucuubeira: pesquisa divulgada em 1993 mostrou que substâncias do fruto têm poderosa atividade antioxidante, dez vezes mais eficiente que a vitamina E.

  • Mogno (Swietenia macrophylla King Vell ). Familia das Meliaceae : em 40 anos de exploração, foram extraídos 2,5 milhões de árvores, avaliados em US$ 4 bilhões. Dois terços da madeira mais valiosa do País vão para EUA e Inglaterra, nem todos pelo caminho da legalidade.

  • Miurapuama (PtychopetalumOlacoides Bentham). Traficada para o Japão, a erva é usada para tratamento de impotência sexual e apontada como afrodisíaca. Usado contra artrite e como estimulante. Empresa: Taycho Pharmaceutical.
  • Páfia: usado como anti-tumor. Empresa: Wakunaga & Roto do Japão.

  • Pau-Brasil (Caesalpinia echinata): Os portugueses surrupiaram dos índios o segredo da extração do pigmento vermelho. Sobraram poucos exemplares para contar a história da árvore que deu nome ao País e fornece uma madeira resistente e nobre. Uma das patentes dessa madeira, que se tornou rara no Brasil, pertence ao Canadá. Mais informações aqui.

  • Pau-Rosa (Aniba rosaeodora). Desde a década de 30, seu óleo é usado como fixador de aroma nos EUA, Bélgica, França, Reino Unido e Alemanha. É a matéria-prima do perfume Chanel nº 5 e corre risco de extinção.. Até hoje foram derrubadas 2 milhões de ávores de pau-rosa, principalmente depois que Marylin Monroe, o símbolo sexual do cinema de todos os tempos, disse que para dormir “vestia” apenas duas gotas do perfme Chanel 5, feito com essa espécie de nossa biodiversidade. EUA, GP, FR, AL, BEL (cosmético).

  • Quebra-Pedra (Phyllanthus niruri Linn do gênero filanto). Usada pelos índios para tratar problemas hepáticos e renais. Patenteada pela empresa americana Fox Chase Cancer Center, da Filadélfia (EUA) é usada na cura da hepatite B.

  • Quina ou Quina quina – Produto Quinino Novatek, etc. (anti-malária).

  • Rapadura. Apesar de genuinamente brasileira e produzida desde os tempos do Brasil Império, os produtores brasileiros de rapadura precisam pagar royaltes a empresa alemã Rapunzel, que patentiou marca "rapadura", para poderem usar o nome do doce. O que é pior, a rapadura comercializada por eles é produzida aqui mesmo no Brasil.


  • Sapo (Epipedobates tricolor) (Epipedobates tricolor). Substância Epibatidine, toxina analgésica 200 vezes mais potente do que a morfina. Pode ser a primeira de uma serie de analgésicos capazes de substituir os derivados de ópio. Foram roubados 750 rãs da espécie. A Abbott sintetizou a substância e vende a droga. Relaxante muscular, anestésico.e anestésico.

  • Rã Kambo Kambo, Sapo Kampô, Cambô ou Sapo Verde (Phyllomedusa bicolor) “Vacina do Sapo”. Substâncias: Dermorfina, potente analgésico e, hdeltorfina, ambas retiradas da pele da rã . Tratamento da Ischemia. Empresa: Abbott. 10 patentes (Antibióticos e Analgésicos) Utilizada entre os povos indígenas do Brasil e do Peru a vacina é uma prática antiga com fins medicinais. Patente: (WO9956766) Titular: UNIV KENTUCKY RES FOUND. Método para o tratamento de Isquemia.

  • Seringueira (Hevea brasiliensis): Em 1876, Sir Henry Alexander Wickham, passando-se por colecionador de orquídeas, roubou sementes e mudas de serigueira para cultivo na Malásia, que, a partir de 1910, se tornou o seu maior produtor mundial e provocando a decadência e o fim do famoso "Ciclo da Borracha" na Amazônia. O Brasil passou a importar borracha e Sir Henry, a serviço do governo inglês neste trabalho, foi condecorado como Cavaleiro do Rei.

  • Stevia é um género botânico pertencente à família Asteraceae. Empresa: JAPAN. Produto: adoçante concorrente do aspartame.

  • Unha-de-Gato (Uncaria ssp.). Utilizado pelos Asháninka no tratamento de asma e hinflamações urinarias. Patente: (US5302611) Titular: KEPLINGER KLAUS Trata de um alcalóide para estimular o sistema imunológico.

  • Yanomami: Patente dos dominios http://www.yanomami.org/, http://www.yanomami.com.br/, e http://www.yanomami.com/ por estrangeiros e tentativa de exploração da Cultura Yanomami, além da identidade genética com o roubo de amostras de sangue. Veja Fotos de uma Aldeia Yanomami. Veja mais sobre o tema: Public Anthropology, Grupo ETC, Biopirateria, Comissão Pró-Yanomami, Boletim Yanomami nº 26 e Grupo de Trabalho Amazônico.

  • Até sangue humano, como o dos povos caritianas, suruís e ianomâmis, foram parar em modernos laboratórios ou bancos de células norte-americanos. A posse desse sangue vem sendo contestada pelas tribos envolvidas Suruí e os Yanomami.

  • Dentre muitas outras.

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